Tag Archive for: Instrumentos musicais de Cabo Verde

Racordai é uma soalheira (idiofone de agitamento dotado de soalhas) existente em Cabo Verde, onde também tem os nomes de pandêr ou pandiêr). Consiste numa prancha de madeira, com uma parte mais estreita que constitui a pega, e uma parte mais larga onde existem uns pregos que servem de suporte para tampas metálicas de garrafas, que funcionam como soalhas. É frequentemente usado no dia de São Silvestre (31 de dezembro) por crianças que vão tocando de porta em porta desejando as boas festas. Pelo fato de ser de construção simples e com materiais reciclados, é frequentemente elaborado pelas próprias crianças. Em Portugal, existem tipos de soalheira a que se dá o nome de chincalho.

No Centro Cultural do Mindelo, em 2020, decorreu uma residência criativa entre designers e artesãos, no âmbito da URDI – Feira Nacional de Artesanato e Design de Cabo Verde, que culminou na exposição enquadrado no Salão Created in CV, patente no Centro Cultural do Mindelo. Sobe o pensamento de «contemporanidad n tradison», o paleio Racordai, a 5 de fevereiro de 2020, pretendeu ser uma roda de conversa sobre o design da conceção do Racordai (instrumento de percussão), com o objetivo de desconstruir pensamentos do que já existe, refletir e sugerir novas abordagens sobre o instrumento e seu processo criativo durante a residência.

Racordai, Cabo Verde

Racordai, Cabo Verde

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bibliografia:

Os Instrumentos Musicais em Cabo Verde, Margarida Brito. Praia – Mindelo: Centro Cultural Português, 1998.

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Cimboa (ou cimbó) é um cordofone de arco originário de Cabo Verde tradicionalmente usado para acompanhar as danças de batuque. Foi um dos primeiros instrumentos de corda a chegar em Cabo Verde. É constituído pelo instrumento propriamente dito e um arco. O instrumento possui um braço ligado a uma caixa de ressonância. A caixa é feita a partir de uma cabaça, ou quando esta é difícil de encontrar, de coco, com um tampo harmónico de pele de cabrito esticada, fixa através de varetas de caniço. A partir da caixa sai um braço fabricado com uma madeira flexível. Na extremidade do braço encontra-se uma cravelha de mogno para afinar a única corda do instrumento, que está tendida entre uma pestana incrustada no braço e um cavalete situado sobre o tampo harmónico.

O som é obtido friccionando o arco sobre a corda feita de crina de cavalo. O arco é feito de uma peça de madeira encurvada e de uma corda, também ela de crina, untada de breu. A altura das notas é conseguida pressionando a corda em diversos pontos do braço, mas o facto de o braço ser flexível torna possível obter mudanças na altura das notas arqueando o braço. Sobre a origem exata do instrumento pouco se sabe, a não ser que veio da África continental.

No entanto, foi assinalada a semelhança da cimboa com instrumentos africanos situados a milhares de quilómetros de distância, entre os quais o kiki dos dazas do Tibesti e de Borcu, o nini dos zagauas, o fini dos canembus, e ainda o kiki dos mabas da região de Uadai. Embora tenha ressurgido a construção deste instrumento, ele é mais utilizado como peça decorativa, e não como instrumento musical que se use.

Era tradicionalmente ouvida em rodas de batuque em celebrações de casamento e batizados. Monocórdico e tocado como um violino, faz parte da família dos alaúdes, com caixas de ressonância com um formato arredondado, semelhante a uma gota. A caixa da cimboa é feita a partir da cabaça, ou do coco, com um tampo harmônico de pele de cabrito esticada, fixada através de varetas de pescar. A partir da caixa sai um braço feito com pinha, uma madeira flexível. Na extremidade desse braço encontra-se uma outra peça de madeira, a cravelha de mogno, utilizada para afinar a única corda do instrumento.

O som é obtido através da fricção do arco sobre a corda, que é feita de crina de cavalo. Já o arco é feito de uma peça de madeira encurvada e também de uma corda de crina de cavalo, untada de breu.

Embora a cimboa seja um importante elemento cultural de Cabo Verde, o seu uso quase desaparecera, ficando apenas como peça decorativa. A razão do seu desuso não é clara, mas acredita-se que isto possa estar relacionado com a falta de cavalos no país, que é fonte de uma de suas principais matérias-primas, a crina de cavalo. Há também hipóteses de que o instrumento musical perdeu sua popularidade por conta de sua associação com a classe mais pobre da sociedade. Não sendo bem recebida nos salões das classes mais altas, a cimboa teria sido substituída pelos instrumentos de corda europeus.

O atêlie de construção da cimboa, “Preservação da Memória da Cimboa”, apoiado pela UNESCO (2008), ajudou a resgatar o uso deste precioso patrimônio imaterial de Cabo Verde. O projeto permitiu que cerca de 150 jovens aprendessem a construir e tocar a cimboa, além de divulgá-la e promovê-la em escolas e eventos culturais. Hoje, artistas de renome no cenário nacional têm incorporado a cimboa em diferentes géneros musicais, incluindo o jazz, blues e a música clássica.

Fontes: Centro Cultural Português em Cabo Verde, Wikipédia

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável. Nos instrumentos da categoria “cordofone”, o som é produzido principalmente pela vibração de uma ou mais cordas tensionadas.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais de Cabo Verde
  • Instrumentos de corda friccionada
  • Cordofones de arco
  • Instrumentos começados por c
Cimboa, cordofone de arco, Cabo Verde

Cimboa, cordofone de arco, Cabo Verde

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