Tag Archive for: instrumentos musicais da Grécia Antiga

O Chelys é um cordofone dedilhado da Grécia antiga, reverenciado como a lira comum e a mais antiga das liras gregas. A mitologia grega atribui a sua invenção ao deus Hermes, o mensageiro dos deuses, o que lhe confere uma aura de antiguidade e importância cultural. O nome “chelys” deriva da palavra grega para tartaruga, pois a caixa de ressonância deste instrumento era originalmente feita do casco de uma tartaruga.

A construção do Chelys envolvia a fixação de braços curvos, geralmente feitos de chifre ou madeira, ao casco da tartaruga. Uma travessa horizontal, o jugo, conectava os dois braços, e as cordas, feitas de tripa de animal, eram esticadas entre o jugo e a parte inferior do casco, passando sobre uma ponte. O número de cordas podia variar ao longo do tempo, mas geralmente situava-se entre três e sete.

O Chelys era um instrumento musical fundamental na vida social e religiosa da Grécia antiga. Era utilizado para acompanhar cantos, poesia lírica e danças, desempenhando um papel central nos festivais, banquetes e cerimónias religiosas. A sua sonoridade suave e melodiosa era considerada apropriada para momentos de contemplação e celebração. A sua associação com Hermes, um deus das artes e da música, sublinha a sua importância cultural e o seu lugar na mitologia grega como um dos pilares da tradição musical ocidental.

Nos instrumentos da categoria 3 (cordofones) do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, o som é produzido principalmente pela vibração de uma ou mais cordas em tensão.

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Apolo com a sua Chelys, século V a.C

Apolo com a sua Chelys, século V a.C

(Lupércio ou Lupercus em Roma) é o deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores na mitologia grega. Reside em grutas e vaga pelos vales e pelas montanhas, caçando ou dançando com as ninfas.

Cultura e História

É representado com orelhas, chifres e pernas de bode, amante da música, traz sempre consigo uma flauta. É temido por todos aqueles que necessitam atravessar as florestas à noite, pois as trevas e a solidão da travessia os predispunham a pavores súbitos, desprovidos de qualquer causa aparente e que é atribuídos a Pã; daí o termo “pânico”.

Os latinos chamavam-no também de Fauno e Silvano e tornou-se símbolo do mundo por ser associado à natureza e simbolizar o universo.

Em Roma, chamado de Lupércio, é o deus dos pastores e de seu festival, celebrado no aniversário da fundação de seu templo, denominado de Lupercália, nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro. Pã é associado com a caverna onde Rômulo e Remo foram amamentados por uma loba. Os sacerdotes que o cultuavam vestiam-se de pele de bode.

Nos últimos dias de Roma, os lobos ferozes vagavam próximos às casas. Os romanos então convidavam Luperco para manter os lobos afastados.

Pã apaixonou-se pela náiade Siringe, que rejeitou com desdém o seu amor, recusando-se a aceitá-lo como seu amante pelo facto de ele não ser nem homem, nem bode. Pã então perseguiu-a, mas Siringe, ao chegar à margem do rio Ladon e vendo que já não tinha possibilidade de fuga, pediu às ninfas dos rios, as náiades, que mudassem a sua forma. Estas, ouvindo as suas preces, atenderam ao seu pedido e a transformaram em caniço. Quando Pã a alcançou e quis agarrá-la, não havia nada, exceto o caniço e o som que o ar produzia ao atravessá-lo. Ao ouvir aquele som, Pã ficou encantado e resolveu então juntar caniços de diferentes tamanhos, inventando um instrumento musical ao qual chamou Siringe (instrumento, em honra à ninfa. Esse instrumento musical é mais conhecido pelo nome de flauta de pã, em honra ao próprio deus.

Pã teria sido um dos filhos de Zeus com sua ama de leite, a cabra Amalteia. Seu grande amor no entanto foi Selene, a Lua. Em uma versão egípcia, Pã estava com outros deuses nas margens do rio Nilo e surgiu Tifão, inimigo dos deuses. O medo transformou cada um dos deuses em animais e Pã, assustado, mergulhou num rio e disfarçou assim metade de seu corpo, sobrando apenas a cabeça e a parte superior do corpo, que se assemelhava ao de um bode; a parte submersa adotou uma aparência aquática. Zeus considerou este estratagema de Pã muito esperto e, como homenagem, transformou-o em uma constelação, a que seria Capricórnio.

Fonte: Cultura e História

Pã e a Syrinx, de Nicolas Poussin
Pã e a Syrinx

Xiringa, ou siringa, é um termo que na Galiza, Espanha, designa uma flauta de Pã utilizada por afiadores de facas para se fazerem anunciar aos clientes. O nome xiringa, ou siringa, tem origem na Grécia Antiga, em honra da náiade Siringa, a ninfa pela qual se namorou o semideus Pã e foi convertida em cana. O instrumento pode ser feito de metal, de plástico, de madeira ou de cana.

É um instrumento de sopro do grupo 421 – aerofones com sopro em aresta – no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. É uma flauta de embocadura aberta

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Xiringa, Grécia Antiga

Xiringa, Grécia Antiga

Fórminx (φόρμιγξ, em grego) é um instrumento musical da Grécia Antiga do tipo cordofone. Provavelmente originário da Mesopotâmia, é dos mais antigos instrumentos de corda dedilhada da Grécia. Podia ter entre duas e sete cordas. Em forma de crescente, era mais simples e leve que a cítara e tinha sonoridade mais suave.

Nos poemas homéricos, tradicionalmente atribuídos a Homero (Ilíada e Odisseia), fórminx e cítara são confundidos com frequência. António José Ferreira

Nos instrumentos da categoria 3 (cordofones) do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, o som é produzido principalmente pela vibração de uma ou mais cordas em tensão.

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Forminx, cordofone dedilhado, Grécia Antiga

Forminx, cordofone dedilhado, Grécia Antiga

Barbiton, ou barbitos, é um antigo cordofone greco-romano com características comuns à lira e a cítara.

Músico com barbiton. Fresco de túmulo do Triclinium na Necrópole de Monterozzi; artista etrusco desconhecido, ca. 470 aC. Atualmente no Museu Nacional de Arqueologia de Tarquínia, Itália.

Barbiton, Grécia Antiga

Barbiton, Grécia Antiga

Salpinx era um aerofone de grande importância na Grécia Antiga, funcionando como uma espécie de trompete, embora com características distintas das trompetes modernas. Construído principalmente em bronze, o salpinx possuía uma forma tubular estreita e alongada, podendo atingir comprimentos consideráveis. A sua estrutura era complementada por um bocal feito de osso, utilizado para produzir o som através da vibração dos lábios do executante. A extremidade oposta ao bocal terminava num pavilhão também de bronze, cuja função era amplificar e projetar o som produzido.

Devido à sua construção sem válvulas ou pistões, o salpinx era um instrumento diatónico, capaz de produzir apenas a série harmónica fundamental, limitando a variedade de notas que podia executar. No entanto, a sua sonoridade potente e penetrante conferia-lhe um papel crucial em diversos aspetos da vida na Grécia Antiga. Era frequentemente utilizado em contextos militares para emitir sinais de chamada, ordens de batalha e para intimidar o inimigo com o seu som estridente.

Além do seu uso militar, o salpinx também tinha um lugar em eventos atléticos, como os Jogos Olímpicos, onde era tocado para anunciar o início das competições e acompanhar os atletas. Embora menos comum em contextos puramente musicais, o salpinx era ocasionalmente integrado em cerimónias religiosas e festividades, contribuindo para a atmosfera sonora desses eventos. A sua imagem é frequentemente encontrada em representações artísticas da época, atestando a sua relevância cultural e a sua presença na vida quotidiana da Grécia Antiga.

É um instrumento de sopro do grupo 423 (no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais), um aerofone de bocal (também chamado de palheta labial) em que os lábios do executante causam diretamente a vibração do ar.

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Salpinx, Grécia Antiga

Salpinx, Grécia Antiga

Trigonon era uma pequena harpa triangular utilizada na Grécia Antiga, com fortes indícios de ter sido introduzida a partir de culturas orientais mais antigas, provavelmente a Assíria ou o Egito. Sua estrutura era caracterizada por uma caixa de ressonância pequena e triangular, da qual se estendiam duas barras laterais que convergiam num vértice. As cordas, feitas de tripa animal ou possivelmente linho, eram esticadas entre a caixa de ressonância e a barra superior, variando em número dependendo do tamanho do instrumento, mas geralmente em menor quantidade do que as harpas maiores.

O trigonon era um instrumento portátil, facilmente manuseado pelo músico, que o dedilhava com os dedos de ambas as mãos. A sua sonoridade era provavelmente delicada e lírica, adequada para acompanhamento vocal, recitação de poesia ou pequenas performances em ambientes íntimos. Embora não fosse tão proeminente quanto a lira ou a cítara na iconografia grega, o trigonon aparece em algumas representações artísticas, sugerindo que tinha um lugar, ainda que modesto, na vida musical da época.

A sua origem estrangeira pode ter conferido ao trigonon um certo exotismo ou associação com práticas musicais específicas. A sua forma triangular distinta o diferenciava de outros cordofones gregos mais comuns. Com o tempo, o trigonon parece ter evoluído ou sido substituído por outros tipos de harpas, mas a sua existência na Grécia Antiga atesta a influência de outras culturas musicais e a diversidade de instrumentos presentes no mundo helénico. A sua descrição como uma “pequena harpa” sugere um papel mais discreto, mas não menos significativo, na tapeçaria sonora da antiguidade clássica.

Nos instrumentos da categoria 3 (cordofones) do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, o som é produzido principalmente pela vibração de uma ou mais cordas em tensão.

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Trigonon, Grécia Antiga

Trigonon, Grécia Antiga

Tympanum, termo latino derivado do grego “tympanon”, designa um antigo tambor de mão circular, com uma rica história ligada a rituais religiosos e festividades na Grécia Antiga. Este membranofone era um instrumento essencial nos cultos dedicados a divindades como Dionísio, Cibele e Sabázio, marcando o ritmo frenético e extático dessas celebrações.

A construção do Tympanum era relativamente simples. Consistia numa moldura circular baixa, feita de madeira ou metal, sobre a qual era esticada uma pele de animal, geralmente de ovelha ou cabra. O tamanho podia variar, mas geralmente era suficientemente leve para ser facilmente manuseado com uma mão. Não possuía caixa de ressonância na parte inferior, o que lhe conferia um som aberto e ressonante.

O Tympanum era percutido de diversas maneiras, dependendo do contexto musical e ritual. Podia ser batido diretamente com a palma da mão, produzindo sons abafados ou mais intensos, ou com uma baqueta, que permitia obter ritmos mais marcados e definidos. A técnica de execução variava, desde batidas simples e repetitivas até padrões rítmicos mais complexos, destinados a evocar diferentes estados emocionais e a acompanhar danças e cânticos.

A sua associação com os ritos de Dionísio, o deus do vinho, do êxtase e do teatro, sugere o seu papel em criar uma atmosfera de frenesim e libertação. Nos cultos de Cibele, a deusa mãe da natureza, e de Sabázio, uma divindade frígia associada à fertilidade e à vegetação, o Tympanum provavelmente contribuía para a intensidade emocional e a conexão espiritual dos participantes. A sua presença nestes contextos religiosos sublinha a importância da música e do ritmo na vida social e espiritual da Grécia Antiga. Embora não seja um instrumento comum na música moderna, o Tympanum permanece um símbolo sonoro de um passado rico em rituais e expressões culturais.

ETIQUETAS

  • tambores percutidos
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Tympanum, Grécia Antiga

Tympanum, Grécia Antiga