Enciclopédia de instrumentos musicais do mundo

A vina é um instrumento musical tradicional da Índia. É um tipo de cordofone que pertence à família das cítaras. Tem um formato semelhante a uma guitarra, com um longo braço de madeira e uma caixa de ressonância. Possui múltiplas cordas, geralmente sete, que são tocadas com uma palheta de metal.

A vina é amplamente utilizada na música clássica indiana e é considerada um dos instrumentos mais importantes dessa tradição. É tocada tanto como instrumento solo, como no acompanhamento de vozes ou outros instrumentos.

Permite uma grande expressividade musical, com a possibilidade de diferentes técnicas e ornamentações.

A vina tem uma longa história na Índia e é um símbolo importante da cultura indiana. É considerada um instrumento sagrado, sendo associada à deusa Sarasvati, a deusa da música, da arte e da sabedoria. É tocada em festivais, celebrações religiosas e eventos culturais em todo o país.

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Vina, Índia

Vina, Índia, Jayanti Kumaresh

Torban é um instrumento ucraniano de corda dedilhada que se assemelha a uma teorba, combinando características do alaúde barroco com o saltério. Floresceu principalmente nos séculos XVII e XVIII na Ucrânia, tornando-se um símbolo da cultura musical da região. A sua construção complexa e a sua sonoridade rica tornavam-no um instrumento altamente valorizado.

O Torban possui um corpo em forma de alaúde, geralmente com uma caixa de ressonância grande e arredondada. O braço curto, semelhante ao do alaúde, possui trastes que permitem a execução de melodias. A característica distintiva do Torban reside na adição de um segundo braço, estendendo-se da caixa de ressonância, que suporta um conjunto de cordas de baixo não trastejadas, semelhantes às de uma teorba ou um saltério. Estas cordas de baixo eram tocadas dedilhando-as com os dedos da mão direita, enquanto as cordas do braço principal eram dedilhadas para a melodia.

O número de cordas do Torban podia variar consideravelmente, chegando por vezes a mais de 30, incluindo as cordas melódicas e as cordas de baixo. Esta vasta gama de cordas conferia ao instrumento uma grande versatilidade sonora, permitindo a execução de melodias complexas, acompanhamentos harmónicos ricos e linhas de baixo profundas.

O Torban era frequentemente utilizado para acompanhar canções épicas, baladas e outras formas de música vocal ucraniana. Os tocadores de Torban eram figuras importantes na sociedade, atuando como músicos, contadores de histórias e, por vezes, até como cronistas dos acontecimentos. No entanto, o instrumento declinou em popularidade no século XIX e foi quase extinto no século XX, em grande parte devido à repressão política. Nos tempos modernos, há um movimento crescente para reviver a tradição do Torban, reconstruindo instrumentos e redescobrindo o seu repertório único.

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Torban, Ucrânia

Torban, Ucrânia

Angélique é um instrumento de corda dedilhada da família do alaúde que floresceu durante o período barroco. O seu nome, de origem francesa e italiana (“angelica”, significando “angélica”), evoca a sonoridade celestial que se procurava obter com este instrumento. A Angélique representa uma fascinante combinação de características do alaúde, da harpa e da teorba, refletindo a experimentação e a evolução dos instrumentos de corda naquele período.

A sua construção apresentava um corpo grande e arredondado, semelhante ao do alaúde, proporcionando uma rica ressonância. Distintamente, possuía um braço curto com trastes, como o alaúde, para as cordas melódicas, e uma extensão alongada do braço, sem trastes, semelhante à teorba, para as cordas de baixo (bordões). Estas cordas de baixo eram geralmente mais longas e afinadas em tons mais graves, oferecendo uma base harmónica profunda.

A disposição das cordas na Angélique era única. Tipicamente, possuía entre 16 e 17 cordas simples (ao contrário das cordas duplas comuns no alaúde), dispostas em várias ordens. As cordas sobre o braço com trastes eram usadas para tocar melodias e acordes, enquanto as cordas de baixo, estendendo-se ao longo da extensão do braço, eram dedilhadas para criar um acompanhamento ressonante. Esta combinação permitia uma grande variedade de texturas musicais.

A Angélique era apreciada pela sua sonoridade clara, brilhante e sustentada, que a distinguia do som mais suave e percussivo do alaúde tradicional. Era utilizada tanto como instrumento solista quanto em conjuntos de câmara, frequentemente para acompanhar a voz. Embora tenha gozado de popularidade durante o século XVII e o início do século XVIII, a Angélique acabou por cair em desuso, sendo gradualmente substituída por outros instrumentos. 

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Angélique

Angélique

tamboril é um bimembranofone tradicional de Portugal e da Galiza, onde assume um papel fundamental na música folclórica. É um pequeno tambor cilíndrico, geralmente feito de madeira, com duas peles tensionadas nas extremidades por um sistema de cordas ou aros. O seu tamanho compacto permite que seja facilmente transportado e tocado enquanto o músico se movimenta.

Em Portugal, o tamboril é frequentemente associado a grupos de gaiteiros, onde o tocador de gaita-de-foles (gaiteiro) também executa o ritmo no tamboril com uma única baqueta, enquanto segura a gaita com o outro braço. Esta técnica singular permite a um só músico fornecer tanto a melodia quanto a percussão rítmica.

Na Galiza, o tamboril (tamborín) é igualmente essencial, acompanhando frequentemente a gaita galega e outros instrumentos tradicionais. É tocado com uma ou duas baquetas, dependendo do estilo e da tradição local, e contribui com ritmos marcados e alegres para as danças e melodias folclóricas.

A sonoridade do tamboril é aguda e estalante, ideal para marcar o ritmo e dar vivacidade à música. A sua presença é indispensável em festas, romarias e outras celebrações populares, sendo um símbolo vibrante da identidade cultural tanto de Portugal quanto da Galiza. A sua simplicidade construtiva contrasta com a sua importância e versatilidade na música tradicional.

Tamboril Alves Dias, Portugal

tamboril Alves Dias, Portugal

Os tamboriles uruguayos ou tambores de candombe são tambores unimembranofones de madeira em forma de barril tradicionais do Uruguai. Existem três tamanhos: piano, registo baixo; repique, tenor; chico, alto.

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Tympanum, termo latino derivado do grego “tympanon”, designa um antigo tambor de mão circular, com uma rica história ligada a rituais religiosos e festividades na Grécia Antiga. Este membranofone era um instrumento essencial nos cultos dedicados a divindades como Dionísio, Cibele e Sabázio, marcando o ritmo frenético e extático dessas celebrações.

A construção do Tympanum era relativamente simples. Consistia numa moldura circular baixa, feita de madeira ou metal, sobre a qual era esticada uma pele de animal, geralmente de ovelha ou cabra. O tamanho podia variar, mas geralmente era suficientemente leve para ser facilmente manuseado com uma mão. Não possuía caixa de ressonância na parte inferior, o que lhe conferia um som aberto e ressonante.

O Tympanum era percutido de diversas maneiras, dependendo do contexto musical e ritual. Podia ser batido diretamente com a palma da mão, produzindo sons abafados ou mais intensos, ou com uma baqueta, que permitia obter ritmos mais marcados e definidos. A técnica de execução variava, desde batidas simples e repetitivas até padrões rítmicos mais complexos, destinados a evocar diferentes estados emocionais e a acompanhar danças e cânticos.

A sua associação com os ritos de Dionísio, o deus do vinho, do êxtase e do teatro, sugere o seu papel em criar uma atmosfera de frenesim e libertação. Nos cultos de Cibele, a deusa mãe da natureza, e de Sabázio, uma divindade frígia associada à fertilidade e à vegetação, o Tympanum provavelmente contribuía para a intensidade emocional e a conexão espiritual dos participantes. A sua presença nestes contextos religiosos sublinha a importância da música e do ritmo na vida social e espiritual da Grécia Antiga. Embora não seja um instrumento comum na música moderna, o Tympanum permanece um símbolo sonoro de um passado rico em rituais e expressões culturais.

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Tympanum, Grécia Antiga

Tympanum, Grécia Antiga

Tympanon designa um cordofone de mesa pertencente à família das cítaras que gozou de grande popularidade durante os séculos XVII e XVIII, atingindo o seu auge na França até à Revolução Francesa. Este instrumento elegante e sofisticado era apreciado pela sua sonoridade delicada e pela sua capacidade de produzir melodias ornamentadas e acompanhamentos harmoniosos, tornando-se um elemento comum em salões aristocráticos e na música de câmara da época.

A construção do Tympanon envolvia uma caixa de ressonância plana e retangular, geralmente feita de madeira nobre, como o ébano ou o jacarandá, frequentemente decorada com incrustações e entalhes elaborados, refletindo o gosto estético da época. Sobre esta caixa de ressonância eram estendidas numerosas cordas de metal, dispostas em várias ordens. Estas cordas não possuíam um braço ou trastes como os alaúdes ou as guitarras.

O Tympanon era tocado colocando-o sobre uma mesa ou no colo do músico. O som era produzido percutindo as cordas com pequenos martelos ou varetas leves, geralmente feitos de madeira com pontas de couro ou cortiça. Esta técnica de percussão conferia ao instrumento um som cristalino e percussivo, semelhante ao do dulcimer martelado. A habilidade do músico residia na precisão e na delicadeza dos golpes, permitindo a execução de melodias rápidas, arpejos e acordes.

O repertório do Tympanon incluía frequentemente transcrições de peças populares, árias de ópera e sonatas, adaptadas para explorar as capacidades únicas do instrumento. Embora tenha perdido popularidade após a Revolução Francesa, o Tympanon permanece um testemunho fascinante do refinamento musical e da cultura instrumental do período barroco e rococó. A sua sonoridade distinta e a sua elegância estética continuam a evocar o ambiente dos salões onde outrora ecoava.

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Tympanon (ou tympanum) designa também um unimembranofone circular da Grécia antiga, percutido com a palma da mão ou baqueta, tocado nos ritos de Dyonysus, Cibele e Sabazius.

Tympanon

Tympanon

Box tanpura, também conhecida como tamburi ou tambura, é uma variação moderna da tradicional tanpura indiana, caracterizada pelo seu corpo em formato de caixa retangular ou aproximado. Originária da Índia, esta adaptação mantém as qualidades sonoras essenciais da tanpura, um instrumento de corda dedilhada fundamental na música clássica indiana, fornecendo um bordão harmónico constante.

Diferentemente da tanpura tradicional com a sua grande caixa de ressonância em forma de cabaça, a Box Tanpura utiliza uma caixa de madeira, o que a torna mais compacta, leve e fácil de transportar. Apesar da alteração na forma do corpo, o princípio de funcionamento permanece o mesmo: várias cordas de metal são esticadas sobre uma ponte larga e dedilhadas ritmicamente para criar um zumbido harmónico rico em sobretons.

A Box Tanpura geralmente possui quatro cordas, afinadas em intervalos específicos de acordo com a raga a ser executada. A sua sonoridade sustentada e vibrante cria uma atmosfera imersiva, servindo de base para a melodia e o ritmo dos outros instrumentos ou da voz. A sua portabilidade tornou-a uma escolha popular para músicos viajantes e para apresentações em espaços menores, sem comprometer a qualidade essencial do som da tanpura.

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Box tanpura, Índia

Box tanpura, Índia

Tambura, também conhecida como Tanpura ou Tampuri, é um instrumento de corda dedilhada tradicional da Índia, essencial na música clássica indiana, tanto Hindustani quanto Carnática. A sua função principal não é melódica, mas sim a de fornecer um bordão harmónico constante, criando uma base sonora rica e imersiva para a execução da raga (modo musical). A sonoridade sustentada e vibrante da Tambura estabelece o ambiente tonal e ressonante para o solista.

A construção da Tambura tradicionalmente envolve uma grande caixa de ressonância feita de uma cabaça seca e oca, à qual é fixado um longo braço de madeira. Algumas versões podem ter o corpo totalmente feito de madeira, como a “box tanpura”. O número de cordas varia, geralmente entre quatro e seis, feitas de metal. Estas cordas passam sobre uma ponte larga e plana, feita de madeira ou osso, que é ligeiramente curvada. Esta curvatura é crucial para produzir o som característico da Tambura, pois as cordas vibram ligeiramente contra a ponte, gerando um zumbido rico em sobretons.

As cordas da Tambura são afinadas em intervalos específicos, geralmente relacionados à tónica (Sa) da raga. A afinação mais comum para uma Tambura de quatro cordas é Sa-Pa-Sa-Sa (tónica-quinta-tónica-tónica) ou Sa-Ma-Sa-Sa (tónica-quarta-tónica-tónica), dependendo da raga e da tradição musical. As cordas são dedilhadas suave e ritmicamente com os dedos, criando um ciclo contínuo de vibrações que preenchem o espaço com uma ressonância hipnótica.

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Tambura, Índia

Tambura, Índia

Tanpura, tambura, ou tampuri, é um dos instrumentos mais importantes na música clássica indiana, fornecendo uma base harmónica para a melodia principal. O instrumento consiste em um corpo alongado, semelhante a uma cabaça, com uma longa haste de madeira. Possui quatro cordas de aço ou bronze tocadas em padrões rítmicos repetidos chamados de “tala”, que ajudam a estabelecer o ritmo e a estrutura musical da peça.

A tanpura não é tocada melodicamente, mas sim dedilhada em uma sequência constante de acordes, criando um som contínuo e sustentado. É usado tanto por vocalistas como por instrumentistas para acompanhar a melodia, ajudando a manter a afinação e criar um ambiente sonoro rico e ressonante.

A importância da tanpura na música indiana vai além de seu papel como acompanhamento. A sua ressonância e vibrações subtis têm um efeito terapêutico e meditativo, além de criar uma atmosfera espiritual e mística. 

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Tanpura, Índia

Tanpura, Índia

Wakrawagra, também conhecido como wakrapuku ou wagra, é uma trombeta natural tradicional dos povos indígenas do Peru e da região dos Andes, na América do Sul. A sua origem remonta à era pré-colombiana, evidenciando a sua longa história e a sua profunda ligação com as culturas ancestrais desta área. Tradicionalmente, este aerofone é construído a partir de fragmentos de corno de gado bovino, habilmente unidos para formar um longo tubo cónico ou ligeiramente curvo.

A construção do Wakrawagra reflete a engenhosidade e a adaptação dos povos andinos aos recursos naturais disponíveis. Os pedaços de corno são cuidadosamente cortados, moldados e fixados entre si, muitas vezes utilizando resinas naturais ou outros materiais orgânicos, para criar um instrumento funcional capaz de produzir sons potentes e ressonantes. O comprimento e a forma exata do Wakrawagra podem variar, influenciando o seu timbre e a sua tessitura.

Este trompete natural desempenha um papel crucial nos rituais de fertilidade e em outras cerimónias importantes das comunidades andinas. O seu som grave e penetrante é frequentemente utilizado para invocar as divindades, anunciar eventos significativos ou acompanhar danças rituais. Acredita-se que o Wakrawagra possui propriedades espirituais e a sua execução é muitas vezes carregada de simbolismo, conectando as pessoas com a natureza e com os seus antepassados.

Apesar da influência da cultura ocidental e da introdução de instrumentos modernos, o Wakrawagra continua a ser um símbolo da identidade cultural andina e um elo com as tradições ancestrais. A sua sonoridade única ecoa através das montanhas, lembrando a rica herança e as práticas rituais dos povos indígenas do Peru e dos Andes. A sua preservação e o seu uso contínuo testemunham a resiliência cultural destas comunidades.

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