Angélique
Angélique é um instrumento de corda dedilhada da família do alaúde que floresceu durante o período barroco. O seu nome, de origem francesa e italiana (“angelica”, significando “angélica”), evoca a sonoridade celestial que se procurava obter com este instrumento. A Angélique representa uma fascinante combinação de características do alaúde, da harpa e da teorba, refletindo a experimentação e a evolução dos instrumentos de corda naquele período.
A sua construção apresentava um corpo grande e arredondado, semelhante ao do alaúde, proporcionando uma rica ressonância. Distintamente, possuía um braço curto com trastes, como o alaúde, para as cordas melódicas, e uma extensão alongada do braço, sem trastes, semelhante à teorba, para as cordas de baixo (bordões). Estas cordas de baixo eram geralmente mais longas e afinadas em tons mais graves, oferecendo uma base harmónica profunda.
A disposição das cordas na Angélique era única. Tipicamente, possuía entre 16 e 17 cordas simples (ao contrário das cordas duplas comuns no alaúde), dispostas em várias ordens. As cordas sobre o braço com trastes eram usadas para tocar melodias e acordes, enquanto as cordas de baixo, estendendo-se ao longo da extensão do braço, eram dedilhadas para criar um acompanhamento ressonante. Esta combinação permitia uma grande variedade de texturas musicais.
A Angélique era apreciada pela sua sonoridade clara, brilhante e sustentada, que a distinguia do som mais suave e percussivo do alaúde tradicional. Era utilizada tanto como instrumento solista quanto em conjuntos de câmara, frequentemente para acompanhar a voz. Embora tenha gozado de popularidade durante o século XVII e o início do século XVIII, a Angélique acabou por cair em desuso, sendo gradualmente substituída por outros instrumentos.
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