Enciclopédia de instrumentos musicais do mundo

Instrumento nacional do Uzbequistão, doyra é um membranofone circular de tamanho médio percutido com os dedos de ambas as mãos. Tambor de mão, é tocado sem baqueta, bastão ou martelo.

É usado no Irão, Azerbaijão, Cáucaso, Balcãs, e vários países da Ásia Central como Tajiquistão e Uzbequistão. Assim, o instrumento tem variações de construção e de nome: dayereh, doyra, dojra, dajre, daire, doira, dajreja.

ETIQUETAS

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida. 

  • Instrumentos musicais do Iraque
  • tambores percutidos
  • tambores de mão
  • Instrumentos começados por d
Doyra, tambor de mão do Uzbequistão, Abbos Kosimov

Doyra, tambor de mão do Uzbequistão, Abbos Kosimov

Também chamado “silbato de la muerte” (apito da morte), echecachichtli é um gerador de som associado ao culto dos mortos tendo por isso, em geral, a forma de caveira. Deve o seu nome ao deus do vento dos aztecas, Ehécatl.

Aerofone singular da antiga civilização Azteca, anda intrinsecamente ligado aos rituais e ao culto dos mortos. A sua forma, frequentemente esculpida em cerâmica ou obsidiana e assemelhando-se a uma caveira humana ou a outras figuras antropomórficas, reflete a sua profunda conexão com o além.

O nome deriva de Ehécatl, a divindade Azteca do vento, sugerindo que o som produzido era visto como a voz do vento ou talvez um chamado aos espíritos. Ao ser soprado, o echecachichtli emite um som agudo e penetrante, um grito ou um lamento, cuja intensidade e timbre podiam variar com o formato do instrumento. A sua forma macabra e o som misterioso conferem-lhe um significado cultural e histórico, revelando as crenças e práticas sonoras da civilização Azteca.

Nos aerofones, categoria 4 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos, o som é produzido principalmente pela vibração do ar ou pela sua passagem através de arestas ou palhetas: o instrumento por si só não vibra, nem há membranas ou cordas vibrantes.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais dos aztecas
  • Instrumentos começados por e
  • Instrumentos pré-Colombianos
Ehecachichtli, silbato de la muerte, azteca

Ehecachichtli, silbato de la muerte, azteca

A iktara, também conhecida como ektar, ektara, ou ik tara, é um instrumento musical popular na Índia, Bangladesh, Egito e Paquistão. É um instrumento de corda simples, feito com um corpo circular e uma única corda fixada em uma extremidade e ajustada através de tensão manual.

É tradicionalmente tocada com o dedo ou unha, deslizando-o ao longo da corda para criar diferentes notas. Apesar de ter apenas uma corda, é possível produzir uma variedade de sons, dependendo da forma como o instrumento é tocado.

O instrumento é frequentemente usado em apresentações folclóricas e devocionais, acompanhando cantores e músicos. Também é comum ser utilizado em músicas populares e clássicas indianas. Devido à sua simplicidade e facilidade de manuseio, a iktara é um instrumento popular entre os músicos de rua na Índia.

A iktara tem uma longa história e é considerada um dos instrumentos musicais mais antigos da Índia. A sua origem remonta a mais de 1.000 anos, e seu nome deriva da palavra sânscrita “ik,” que significa “um”, e “tara”, que significa “corda”.

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Índia
  • Cordofones compostos
  • Instrumentos começados por i
Iktara, Índia

Iktara, Índia

Dunun é um conjunto de tambores bimembranofones da África Ocidental, particularmente nas tradições rítmicas de países como Mali, Guiné e Senegal. Revestido geralmente com pele de cabra ou de vaca, são percutido com baqueta de madeira. Há três tipos de dunun: dundunba, o maior (40-50 cm de diâmetro); sangban, o médio (30-40 cm de diâmetro); kenkeni, o menor (25-35 cm de diâmetro). Produzem sons profundos e ressonantes que servem como base rítmica para muitas atuações musicais e danças.

O dundunba, o maior e de tom mais grave, estabelece frequentemente a linha de baixo rítmica. O sangban, de tamanho médio e tom intermediário, interage com o dundunba, criando padrões rítmicos complexos. Por fim, o kenkeni, o menor e de tom mais agudo, adiciona floreios e acentuações rítmicas, enriquecendo a textura sonora geral.

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida. 

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Costa do Marfim
  • Membranofones percutidos
  • Instrumentos começados por d
  • tambores da África Ocidental
Dunum, Costa do Marfim, África, bimembranofone cilíndrico

Dunum, Costa do Marfim, África, bimembranofone cilíndrico

Lyra é um instrumento de corda dedilhada que remonta à Antiguidade Greco-Romana. Foi vasta a sua utilização acompanhando récitas na Grécia antiga. Terá provavelmente origem na Ásia e pensa-se que entrou na Grécia através da Trácia ou Lídia. Os primeiros intérpretes a quem se atribui melhoramentos situam-se nas colónias da Iónia e da Eólia ou na costa adjacente ao império Lídio. Já na mitologia grega, os mestres são trácios, casos de Orfeu, Museu e Tamíris.

Na Roma Antiga, a lyra é o instrumento associado a Apolo, deus da música, da poesia e da harmonia, entre outros atributos.

Lyra designa desde a Idade Média um cordofone em registo grave que aparece também com os nomes de lira, fídula e geige (alemão). Era, com a rabeca, o instrumento mais popular na Época Medieval.

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável. 

ETIQUETAS

  • Instrumentos tradicionais da Roma Antiga
  • Cordofones dedilhados
  • Cordofones do tipo lira
  • Instrumentos começados por l

Fortepiano, ou pianoforte (“suave e forte”), é uma designação italiana que se generalizou para designar o piano e hoje designa o piano antigo, do século XVIII. Sendo mais pequeno do que o atual, já tinha a capacidade para tocar piano e forte. Embora partilhe o princípio fundamental de produzir som através de martelos que percutem cordas, o fortepiano exibia características distintas que o diferenciavam do seu sucessor. 

A sua principal inovação residia na capacidade dinâmica, permitindo ao músico variar a intensidade do som através da força aplicada às teclas – a origem do seu nome. No entanto, a sua tessitura sonora e o volume eram consideravelmente menores em comparação com o piano moderno. Os martelos eram mais leves e revestidos a couro, produzindo um timbre mais delicado, transparente e com menor sustentação. O mecanismo interno era também mais simples, oferecendo uma resposta tátil diferente. O fortepiano desempenhou um papel crucial na música da época clássica, sendo o instrumento de eleição de compositores como Mozart e Haydn, cujas obras exploraram as suas nuances expressivas únicas.

Num teclado, cada tecla ativa uma nota diferente. Na maior parte dos casos, as teclas estão ordenadas com as notas mais graves à esquerda, e as notas mais agudas à direita. No piano, as teclas ativam um mecanismo com um martelo para percutir cordas.

ETIQUETAS

  • Cordofones de teclado
  • Instrumentos começados por f
  • Família dos pianos acústicos
Fortepiano, cordofone de tecla, Edwin Beunk Colection, Países Baixos

Fortepiano, cordofone de tecla, Edwin Beunk Colection, Países Baixos

 

Famfrnoch, ou fanfrnoch, é um membranofone de fricção, tradicional da República Checa.

O famfrnoch, também conhecido como bukač ou brumbál, é um membranofone de fricção da República Checa, da região de Chodsko. Destaca-se pela sua construção peculiar: um recipiente, tipicamente de barro ou metal, cuja abertura é coberta por uma pele esticada. No centro desta pele, existe um pequeno orifício através do qual se insere um tufo de pelo de crina de cavalo.

A sonoridade única do famfrnoch é produzida pela fricção deste pelo, que, ao ser puxado através do orifício, faz vibrar a pele e o corpo do recipiente, gerando um som característico, muitas vezes descrito como um ronco ou um bramido. Historicamente, o famfrnoch desempenhou um papel no acompanhamento de canções folclóricas checas, sendo até uma popular melodia de Ano Novo batizada em sua homenagem. 

À semelhança da ronca de Elvas que acompanha tradicionalmente canções natalícias.

Situa-se no índice 23 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. Os tambores friccionados são os membranofones cuja pele ou uma corda fixada a ela é friccionada com as mãos, varas ou outra coisa.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da República Checa
  • tambores membranofones de fricção
  • Família das sarroncas
  • Instrumentos começados por f
Famfrnoch, membranofone de fricção, República Checa

Famfrnoch, membranofone de fricção, República Checa

Erquencho, ou erkencho, é um aerofone construído e tocado nas regiões andinas do noroeste da Argentina e do sul da Bolívia. É feito a partir de um corno de animal, de vaca ou cabra, ao qual se adapta uma palheta simples feita de cana.

A construção do erkencho envolve um tubo curto de cana, com cerca de 25 a 33 centímetros de comprimento, onde é cortada uma palheta simples na extremidade proximal. Este tubo é então inserido no corno, que atua como um amplificador natural, conferindo ao instrumento o seu som característico. Alguns consideram o erkencho uma variante menor do erke, outro instrumento andino de sopro, distinguindo-se deste por não possuir a longa extensão de bambu.

Nos aerofones, categoria 4 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos, o som é produzido principalmente pela vibração do ar ou pela sua passagem através de arestas ou palhetas: o instrumento por si só não vibra, nem há membranas ou cordas vibrantes.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Bolívia
  • Instrumentos tradicionais da Argentina
  • Família das trombetas
  • Instrumentos começados por e

Erkencho, também grafado como erquencho, é um aerofone tradicionalmente construído e tocado nas regiões andinas do noroeste da Argentina e do sul da Bolívia. É tipicamente feito a partir de um corno de animal, frequentemente de vaca ou cabra, ao qual se adapta uma palheta simples feita de cana.

A construção do erkencho envolve um tubo curto de cana, com cerca de 25 a 33 centímetros de comprimento, onde é cortada uma palheta simples na extremidade proximal. Este tubo é então inserido no corno, que atua como um amplificador natural, conferindo ao instrumento o seu som característico. Alguns consideram o erkencho uma variante menor do erke, outro instrumento andino de sopro, distinguindo-se deste por não possuir a longa extensão de bambu.

O som produzido pelo erkencho é descrito como um zumbido rouco e lamentoso, com a sua altura, timbre e intensidade a variarem dependendo das dimensões do tubo de cana, do tamanho da palheta vibratória e das características do corno utilizado como pavilhão. Tradicionalmente associado a rituais e celebrações, o erkencho possui uma sonoridade peculiar que o distingue de outros instrumentos de sopro, marcando a paisagem sonora da música folclórica andina. 

Nos aerofones, categoria 4 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos, o som é produzido principalmente pela vibração do ar ou pela sua passagem através de arestas ou palhetas: o instrumento por si só não vibra, nem há membranas ou cordas vibrantes.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Bolívia
  • Instrumentos tradicionais da Argentina
  • Família das trombetas
  • Aerofones de chifre
  • Instrumentos começados por e
Erkencho del Norte, corno

Erkencho del Norte, corno

Elathalam (ou ilathalam) é um instrumento musical tradicional do sul da Índia, originário dos estados de Kerala e Tamil Nadu. É classificado como um idiofone de percussão direta, ou seja, produz som através do choque direto entre dois objetos. Consiste em dois pequenos pratos de bronze, que são segurados nas mãos do executante. Ao bater os pratos um contra o outro, cria-se um som metálico característico. Os pratos são presos por um fio ou cordão, que permite que sejam facilmente manuseados.

Esse instrumento é comumente usado nas artes performativas tradicionais da região, como a música clássica indiana, danças típicas e rituais religiosos. Geralmente, o elathalam é tocado em conjunto com outros instrumentos de percussão, como o mridangam e a kanjira, para proporcionar ritmo e acompanhar as melodias.

O elathalam é considerado um instrumento importante na cultura de Kerala e Tamil Nadu, desempenhando um papel fundamental nas apresentações artísticas e cerimónias religiosas. A sua técnica de execução requer habilidade e coordenação, e é valorizada pelos músicos tradicionais da região.

Situa-se no índice 11 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. Os idiofones percutidos são postos em vibração por um golpe ou batida. É um idiofone percutido sem intenção melódica (é de altura indefinida).

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  • Instrumentos musicais da Índia
  • Idiofones percutidos
  • Idiofones de concussão
  • Família dos címbalos
  • Instrumentos começados por e
Elathalam, pratos, Índia

Elathalam, pratos, Índia