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Zummara é um aerofone de palheta dupla de origem árabe, assemelhando-se a um pequeno clarinete duplo feito de bambu. Este instrumento tradicional encontra-se particularmente associado à ilha de Malta, onde desempenha um papel na sua música folclórica. Em outras regiões do mundo árabe, um instrumento semelhante é frequentemente conhecido por “mejwes”.

A Zummara é caracterizada pela sua construção com dois tubos de bambu paralelos, unidos entre si. Cada tubo possui a sua própria palheta dupla, geralmente feita de cana, e uma série de orifícios para os dedos. O músico sopra simultaneamente nos dois tubos, utilizando os dedos de ambas as mãos para manipular os orifícios e produzir melodias. A presença de dois tubos permite a execução de harmonias simples, frequentemente em intervalos paralelos, ou a duplicação da melodia com ligeiras variações, criando uma textura sonora rica e característica.

O tamanho da Zummara pode variar ligeiramente, mas geralmente é um instrumento compacto e portátil. A sua sonoridade é tipicamente brilhante e penetrante, com um timbre que reflete a vibração das palhetas duplas e a ressonância dos tubos de bambu. Em Malta, a Zummara é tradicionalmente utilizada em festas, celebrações e outros eventos sociais, acompanhando danças folclóricas e canções populares.

A sua semelhança com o “mejwes” encontrado noutras partes do mundo árabe sugere uma origem comum e uma história partilhada dentro das tradições musicais da região. No entanto, a Zummara desenvolveu a sua própria identidade cultural em Malta, tornando-se um símbolo da sua herança musical única. A sua presença contínua na música folclórica maltesa atesta a sua importância e o seu valor para a comunidade local.

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Zummara, Malta

Zummara, Malta

Zaqq foi a forma mais popular da gaita de foles em Malta até à década de 1970, marcando as festividades folclóricas e a vida quotidiana da ilha. Este aerofone de palheta, construído de forma singular com a pele inteira de um animal (como um cão, gato ou cabrito), incluindo as patas e a cauda, distinguia-se de outras gaitas de foles mediterrânicas. A cabeça do animal era removida, e no lugar do pescoço era inserido o ponteiro (is-saqqafa), feito de dois tubos de cana paralelos. Um dos tubos possuía cinco orifícios para a melodia, enquanto o outro tinha apenas um, funcionando como bordão. O ar era insuflado para o saco de pele através de um tubo de sopro (mserka), geralmente feito de cana ou borracha, inserido numa das patas do animal. O som era amplificado por um chifre de boi fixado na extremidade dos ponteiros.

O Zaqq era frequentemente tocado a solo ou acompanhado pelo tanbur, um tambor de moldura maltês. As representações do século XIX mostram frequentemente músicos a tocar Zaqq e tanbur juntos em danças vibrantes. No entanto, com o passar do tempo, o Zaqq perdeu popularidade, sendo gradualmente substituído pelo acordeão, mais fácil de aprender e com maior versatilidade melódica para a música popular da época.

Na década de 1970, restavam poucos tocadores tradicionais de Zaqq em Malta. O último deles, Toni “l-Hammarun” Cachia, faleceu em 2004. Contudo, nos tempos modernos, há um crescente movimento para reanimar o uso deste instrumento icónico. Grupos de música folclórica como Etnika têm desempenhado um papel crucial na redescoberta e na reintrodução do Zaqq na cena musical maltesa contemporânea, reconstruindo instrumentos e ensinando a sua execução às novas gerações, procurando assim preservar uma parte importante da herança cultural de Malta.

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Zaqq, Malta

Zaqq, Malta

Zafzafa é um membranofone de fricção tradicional de Malta, pertencente a uma família de instrumentos musicais encontrados em diversas culturas ao redor do mundo, da Europa à América, África e Ásia. A sua construção é relativamente simples, mas engenhosa: consiste numa membrana única, geralmente feita de pele de animal (como cabra ou ovelha), esticada e firmemente presa na abertura de um pote de barro ou cerâmica. Este pote serve como ressonador, amplificando o som produzido pela vibração da membrana.

A característica distintiva do Zafzafa reside na sua forma de ser tocado. O som é gerado pela fricção de uma vara, geralmente feita de cana ou madeira, contra a superfície da membrana. A vara é mantida firmemente com uma das mãos e movida para cima e para baixo através da membrana, produzindo uma série de vibrações que são amplificadas pelo pote de barro. A intensidade e o timbre do som podem ser controlados pela pressão exercida sobre a vara e pela velocidade do movimento.

O som produzido pelo Zafzafa é frequentemente descrito como um zumbido ou um ronco, com uma qualidade áspera e terrosa, influenciada pelo tamanho e pela forma do pote de barro e pela tensão da membrana. Em Malta, este instrumento tradicionalmente acompanhava certas festividades e rituais, contribuindo para a atmosfera sonora específica desses eventos. Embora não seja um instrumento comum na música popular contemporânea, o Zafzafa representa uma ligação com as práticas musicais folclóricas do passado da ilha.

A sua semelhança com outros membranofones de fricção encontrados globalmente sugere uma possível origem ancestral comum ou uma invenção independente em diferentes culturas para produzir sons rítmicos e vibrantes de forma simples e eficaz. O Zafzafa, com a sua construção humilde e o seu som peculiar, é um testemunho da criatividade humana na exploração das possibilidades sonoras dos materiais disponíveis.

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Zafzafa, Malta

Zafzafa, Malta

Flejguta é um aerofone singular e tradicional de Malta, pertencente à família das flautas. A sua característica mais distintiva é ser uma flauta dupla, construída a partir de dois tubos de cana de bambu paralelos, unidos entre si. Esta construção dupla permite ao músico produzir simultaneamente duas linhas melódicas ou uma melodia acompanhada por um bordão ou harmonia simples, enriquecendo a textura sonora da música.

Cada um dos tubos da Flejguta possui a sua própria série de orifícios para os dedos, permitindo a produção de diferentes notas musicais. Tipicamente, um dos tubos é melódico, possibilitando a execução da melodia principal, enquanto o outro tubo pode ser utilizado para criar um acompanhamento harmónico estático ou uma segunda melodia que se entrelaça com a principal. A técnica de tocar a Flejguta envolve soprar através de ambas as embocaduras simultaneamente e controlar os orifícios com os dedos de ambas as mãos.

A sonoridade da Flejguta é geralmente descrita como doce e pastoral, com a capacidade de produzir harmonias simples mas eficazes devido à sua natureza dupla. É um instrumento intimamente ligado à música folclórica de Malta, sendo tradicionalmente utilizado em festividades, celebrações e como acompanhamento para danças e canções populares. A sua construção em cana de bambu confere-lhe um timbre natural e quente, característico de muitos instrumentos de sopro tradicionais.

A Flejguta representa um importante elemento do património cultural de Malta, testemunhando a criatividade e a engenhosidade na adaptação de materiais naturais para a criação de instrumentos musicais únicos. Embora possa não ser tão conhecida internacionalmente como outros instrumentos de sopro, a sua presença contínua na música tradicional maltesa sublinha a sua importância para a identidade cultural da ilha. 

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Flejguta, Malta

Flejguta, Malta