Enciclopédia de instrumentos musicais do mundo

 Zarb, também conhecido como Tombak, Donbak ou Dombak, é um membranofone de origem persa (antigo Irão) e é considerado o instrumento de percussão principal da música clássica persa. O seu corpo tem uma forma de cálice ou ampulheta, tradicionalmente esculpido numa única peça de madeira de árvores como a nogueira ou o freixo. Uma pele de animal, geralmente de cabra ou cordeiro, é esticada e colada sobre a abertura mais larga do corpo, funcionando como a superfície de percussão.

O Tombak é tipicamente posicionado na diagonal sobre os joelhos do músico, que o percute com as mãos desnudas. Uma variedade de golpes e técnicas são empregados para produzir uma rica paleta de sons e ritmos complexos. Os golpes fundamentais incluem o “tek” (ou “tom”), um som grave e ressonante obtido ao golpear o centro da pele com a palma da mão, e o “bak”, um som mais agudo e estalante produzido ao golpear perto da borda da pele com os dedos.

Para além destes golpes básicos, os tocadores de Tombak utilizam uma variedade de outros toques, incluindo estalos de dedos e golpes na borda do corpo de madeira, enriquecendo ainda mais a expressividade rítmica do instrumento. A técnica de execução exige grande destreza e sensibilidade, permitindo ao músico interagir de forma melódica e rítmica com outros instrumentos e vocalistas na música persa. O Tombak não se limita a marcar o tempo; a sua versatilidade permite a criação de intrincados padrões rítmicos e improvisações complexas, tornando-o um elemento vital na rica tapeçaria sonora da música tradicional iraniana.

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Zarb, Irão

Zarb, Irão

O Gaku-daiko é um tipo de tambor japonês também conhecido como tsuri-daiko. É um instrumento bastante antigo e tradicional, com uma longa história no Japão. É percutido por dois martelos em uma das membranas, que geralmente é feita de couro de vaca esticado em um aro de madeira. A outra membrana serve como uma espécie de ressonador. Os tambores são suspensos por uma corda ou corrente presa no teto ou em um suporte. Isso permite que o tambor seja tocado com maior liberdade de movimento.

É geralmente bastante grande e produz um som profundo e ressonante. É usado tradicionalmente na música japonesa para acompanhar apresentações de danças folclóricas, festivais, cerimónias religiosas e teatro Noh.

Apesar de ser um instrumento bastante antigo, o Gaku-daiko continua a ser tocado. Existem grupos de taiko (tambores japoneses) que se especializam em tocar o Gaku-daiko, preservando sua tradição e criando novas composições para o instrumento.

O Gaku-daiko é um instrumento desafiador de tocar, exigindo habilidade técnica e coordenação dos músicos. Além disso, sua sonoridade poderosa e ressonante adiciona um grande impacto aos espetáculos musicais, tornando-o um instrumento fascinante e envolvente.

(com IA)

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Gaku-daiko, Japão

Gaku-daiko, Japão

Tro é um cordofone de fricção tradicional do Camboja, abrangendo uma família de instrumentos de corda verticalmente arqueados. Estes instrumentos podem ter duas ou três cordas e apresentam corpos construídos em madeira ou coco, com variações regionais e funcionais que lhes conferem nomes distintos, como Tro Khmer, Tro Che, Tro Sau Toch, Tro Sau Thom e Tro U. O termo genérico “Tro Khmer” refere-se frequentemente aos instrumentos de três cordas, enquanto os outros nomes designam variações de dois cordas com características específicas.

A construção típica do Tro envolve um corpo ressonador feito de coco ou madeira, coberto com pele de animal, como cobra ou bezerro, que funciona como tampo harmónico. Um braço de madeira atravessa o corpo, servindo de suporte para as cordas, tradicionalmente de seda, mas atualmente mais comuns em metal para maior durabilidade e brilho sonoro. A tensão das cordas é ajustada por cravelhas na extremidade do braço. Uma ponte, feita de bambu, madeira, osso ou marfim, eleva as cordas sobre a pele.

O Tro é tocado com um arco de crina de cavalo, friccionando as cordas para produzir o som. A técnica de execução varia entre os diferentes tipos de Tro. No Tro Khmer, o arco passa por cima das cordas, enquanto nos outros tipos, o arco pode passar entre as cordas. A mão esquerda do músico pressiona as cordas ao longo do braço para alterar a altura das notas, criando melodias.

Cada tipo de Tro possui um timbre e uma tessitura distintos, adequados a diferentes contextos musicais. O Tro U, por exemplo, tem um corpo de coco e produz um som mais grave, enquanto o Tro Sau Toch (pequeno Tro) e o Tro Sau Thom (grande Tro) possuem corpos de madeira e geralmente um som mais agudo e penetrante. O Tro Che também é um instrumento de duas cordas com características próprias. Estes instrumentos desempenham papéis importantes em ensembles tradicionais cambojanos, acompanhando danças, cerimónias e outras formas de expressão cultural.

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Tro, Cambodja

Tro, Cambodja

Tsymbaly é um cordofone ucraniano pertencente à família dos dulcimers martelados. Caracteriza-se pela sua caixa de ressonância trapezoidal, geralmente feita de madeira, sobre a qual se estendem numerosas cordas de aço ou de bronze, dispostas em grupos de duas a cinco cordas por nota. Estas cordas são percutidas por pequenos martelos leves, feitos de madeira e, por vezes, revestidos a couro ou feltro nas pontas.

A disposição das cordas no Tsymbaly é complexa, cobrindo uma ampla gama de alturas. As cordas são esticadas sobre uma ou mais pontes que atravessam a caixa de ressonância, transmitindo as vibrações para o corpo do instrumento e amplificando o som. A afinação das cordas é feita através de cravelhas localizadas nas extremidades da caixa.

A técnica de execução do Tsymbaly envolve o uso de dois martelos, um em cada mão, para golpear as cordas com precisão e agilidade. Os músicos habilidosos conseguem produzir melodias rápidas e ornamentadas, acordes complexos e arpejos brilhantes, explorando a rica sonoridade e a vasta extensão do instrumento. A intensidade e o timbre do som podem ser variados pela força do golpe e pela parte do martelo utilizada.

O Tsymbaly ocupa um lugar de destaque na música folclórica ucraniana, sendo frequentemente integrado em ensembles com outros instrumentos tradicionais como a bandura, a sopilka e o violino. A sua sonoridade cintilante e vibrante adiciona uma qualidade única às melodias e aos ritmos da música ucraniana, sendo essencial em festas, celebrações e apresentações culturais. Embora partilhe semelhanças com outros dulcimers martelados encontrados em diferentes partes do mundo, o Tsymbaly possui características construtivas e um estilo de execução próprios que o distinguem e o tornam um símbolo da herança musical da Ucrânia.

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Tsymbaly, Ucrânia

Tsymbaly, Ucrânia

Palwei é um instrumento de sopro tradicional da Birmânia (Myanmar) que se apresenta em duas variantes distintas, dependendo da presença ou ausência de uma palheta. Quando possui uma palheta, o instrumento é denominado Khin Palwei, enquanto a versão sem palheta é conhecida como Kyaw Palwei. Ambas as formas desempenham papéis importantes na música folclórica e nas tradições culturais da Birmânia.

O Khin Palwei, com a sua palheta, assemelha-se a um oboé ou a um clarinete primitivo. A palheta, geralmente feita de folha de palma ou outro material vegetal adequado, vibra com o sopro do músico, produzindo o som. O corpo do instrumento é tipicamente cónico ou cilíndrico, feito de madeira ou bambu, e possui uma série de orifícios para os dedos que permitem a alteração da altura das notas. A sonoridade do Khin Palwei é geralmente descrita como nasal e penetrante, capaz de expressar uma ampla gama de melodias e emoções.

Por outro lado, o Kyaw Palwei é uma flauta aberta, semelhante a uma flauta de bisel, onde o som é produzido direcionando o sopro do músico sobre uma aresta afiada numa das extremidades do tubo. Tal como o Khin Palwei, possui orifícios para os dedos ao longo do seu corpo de madeira ou bambu, permitindo a execução de melodias. O timbre do Kyaw Palwei tende a ser mais suave e doce em comparação com a sonoridade mais intensa do Khin Palwei.

Ambas as variantes do Palwei são frequentemente utilizadas em ensembles musicais tradicionais birmaneses, acompanhando danças, cerimónias religiosas e outras celebrações. A escolha entre o Khin Palwei e o Kyaw Palwei pode depender do contexto musical específico e do efeito sonoro desejado. A sua presença na música birmanesa atesta a rica diversidade dos instrumentos de sopro tradicionais desta região do Sudeste Asiático.

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Palwei, Myanmar

Palwei, Myanmar

Pakavaj é um bimembranofone tradicional do norte da Índia, também conhecido por pakhawaj, mardal, pakuaj, pakhvaj e mardala. É frequentemente comparado à mridanga do sul da Índia devido à sua forma cilíndrica e ao uso de peles tensionadas em ambas as extremidades. No entanto, existem diferenças significativas na sua construção, sonoridade e utilização musical.

O corpo do Pakavaj é tipicamente esculpido numa única peça de madeira, como jacarandá ou sândalo, apresentando uma forma de barril mais alongada do que a mridanga. As peles, geralmente de cabra, são fixadas nas extremidades e tensionadas por um sistema de tiras de couro entrelaçadas ao longo do corpo do instrumento. Pequenos blocos de madeira são inseridos sob estas tiras para ajustar a tensão e, consequentemente, a afinação das peles.

Uma característica distintiva do Pakavaj é a aplicação de uma pasta preta permanente (“syahi”) no centro da pele do lado direito (agudo), semelhante à tabla e à mridanga, que contribui para a clareza e a definição das notas agudas. No lado esquerdo (grave), aplica-se uma pasta temporária feita de farinha de trigo e água (“atta”), que é removida após a sessão musical. Esta pasta ajuda a produzir um som grave e ressonante característico.

O Pakavaj é tradicionalmente tocado horizontalmente, colocado sobre um suporte ou no colo do músico, com ambas as mãos a percutir as peles. Produz um som profundo, melodioso e rico em harmónicos. É o instrumento de percussão padrão no estilo vocal Dhrupad e acompanha também o raro instrumento de corda Been. Embora partilhe semelhanças com a mridanga, o Pakavaj possui uma sonoridade mais grave e um papel específico na música clássica do norte da Índia.

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Pakavaj, Índia

Pakavaj, Índia

Também conhecido por pakuaj, pakhvaj, pakavaj e mardala, semelhante a mridanga do sul da Índia, o mardal é um instrumento musical tradicional do norte da Índia, especificamente da região de Odisha.

É um tambor de duas faces feito a partir de uma única peça de madeira. Tem formato cónico, com a parte inferior mais estreita do que a parte superior. As faces do tambor são cobertas com pele de animal, geralmente de cabra.

Uma característica única do mardal é o seu som distintivo. Ele produz uma combinação de graves e agudos, dependendo de quais partes do tambor são tocadas. O músico geralmente usa as mãos para tocar o instrumento, embora também possa usar baquetas de madeira.

O mardal é amplamente utilizado na música clássica indiana, especialmente no género de música odissi, que é originário de Odisha. É um instrumento bastante versátil e pode ser usado tanto para acompanhar danças como para tocar solos intricados.

Além disso, o mardal também desempenha um papel importante em cerimónias religiosas e festivais em Odisha, onde é tocado para acompanhar cantos devocionais e rituais.

O instrumento tem uma longa história na cultura indiana e é considerado uma parte essencial da tradição musical do país.

(com IA)

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.

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Mardal, Índia

Mardal, Índia

Panchamukha vadyam é um imponente tambor indiano de metal, exclusivamente utilizado na música ritualística dos templos. O seu nome, que significa literalmente “instrumento de cinco faces”, reflete a sua característica mais distintiva: cinco superfícies de percussão distintas, cada uma com um nome associado às cinco faces de Shiva, uma das principais divindades do hinduísmo: Sadyojatam, Isanam, Tatpurusham, Aghoram e Vamadevam.

A construção deste instrumento é notável. O corpo é feito de metal, geralmente bronze ou cobre, moldado de forma a criar cinco aberturas circulares, cada uma coberta por uma membrana de pele animal. A membrana central é invariavelmente a maior, produzindo o som mais grave e fundamental. As outras quatro membranas, dispostas ao seu redor, são geralmente menores e afinadas em tons mais agudos, oferecendo uma variedade tonal ao instrumento.

A tensão de cada membrana pode ser ajustada individualmente através de um sistema de cordéis que as prendem à estrutura metálica. Este mecanismo permite ao músico afinar cada face do tambor de acordo com as necessidades do ritual ou da peça musical. O Panchamukha Vadyam é percutido com ambas as mãos, utilizando diferentes técnicas e intensidades para explorar a gama sonora das suas cinco faces.

A sua utilização está estritamente ligada aos ritos e cerimónias dos templos hindus, onde o seu som profundo e multifacetado contribui para a atmosfera sagrada e para a intensidade emocional das práticas religiosas. Acredita-se que o som das suas cinco faces reverbera com as energias das cinco faces de Shiva, invocando a sua presença e bênçãos. Dada a sua natureza sagrada e o seu uso específico, o Panchamukha Vadyam não é comum em contextos musicais seculares, permanecendo um instrumento cerimonial de grande importância cultural e religiosa na Índia.

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Panchamukha vadyam, Índia

Panchamukha vadyam, Índia

Otsuzumi, também conhecido como Okawa, é um tambor bimembranofone japonês que se distingue pela sua forma de ampulheta, característica partilhada com o seu parente menor, o Tsuzumi (ou Kotsuzumi). No entanto, o Otsuzumi é uma versão significativamente maior, o que lhe confere uma sonoridade mais profunda, ressonante e poderosa. Este instrumento desempenha um papel crucial tanto no teatro tradicional japonês, nomeadamente no Noh e no Kabuki, quanto em diversas formas de música folclórica e clássica.

A construção do Otsuzumi envolve um corpo de madeira em forma de ampulheta, geralmente feito de cerejeira. Duas peles de animal, tradicionalmente de veado, são esticadas sobre as extremidades mais largas do corpo e fixadas por cordas de cânhamo intrincadamente entrelaçadas. A tensão destas cordas pode ser ajustada para alterar a afinação do tambor, permitindo aos músicos adaptarem o som às necessidades da peça musical. Pequenos pedaços de papel (“choshi-gami”) são frequentemente inseridos entre as peles e o corpo para refinar ainda mais o timbre.

A técnica de execução do Otsuzumi é altamente ritualizada e exige grande precisão e força. O tambor é geralmente segurado no ombro do músico, que o percute com uma mão usando os dedos e a palma, enquanto a outra mão ajusta a tensão das cordas para modificar o tom imediatamente antes ou durante o golpe. Esta manipulação da tensão permite a produção de uma variedade de sons, desde um estrondo seco e agudo até um rugido profundo e prolongado.

No teatro Noh, o Otsuzumi, juntamente com o Kotsuzumi e os tambores Taiko e Shime-daiko, forma a parte percussiva essencial, conhecida como “hayashi”. Cada tambor possui um papel específico na estrutura rítmica e na atmosfera da peça. A sonoridade grave e imponente do Otsuzumi contribui para os momentos de clímax e para a intensidade dramática das representações. A sua presença na música tradicional japonesa sublinha a sua importância cultural e a sua rica herança sonora.

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Otsuzumi, Japão

Otsuzumi, Japão

Vielle, termo francês para viela (não confundir com a vielle à roue, ou zanfona), é um instrumento de corda friccionada de suma importância na música da Época Medieval, sendo considerada a precursora direta do violino. Surgiu na Europa por volta do século X, com uma possível origem na lira bizantina, que por sua vez derivava do rabab árabe, evidenciando uma rica linhagem de instrumentos de corda arqueados.

A vielle medieval caracterizava-se por um corpo ligeiramente mais profundo que o do violino moderno e apresentava semelhanças com a lira da braccio renascentista. No entanto, ao longo dos séculos da Idade Média, as vielas exibiram uma notável variedade em tamanho e forma. Podiam apresentar corpos ovais, em forma de oito, ou até mesmo mais angulares, com diferentes números de cordas, geralmente entre três e cinco. Estas cordas, feitas de tripa de animal, eram afinadas de diversas maneiras, dependendo da região e do período.

A vielle era tocada segurando-a no colo, no ombro ou apoiada no braço, e as cordas eram friccionadas com um arco de madeira e crina de cavalo. A técnica de execução permitia a produção de melodias lineares e, em algumas ocasiões, harmonias simples através da fricção de múltiplas cordas simultaneamente. Era um instrumento versátil, utilizado tanto na música sacra quanto na música secular, acompanhando cantos, danças e narrativas épicas.

A sua importância reside no seu papel como elo de ligação entre os instrumentos de corda arqueados do mundo islâmico e bizantino e a família do violino que viria a dominar a música ocidental. A vielle medieval, com a sua diversidade de formas e a sua sonoridade característica, ecoou pelos salões e pelas cortes da Europa medieval, deixando um legado fundamental na história da música.

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Vielle, França

Vielle, França