Enciclopédia de instrumentos musicais do mundo

Trigonon era uma pequena harpa triangular utilizada na Grécia Antiga, com fortes indícios de ter sido introduzida a partir de culturas orientais mais antigas, provavelmente a Assíria ou o Egito. Sua estrutura era caracterizada por uma caixa de ressonância pequena e triangular, da qual se estendiam duas barras laterais que convergiam num vértice. As cordas, feitas de tripa animal ou possivelmente linho, eram esticadas entre a caixa de ressonância e a barra superior, variando em número dependendo do tamanho do instrumento, mas geralmente em menor quantidade do que as harpas maiores.

O trigonon era um instrumento portátil, facilmente manuseado pelo músico, que o dedilhava com os dedos de ambas as mãos. A sua sonoridade era provavelmente delicada e lírica, adequada para acompanhamento vocal, recitação de poesia ou pequenas performances em ambientes íntimos. Embora não fosse tão proeminente quanto a lira ou a cítara na iconografia grega, o trigonon aparece em algumas representações artísticas, sugerindo que tinha um lugar, ainda que modesto, na vida musical da época.

A sua origem estrangeira pode ter conferido ao trigonon um certo exotismo ou associação com práticas musicais específicas. A sua forma triangular distinta o diferenciava de outros cordofones gregos mais comuns. Com o tempo, o trigonon parece ter evoluído ou sido substituído por outros tipos de harpas, mas a sua existência na Grécia Antiga atesta a influência de outras culturas musicais e a diversidade de instrumentos presentes no mundo helénico. A sua descrição como uma “pequena harpa” sugere um papel mais discreto, mas não menos significativo, na tapeçaria sonora da antiguidade clássica.

Nos instrumentos da categoria 3 (cordofones) do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, o som é produzido principalmente pela vibração de uma ou mais cordas em tensão.

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Trigonon, Grécia Antiga

Trigonon, Grécia Antiga

O Tsugaru-shamisen é um instrumento de corda tradicional japonês originário da região de Tsugaru, localizada na província de Aomori, no norte do Japão. É uma variante do shamisen, que consiste em uma caixa de ressonância, um pescoço longo e três cordas de seda.

O Tsugaru-shamisen é conhecido pelo seu som poderoso e virtuosismo técnico. Os músicos que tocam este instrumento são chamados de “Tsugaru-jamisenka”. Eles desenvolvem uma técnica de tocar rápida e complexa usando palhetas.

É frequentemente associado a um género musical chamado “Tsugaru-jamisen”. Essa forma de música é caracterizada por ritmos intensos, aceleração rápida das notas e improvisação emocional. O repertório inclui músicas folclóricas tradicionais, bem como interpretações modernas e arranjos de música contemporânea.

Nos últimos anos, o Tsugaru-shamisen ganhou popularidade fora do Japão, e muitos músicos têm explorado influências de outros géneros, incorporando elementos de jazz, rock e música clássica. É frequentemente usado em concertos e gravações de música tradicional japonesa.

(com IA)

Situa-se no índice 31 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais (cordofones simples, compostos de cordas esticadas em um suporte) com caixa de ressonância, neste caso.

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Tsugaru-shamisen, Japão

Tsugaru-shamisen, Japão

Tsenatsil é um idiofone de agitamento, intimamente aparentado ao sistro, que desempenha um papel significativo nas cerimónias litúrgicas da Igreja Copta Ortodoxa na Etiópia. Tal como o seu parente mais conhecido do Antigo Egito, o tsenatsil consiste numa estrutura, geralmente em forma de U ou ferradura, feita de metal, à qual são presas pequenas placas ou discos metálicos móveis, geralmente em forma de anéis ou pequenos sinos. Estas peças soltas são capazes de vibrar e produzir um som característico quando o instrumento é agitado.

A estrutura metálica do tsenatsil pode ser decorada com gravuras ou desenhos simbólicos, refletindo a sua importância religiosa. O tamanho e o material do instrumento podem variar ligeiramente, mas o princípio sonoro permanece o mesmo: o movimento das peças metálicas entre si e contra a estrutura principal gera um som rítmico, metálico e tilintante. A intensidade e o ritmo do som produzido dependem da forma como o instrumento é agitado pelo tocador, permitindo uma variedade de expressões rítmicas dentro do contexto cerimonial.

No contexto das cerimónias da Igreja Copta Etíope, o tsenatsil é frequentemente utilizado para marcar o ritmo dos cânticos e das orações, acompanhando os movimentos litúrgicos e enfatizando momentos importantes do serviço religioso. A sua sonoridade distinta contribui para a atmosfera solene e espiritual das celebrações, criando uma ligação sonora com as tradições ancestrais e a história da fé copta na Etiópia. A sua semelhança com o sistro egípcio sublinha as profundas raízes históricas e culturais que ligam a Igreja Copta às antigas tradições do Vale do Nilo. O tsenatsil não é apenas um instrumento musical, mas um objeto litúrgico com um significado simbólico e funcional dentro do culto copta etíope.

É um idiofone percutido sem intenção melódica (é de altura indefinida). Na categoria 1 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, o som é produzido primariamente pela vibração do corpo do instrumento ou por alguma de suas partes, mas esta vibração deve-se à própria elasticidade do material, sem tensão adicional nem cordas, membranas ou colunas de ar.

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Tsenatsil, Etiópia

Tsenatsil, Etiópia

Tabor é um tambor bimembranofone com uma rica história que remonta à Idade Média, mantendo-se como um instrumento tradicional em algumas regiões, notavelmente na Inglaterra. Caracteriza-se pela sua forma cilíndrica, geralmente mais longa do que larga, e por possuir duas peles (membranas) esticadas em ambas as extremidades, fixadas por um sistema de aros e cordas ou tiras de couro que permitem ajustar a tensão e, consequentemente, a afinação do tambor.

Uma das características mais distintivas do tabor é a sua tradicional associação com uma pequena flauta de bisel chamada pipe. Historicamente, e ainda hoje em algumas práticas folclóricas, o tabor é frequentemente tocado simultaneamente com o pipe por um único músico. Esta técnica engenhosa envolve o tocador segurando o pipe com uma mão (geralmente a esquerda) e dedilhando as notas, enquanto a outra mão (geralmente a direita) percute o tabor com uma única baqueta. Esta combinação permitia a um único исполнитель fornecer tanto a melodia quanto o acompanhamento rítmico para danças e celebrações.

O som do tabor pode variar dependendo do seu tamanho, da tensão das peles e do tipo de baqueta utilizada. Geralmente, produz um som grave e ressonante, fornecendo uma base rítmica sólida para a melodia da flauta. Na Inglaterra, o tabor e o pipe têm uma longa tradição na música folclórica, especialmente em procissões, festivais e danças morris. Existem diferentes tamanhos de tabor, desde modelos pequenos e portáteis até tambores maiores com um som mais profundo.

Ao longo da história, o tabor também encontrou o seu lugar em contextos militares e cerimoniais. A sua capacidade de ser tocado simultaneamente com uma flauta por um único músico demonstra a sua versatilidade e a engenhosidade das tradições musicais medievais e folclóricas. A combinação do tabor e do pipe continua a ser uma sonoridade emblemática da música tradicional inglesa.

Tabor

Tabor

Taishogoto, também conhecido como harpa de Nagoia, é um instrumento de corda tradicional japonês que surgiu durante o período Taisho (1912-1926). É um cordofone composto, o que significa que a caixa de ressonância é parte integrante e indispensável do instrumento.

O Taishogoto possui uma caixa longa e oca com várias cordas estendidas ao longo do seu comprimento. Acima das cordas, existe um conjunto de teclas numeradas semelhantes às de uma máquina de escrever. Ao pressionar estas teclas, as cordas são encurtadas ou “fretadas”, alterando a sua afinação. O instrumento é tocado longitudinalmente, sendo as cordas dedilhadas ou rasgadas com uma palheta.

Existem diferentes tipos de Taishogoto, variando no número de cordas e na sua tessitura. O soprano geralmente tem 5 ou 6 cordas, o alto tem 4 ou 5, enquanto o tenor e o baixo possuem apenas 1 ou 2 cordas. As cordas melódicas são frequentemente afinadas em oitavas de sol, e as cordas de bordão em ré.

O Taishogoto apresenta semelhanças com o bulbul tarang da Índia e a akkordolia da Alemanha, instrumentos que também utilizam um teclado para alterar o comprimento das cordas. No Japão, o Taishogoto ganhou popularidade como um passatempo amador e ainda hoje é tocado, frequentemente com versões eletrificadas para interpretar canções populares japonesas e ocidentais. O seu som único pode evocar a sonoridade de uma harpa ou de outros instrumentos de corda metálicos, como o dulcimer.

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

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Taishogoto, Japão

Taishogoto, Japão

Talharpa, também conhecida como tagelharpa, é um instrumento de cordas friccionadas tradicional da Estónia. Classificada como um cordofone de arco, a sua característica distintiva é a sua construção simples e robusta. Apresenta uma caixa de ressonância retangular, geralmente esculpida numa única peça de madeira, e tradicionalmente possui quatro cordas.

As cordas da Talharpa são historicamente feitas de crina de cavalo, embora versões modernas possam utilizar materiais sintéticos. Estas cordas estendem-se ao longo do corpo do instrumento e passam sobre uma ponte. A afinação das cordas varia, mas frequentemente inclui intervalos de quintas ou quartas.

A Talharpa é tocada segurando-a verticalmente no colo ou apoiada no ombro. O som é produzido friccionando as cordas com um arco curto, também tradicionalmente feito com crina de cavalo. A técnica de execução envolve frequentemente o uso dos dedos da mão esquerda para pressionar as cordas em pontos específicos, alterando assim a sua afinação e produzindo diferentes notas.

A sonoridade da Talharpa é descrita como melancólica e ressonante, com uma qualidade vocal única. Devido à sua construção e materiais, possui um timbre distinto que a diferencia de outros instrumentos de cordas friccionadas. A Talharpa partilha semelhanças com o jouhikko finlandês e o crwth galês, instrumentos que também pertencem à família das liras de arco nórdicas e bálticas, refletindo uma herança musical comum na região. Embora a sua popularidade tenha diminuído ao longo do tempo, tem havido um ressurgimento do interesse pela Talharpa na música folclórica estoniana contemporânea.

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável. Nos instrumentos da categoria “cordofone”, o som é produzido principalmente pela vibração de uma ou mais cordas tensionadas.

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  • Cordofones de arco
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Talharpa, Estónia

Talharpa, Estónia

Tagelharpa, também conhecida como Talharpa, é um instrumento de cordas friccionadas tradicional da Estónia. Caracteriza-se pela sua construção simples e robusta, apresentando uma caixa de ressonância retangular, frequentemente esculpida numa única peça de madeira. Tradicionalmente, possui quatro cordas, historicamente feitas de crina de cavalo, embora versões modernas possam usar materiais sintéticos.

As cordas estendem-se ao longo do corpo do instrumento, passando sobre uma ponte. A afinação varia, mas frequentemente inclui intervalos de quintas ou quartas. A Tagelharpa é tocada verticalmente, apoiada no colo ou ombro, e o som é produzido friccionando as cordas com um arco curto, também tradicionalmente feito de crina de cavalo.

A técnica de execução envolve o uso dos dedos da mão esquerda para pressionar as cordas em pontos específicos, alterando a sua afinação. A sonoridade da Tagelharpa é descrita como melancólica e ressonante, com um timbre distinto.

A Tagelharpa partilha semelhanças com o jouhikko finlandês e o crwth galês, instrumentos da família das liras de arco nórdicas e bálticas. Apesar de um declínio na sua popularidade, tem havido um ressurgimento do interesse pela Tagelharpa na música folclórica estoniana contemporânea.

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável. Nos instrumentos da categoria “cordofone”, o som é produzido principalmente pela vibração de uma ou mais cordas tensionadas.

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Tagelharpa, Estónia

Tagelharpa, Estónia

Tamak é um instrumento de percussão tradicional do povo Santal, uma comunidade indígena que reside principalmente nos estados orientais da Índia, como Jharkhand, Bengala Ocidental e Odisha. É um tambor de formato semelhante ao tímpano ou timbale, com um corpo geralmente feito de metal fino, moldado como uma grande tigela ou um hemisfério. A abertura do tambor é coberta por uma membrana de pele de animal, tradicionalmente couro de boi, que é esticada firmemente sobre a borda.

O Tamak é tocado batendo na membrana com duas baquetas, geralmente feitas de madeira. O som produzido é profundo e ressonante, e o ritmo do Tamak desempenha um papel fundamental na música e nas danças tradicionais Santal. Acredita-se que o instrumento possua um significado espiritual especial e é frequentemente usado em cerimônias religiosas e festivais Santal.

Existem Tamaks de diferentes tamanhos; alguns são pequenos o suficiente para serem pendurados no pescoço e tocados durante a dança, enquanto outros são maiores e podem até exigir duas pessoas para serem transportados. Os Tamaks maiores são, por vezes, usados durante as tradicionais caçadas comunitárias Santal (Sendra). Em conjunto com outros instrumentos como o Tumdak (outro tipo de tambor) e a flauta Tirio, o Tamak é essencial para criar a rica tapeçaria sonora da música Santal. O seu ritmo marca frequentemente o padrão métrico básico para as várias formas de dança Santal, como Lagne, Dong e Baha.

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Tamak, Índia

Tamak, Índia

Swarbat, também grafado como Swarabat ou Swaragat, é um instrumento de corda dedilhada único, originário do sul da Índia. Sua característica mais distintiva é o seu corpo circular, que o diferencia de muitos outros instrumentos de corda tradicionais indianos. Este corpo circular, geralmente feito de madeira, funciona como uma caixa de ressonância, amplificando o som produzido pelas cordas vibrantes.

O número de cordas do Swarbat pode variar, mas geralmente possui entre cinco e sete cordas principais, afinadas para diferentes notas dentro de uma determinada escala musical ou raga. Estas cordas são esticadas sobre uma ponte e ao longo de um braço curto, fixando-se em cravelhas na extremidade do instrumento para ajuste da afinação.

O Swarbat é tocado dedilhando as cordas com um plectro, também conhecido como mizrab. O músico segura o instrumento perto do corpo e usa o plectro para produzir melodias e ritmos complexos. A técnica de dedilhado pode envolver padrões intrincados e ornamentações, características da música carnática, o sistema de música clássica do sul da Índia.

Embora não seja tão comum quanto outros instrumentos clássicos do sul da Índia, como a veena ou o sitar, o Swarbat possui um timbre distinto e suave. É frequentemente utilizado em apresentações de música clássica carnática, tanto como instrumento solista quanto como acompanhamento para vocalistas. A sua forma única e sonoridade melódica contribuem para a rica diversidade da música tradicional indiana. O Swarbat representa uma parte valiosa do património musical do sul da Índia, embora possa não ter a mesma visibilidade global de outros instrumentos indianos mais populares.

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Swarbat, Índia

Swarbat, Índia

Schwyzerörgeli é um tipo específico de acordeão diatónico de botões que ocupa um lugar central na música folclórica suíça. O seu nome deriva do cantão de Schwyz, na Suíça central, onde este instrumento característico foi desenvolvido e ganhou popularidade. É um membro da família dos acordeões, mas distingue-se por suas características de design e sonoridade particulares, intimamente ligadas à tradição musical suíça.

Como um acordeão diatónico, o Schwyzerörgeli produz diferentes notas dependendo da direção do fole (abrir ou fechar) para cada botão. Esta característica influencia fortemente o estilo de tocar e os tipos de melodias que são tipicamente executadas no instrumento. Possui um número variável de botões na mão direita, geralmente dispostos em uma ou duas filas, que produzem as notas melódicas. A mão esquerda possui botões de baixo e acorde, fornecendo uma base harmónica para a melodia.

O Schwyzerörgeli é conhecido pelo seu som brilhante e penetrante, que se adapta perfeitamente às melodias alegres e ritmos animados da música folclórica suíça. É um instrumento essencial em muitas formações musicais tradicionais suíças, acompanhando frequentemente danças folclóricas e canções populares. O seu repertório inclui valsas, polcas, schottisches e outras danças típicas da região alpina.

Embora existam variações regionais e fabricantes diferentes, o Schwyzerörgeli mantém características de design consistentes que o distinguem de outros acordeões diatónicos encontrados noutras partes do mundo. A sua importância cultural na Suíça é inegável, sendo um símbolo da identidade musical do país e um instrumento vibrante que continua a ser tocado e apreciado por gerações.

É um instrumento do grupo 422 (no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais), um aerofone de palheta em que o músico provoca movimento de ar colocando a palheta em vibração.

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Schwyzerogeli, Suiça

Schwyzerogeli, Suiça