Instrumentos musicais do continente asiático

Zerbaghali é um tambor unimembranofone em forma de cálice, ecoa os ritmos ancestrais do Afeganistão. Este instrumento de percussão ressoa com a sua própria identidade sonora, embora partilhe uma linhagem comum com outros tambores em forma de cálice da região, como a darbuka de Marrocos e o dombek do Azerbaijão. Esta semelhança estrutural sugere um intercâmbio cultural e musical ao longo da história destas terras.

A sua forma de cálice, mais larga no topo e estreitando-se para uma base inferior, influencia diretamente a qualidade do seu som. A membrana, geralmente feita de pele de animal esticada sobre a abertura mais larga, é percutida com as mãos e os dedos para produzir uma variedade de tons e ritmos. A ressonância dentro do corpo em forma de cálice amplifica o som, conferindo-lhe projeção e um timbre característico que pode variar de graves profundos a agudos estaladiços, dependendo do ponto de impacto e da técnica do percussionista.

No tecido musical do Afeganistão, o zerbaghali desempenha um papel fundamental, marcando o pulso rítmico de diversas formas musicais. Acompanha canções folclóricas, danças tradicionais e outras celebrações culturais, fornecendo a base rítmica que sustenta a melodia e a expressão artística. A habilidade do tocador de zerbaghali reside na sua capacidade de criar padrões rítmicos complexos e envolventes, utilizando uma variedade de golpes e técnicas manuais.

A presença do zerbaghali na música afegã é um testemunho da rica herança cultural do país. A sua ligação com instrumentos semelhantes em regiões vizinhas sublinha a história de trocas e influências musicais no Médio Oriente e na Ásia Central. Apesar das turbulências históricas, o zerbaghali continua a ser um símbolo da identidade musical afegã, transmitindo a sua voz única através das gerações e enriquecendo o panorama sonoro da região. A sua forma distinta e a sua sonoridade vibrante garantem-lhe um lugar especial no coração da música tradicional do Afeganistão.

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  • Instrumentos musicais do Azerbaijão
  • tambores percutidos
  • tambores em forma de cálice
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Zerbaghali, Azerbajão

Zerbaghali, Azerbajão

O udukai é um instrumento de percussão originário da Índia, especialmente utilizado em orações e cerimónias religiosas no estado de Tamil Nadu. Ele é considerado um bimembranofone, ou seja, possui duas membranas que são percutidas para produzir som.

O formato do udukai é semelhante a outros tambores em forma de ampulheta, com um corpo alongado e uma cintura mais estreita. Geralmente, é feito com madeira e pele de cabra ou de veado, que são as membranas responsáveis pela ressonância do som.

Para tocar o udukai, uma mão agarra um laço que se encontra ao redor do corpo do instrumento, enquanto a outra mão percuti as membranas com os dedos ou com um objeto como uma baqueta ou palheta. O músico pode produzir diferentes sons e ritmos variando a força e técnica de percussão nas membranas.

O udukai é bastante popular no folclore de Tamil Nadu, sendo utilizado em espetáculos de música tradicional e danças folclóricas. É considerado um instrumento de grande importância cultural e espiritual na região, sendo utilizado principalmente em orações e cerimónias religiosas para acompanhar cantos e recitações sagradas.

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  • Instrumentos musicais da Índia
  • tambores em forma de ampulheta
  • Instrumentos começados por u
Udukai, Índia

Udukai, Índia

Yatga, também conhecido como yatuga ou yataga, é um cordofone elegante e ancestral pertencente à família das cítaras, profundamente enraizado na tradição musical da Mongólia. Distingue-se pela sua longa caixa de ressonância trapezoidal, sobre a qual se estendem um número variável de cordas, tradicionalmente feitas de seda ou tripa, que são beliscadas com os dedos ou com plectros. A sua sonoridade delicada e lírica evoca as vastas paisagens e a rica história da Mongólia.

Uma característica socialmente significativa do yatga reside na distinção histórica entre o número de cordas dos instrumentos permitidos a diferentes estratos da sociedade. A yatga de 12 cordas era outrora um privilégio exclusivo das cortes reais e dos mosteiros budistas, onde a sua música solene e refinada adornava cerimónias e momentos de contemplação. Esta proibição impedia os pastores, a maioria da população mongol, de tocar este instrumento de maior complexidade.

Em contraste, os pastores tinham acesso à yatga de 10 cordas. Embora mais simples em termos de alcance e possibilidades harmónicas, esta versão do instrumento desempenhava um papel vital na sua vida quotidiana, acompanhando canções folclóricas, narrativas épicas e momentos de lazer nas vastas estepes. Esta diferenciação social através do número de cordas do yatga reflete uma estrutura hierárquica e um controlo cultural sobre a prática musical.

Hoje, estas restrições históricas diminuíram, e ambas as versões do yatga são apreciadas e tocadas por músicos de diversas origens na Mongólia e além-fronteiras. O yatga continua a ser um símbolo da identidade musical mongol, com a sua sonoridade única a evocar a serenidade das estepes e a riqueza da sua herança cultural. Seja nas suas versões de 10 ou 12 cordas, o yatga mantém o seu lugar como um instrumento de beleza e significado na tapeçaria sonora da Mongólia.

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  • Instrumentos musicais da Mongólia
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  • Instrumentos de corda dedilhada
  • Família das cítaras
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Yatga, Mongólia

Yatga, Mongólia

Alghoza, um instrumento de sopro melódico com raízes profundas no Paquistão, ecoa pelos campos e celebrações com os seus sons distintos. Conhecido por uma variedade de nomes regionais, como jorhi, pawa jorhi, do nali, donal, giraw, satara ou nagoze, o alghoza é singular na sua construção e técnica de execução. Ele consiste fundamentalmente em duas flautas de cana ou madeira, ligadas entre si, que são tocadas simultaneamente pelo mesmo músico.

Uma das flautas do alghoza é dedicada à melodia principal, tecendo os intrincados desenhos sonoros da música tradicional paquistanesa. A outra flauta desempenha o papel de bordão, produzindo uma nota contínua eDrone que serve de base harmónica para a melodia. Esta combinação de melodia e bordão confere ao alghoza uma sonoridade rica e hipnótica, muitas vezes associada a atmosferas pastoris, canções folclóricas e danças vibrantes.

A técnica de tocar o alghoza exige uma habilidade considerável. O músico utiliza uma respiração circular, inalando pelo nariz enquanto exala pela boca, para manter um fluxo de ar contínuo através das duas flautas. Os dedos deslizam pelos orifícios das flautas, controlando as alturas das notas melódicas, enquanto a segunda flauta emite o seu som constante. A destreza do tocador reside na capacidade de coordenar a respiração e os movimentos dos dedos para criar melodias expressivas sobre o fundo do bordão.

O alghoza é um instrumento essencial em muitas tradições musicais do Paquistão, sendo frequentemente ouvido em festivais rurais, casamentos e outras celebrações. A sua sonoridade evoca a paisagem e o espírito do país, ligando as pessoas às suas raízes culturais. Apesar da sua construção relativamente simples, o alghoza é capaz de produzir uma gama surpreendente de emoções, desde a alegria contagiante até à melancolia profunda. A sua presença continua a ser uma parte vibrante e essencial da herança musical do Paquistão.

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  • Instrumentos musicais do Paquistão
  • Instrumentos de sopro de aresta
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Alghoza, Paquistão

Alghoza, Paquistão

Naqqara (naqareh, nagara, nagada) é um tambor tradicional do Médio Oriente, Turquia e Índia, que está provavelmente na origem dos timbales usados na Europa.

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  • Instrumentos musicais do Médio Oriente
  • tambores percutidos
  • Instrumentos começados por n
Naqqara, Museum of Fine Artes, Boston

Naqqara, Museum of Fine Artes, Boston

Matouqin, também conhecido como morinhuur, é um instrumento musical tradicional da Mongólia. É semelhante ao violino, com duas cordas e uma voluta em forma de cabeça de cavalo. Sua caixa de ressonância é trapezoidal.

É um dos instrumentos favoritos da etnia mongol e desempenha um papel importante na música folclórica e na cultura mongol. É frequentemente usado para acompanhar canções tradicionais, danças e concertos de canto de garganta mongol.

O nome original do matouqin era “xiqin” ou “xiangzhuoer”, e o instrumento passou por modificações ao longo do tempo para chegar à forma atual. Existem várias variações do matouqin, dependendo da região da Mongólia, mas todas têm características semelhantes.

O matouqin é frequentemente feito de madeira de árvores locais, como cedro ou lariço, e utiliza crina de cavalo como cordas. A técnica de tocá-lo envolve o uso de um arco feito de crina de cavalo ou de outras fibras, além de dedilhar as cordas com os dedos da mão esquerda para produzir diferentes tons.

A música tocada no matouqin é caracterizada pela melodia graciosa e fluida, juntamente com o estilo vocal peculiar da música tradicional mongol. É comum encontrar atuações de matouqin em festivais, apresentações de dança e até concursos de música mongol.

Nos últimos anos, o matouqin ganhou popularidade fora da Mongólia e tem sido usado em colaborações com músicos de várias partes do mundo. A sua presença em bandas sonoras de filmes e em álbuns de música do género world music contribui para sua visibilidade global.

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Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

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  • Instrumentos musicais da China
  • Instrumentos de corda friccionada
  • Cordofones de arco
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Matougin, China

Matougin, China

Dômra, cordofone russo de timbre vibrante e história rica, distingue-se pela sua caixa de ressonância arredondada, uma característica que lhe confere uma sonoridade encorpada e ressonante. O seu braço alongado suporta cordas metálicas, geralmente em número de três ou quatro, que são beliscadas com um plectro para produzir melodias ágeis e expressivas. A utilização de cordas metálicas contribui para um som brilhante e com boa projeção, adequado tanto para performances delicadas quanto para passagens mais vigorosas.

A versatilidade da dômra permite a sua integração em diversos contextos musicais. Como instrumento solista, a dômra é capaz de exibir a sua capacidade melódica e rítmica, interpretando peças tradicionais e contemporâneas com nuances expressivas. Em pequenos agrupamentos instrumentais, a sua voz se entrelaça com outros instrumentos, enriquecendo a textura sonora e contribuindo para a harmonia do conjunto. A sua presença em orquestras, particularmente em orquestras de instrumentos folclóricos russos, demonstra a sua importância na música erudita do país, onde desempenha tanto papéis melódicos de destaque quanto funções de acompanhamento.

A forma arredondada da caixa de ressonância, construída tradicionalmente com madeira, influencia a maneira como o som é projetado, conferindo-lhe uma qualidade quente e ressonante. O braço longo, desprovido de trastes em algumas versões mais antigas, permite uma grande liberdade de expressão e a execução de glissandos característicos da música folclórica russa. As versões modernas frequentemente incorporam trastes, facilitando a precisão na execução de melodias e acordes.

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  • Instrumentos musicais da Rússia
  • Instrumentos começados por d
Dômra, Rússia

Dômra, Rússia

Mizmar, aerofone de palheta dupla com uma sonoridade penetrante e distintiva, ecoa pelas tradições musicais do Egito, da Turquia e do Próximo Oriente. Caracterizado por um tubo cónico geralmente feito de madeira, o mizmar possui sete orifícios de digitação que permitem ao músico produzir uma gama melódica rica e expressiva. A sua palheta dupla, similar à do oboé ou do fagote, contribui para o seu timbre agudo e por vezes nasal, que se destaca em ensembles e em performances a solo.

Apesar da sua construção relativamente simples, o mizmar é capaz de produzir uma variedade de melodias intrincadas e ornamentadas, características da música tradicional destas regiões. A técnica de tocar o mizmar exige um controlo preciso da respiração e da embocadura para manipular as nuances tonais e expressivas do instrumento. Os músicos frequentemente utilizam a respiração circular para manter um fluxo de som contínuo, permitindo a execução de frases musicais longas e complexas.

No Egito, na Turquia e no Próximo Oriente, o mizmar desempenha um papel importante em diversos contextos sociais e culturais. É frequentemente ouvido em festivais, casamentos, procissões e outras celebrações, onde a sua sonoridade vibrante e alegre contribui para a atmosfera festiva. Em algumas tradições sufis, o mizmar também pode ter um significado espiritual, sendo utilizado em cerimónias religiosas.

As variações regionais do mizmar podem apresentar ligeiras diferenças no tamanho, no material de construção e no número de orifícios, resultando em timbres e possibilidades musicais distintas. No entanto, a sua característica fundamental de ser um aerofone de palheta dupla com uma sonoridade marcante permanece consistente. O mizmar é um elo sonoro com o passado musical destas terras, mantendo viva uma tradição rica e diversificada através das suas melodias inconfundíveis. A sua voz continua a ressoar, celebrando a cultura e a história do Egito, da Turquia e do Próximo Oriente.

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  • Instrumentos musicais da Turquia
  • Aerofones de palheta dupla
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Mizmar, Turquia

Mizmar, Turquia

O koto é um instrumento de cordas tradicional do Japão que foi introduzido no país por músicos chineses e coreanos no século VII. É um cordofone japonês de treze cordas que são dedilhadas, e possui uma caixa na horizontal com cerca de 1,8 metros de comprimento.

O koto é semelhante a outros instrumentos de cordas utilizados em outros países da região, como o zheng chinês, o yatga da Mongólia e o gayageum da Coreia. Todos esses instrumentos compartilham características semelhantes, como a caixa horizontal e o número de cordas.

O koto é tocado utilizando palhetas de plectro chamadas “tsume”, que são unhas artificiais fixadas nos dedos médio, indicador e polegar. As cordas são dedilhadas enquanto o músico usa as mãos para produzir variações na intensidade e na duração das notas.

Ao longo dos séculos, o koto foi-se desenvolvendo e adaptou-se às influências musicais japonesas, resultando em diferentes estilos e variações do instrumento. É comumente encontrado em apresentações a solo, mas também pode ser combinado com outros instrumentos tradicionais japoneses, como o shamisen e a flauta Shakuhachi.

O koto é reconhecido como um símbolo da música tradicional japonesa e continua a ser apreciado tanto em espetáculos tradicionais quanto contemporâneos. É considerado um instrumento elegante e expressivo, com sua bela sonoridade evocando os elementos da cultura japonesa.

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Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

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  • Instrumentos musicais do Japão
  • Instrumento de corda dedilhada
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Koto, Japão

Koto, Japão

Guzheng, ou gu-zheng, ou simplesmente zheng, é um instrumento tradicional chinês, o ancestral de diversas cítaras asiáticas, como a koto (Japão), o yatga (Mongólia), a gayageum (Coreia) e djan tranh (Vietname). Guzheng significa “antiga cítara”. É um grande instrumento da família das cítaras de mesa que remonta a mais de 2.500 anos.

Ele possui uma caixa de ressonância plana que é colocada sobre uma mesa ou suporte. O instrumento possui 21 ou mais cordas, que são feitas de seda e aço, e são tocadas usando plectros presos aos dedos.

É um instrumento versátil, capaz de tocar uma ampla variedade de estilos musicais, desde músicas tradicionais chinesas até peças contemporâneas. Cada corda do instrumento pode ser afinada individualmente, o que permite ao músico criar uma ampla variedade de sons.

O Guzheng também é conhecido pela sua técnica de execução, que envolve a utilização de técnicas como o tremolo, o glissando e o trinado. Além disso, a música tocada no Guzheng geralmente é acompanhada por técnicas de embelezamento, como vibratos.

O instrumento desempenha um papel importante na música tradicional chinesa e é amplamente usado em atuações a solo, música de câmara e até mesmo em orquestras. 

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Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

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  • Instrumentos de corda dedilhada
Gu-zheng, China

Gu-zheng, China