Vielle, França
Vielle, termo francês para viela (não confundir com a vielle à roue, ou zanfona), é um instrumento de corda friccionada de suma importância na música da Época Medieval, sendo considerada a precursora direta do violino. Surgiu na Europa por volta do século X, com uma possível origem na lira bizantina, que por sua vez derivava do rabab árabe, evidenciando uma rica linhagem de instrumentos de corda arqueados.
A vielle medieval caracterizava-se por um corpo ligeiramente mais profundo que o do violino moderno e apresentava semelhanças com a lira da braccio renascentista. No entanto, ao longo dos séculos da Idade Média, as vielas exibiram uma notável variedade em tamanho e forma. Podiam apresentar corpos ovais, em forma de oito, ou até mesmo mais angulares, com diferentes números de cordas, geralmente entre três e cinco. Estas cordas, feitas de tripa de animal, eram afinadas de diversas maneiras, dependendo da região e do período.
A vielle era tocada segurando-a no colo, no ombro ou apoiada no braço, e as cordas eram friccionadas com um arco de madeira e crina de cavalo. A técnica de execução permitia a produção de melodias lineares e, em algumas ocasiões, harmonias simples através da fricção de múltiplas cordas simultaneamente. Era um instrumento versátil, utilizado tanto na música sacra quanto na música secular, acompanhando cantos, danças e narrativas épicas.
A sua importância reside no seu papel como elo de ligação entre os instrumentos de corda arqueados do mundo islâmico e bizantino e a família do violino que viria a dominar a música ocidental. A vielle medieval, com a sua diversidade de formas e a sua sonoridade característica, ecoou pelos salões e pelas cortes da Europa medieval, deixando um legado fundamental na história da música.
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