Consola do Órgão
O órgão e a consola
Quem visita uma igreja com órgão (de tubos) em geral vê apenas a bela fachada (montra) do instrumento. Mas uma das partes fundamentais, embora geralmente mais escondida do público, é a consola. É por vezes ornamentada com anjos, motivos florais e mesmo talha, dourada ou não. Há casos em que só se vê a consola quando as portados do órgão (de armário) se abrem. A sua complexidade e dimensão com o facto de instrumento ser um órgão portativo, positivo ou grande órgão.
A consola é a parte do instrumento que fica ao alcance do organista. Nela, o músico comanda um ou mais teclados manuais, puxa ou empurra botõezinhos de madeira, do lado esquerdo e do lado direito, para escolher certas filas de tubos do mesmo estilo, que se chamam registos. Há órgãos que têm uma proteção de madeira para resguardar as teclas do pó.
Nos órgãos modernos que a têm, a pedaleira é um teclado concebido para ser tocado com os pés. Aumenta significativamente o nível de exigência do organista e abre possibilidades ao repertório.
Os pedais, por vezes em forma de estribo, também chamados pisantes, ligam os sons como os cheios (mais estridentes) do órgão. São uma espécie de puxadores para os pés. Sem o organista tirar as mãos do teclado, pode mudar o tipo de som.
Na consola muitos organeiros deixam o seu nome e número de obra. Na estante, o organista coloca as partituras; e através do espelho vê, quando necessário, as indicações do diretor do coro e a assembleia.
Antigamente, havia castiçais mas as velas, além do risco de incêndio, escureciam as pinturas. Hoje usam-se lâmpadas funcionais e discretas.
A consola é uma espécie de painel de controlo de um instrumento rico e complexo ao qual muitos consideram o rei dos instrumentos.
António José Ferreira
23 de outubro de 2022