Enciclopédia de instrumentos musicais do mundo

H’ne é um aerofone de palheta dupla tradicional da Birmânia (Myanmar) que pode ter dois tamanhos (pequeno e grande).

O maior é mais adequado a andamentos mais lentos e solenes, enquanto o mais pequeno serve para festas. É uma espécie de oboé, semelhante ao “suona” chinês e ao “xaranai” indiano.

O h’ne grande, com o seu corpo mais longo, produz um timbre mais profundo e imponente, tornando-o particularmente adequado para melodias lentas, solenes e cerimoniais. A sua voz grave confere uma dignidade sonora a procissões e eventos formais.

Em contraste, o h’ne pequeno possui um som mais agudo e vivaz, ideal para animar festividades e celebrações. A sua natureza brilhante e penetrante permite que se destaque em ensembles musicais mais movimentados, injetando energia e alegria nas atuações. Ambos os tamanhos partilham a característica de usar uma palheta dupla para produzir o som, exigindo do músico controlo preciso da embocadura para modular a afinação e a expressividade. 

É um instrumento de sopro do grupo 422 (no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais), um aerofone de palheta em que o músico sopra colocando a palheta em vibração.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais de Myanmar
  • Aerofones de palheta dupla
  • Instrumentos começados por h
H'ne, Myanmar

H’ne, Myanmar

Marimbol é um termo que no México designa o lamelofone semelhante à marimba tradicional da República Dominicana, à rumba box da Jamaica, ou à marímbula cubana. O formato destes instrumentos varia, tal como o número de lâminas, materiais e ornamentação.

Consiste numa caixa de ressonância de madeira, sobre a qual são fixadas lâminas vibratórias de metal ou, mais tradicionalmente, de bambu ou madeira. Estas lâminas são dedilhadas, produzindo um som percussivo e melódico característico.

A forma do marimbol pode variar consideravelmente, desde caixas retangulares simples até estruturas mais elaboradas com ornamentações. O número de lâminas também é flexível, influenciando a extensão da gama tonal do instrumento. Os materiais utilizados na sua construção, assim como os detalhes estéticos, refletem as tradições locais e a criatividade dos artesãos. No México, o marimbol encontra o seu espaço em diversos géneros musicais, especialmente em contextos folclóricos e tradicionais, onde a sua sonoridade contribui para a riqueza da paisagem sonora. 

idiofone beliscado, encontra-se no índice 12 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. As suas partes vibrantes são colocadas em vibração ao serem beliscadas ou dedilhadas.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do México
  • Lamelofones dedilhados
  • Instrumentos começados por m
  • Instrumentos com raízes africanas
  • Instrumentos das Américas
Marimbol, lamelofone

Marimbol, lamelofone

Nose flute é a designação inglesa de “flauta nasal”, aerofone popular na Polinésia e diversas nações insulares do Pacífico, havendo outras versões em África.

O seu método de execução distintivo envolve soprar ar através de uma narina, enquanto a outra é geralmente fechada, direcionando o fluxo de ar sobre uma borda afiada ou um canal no corpo da flauta para produzir som. Fabricadas tradicionalmente em bambu, madeira ou outros materiais naturais, as flautas nasais variam em tamanho e formato, apresentando frequentemente orifícios para alterar as notas musicais.

Possui um som suave, muitas vezes associado a melodias calmas e introspectivas. Em muitas culturas do Pacífico, este instrumento tem um significado cultural profundo, sendo utilizado em cerimónias, rituais de cortejo, entretenimento pessoal e até mesmo como forma de comunicação discreta.

ETIQUETAS

  • Flautas nasais
  • Instrumentos do sopro
Nose flute, flauta nasal, Hawaii

Nose flute, flauta nasal, Hawaii

Mejorana é um instrumento musical de corda em forma de pequena guitarra utilizado no folclore panamiano. Tem 5 cordas de nylon ou de crina de cavalo.

A tocabilidade da mejorana envolve técnicas de dedilhado e rasgueado, produzindo melodias alegres e ritmos sincopados que acompanham frequentemente danças folclóricas e canções tradicionais. A sua sonoridade contribui para a atmosfera festiva e animada das celebrações e eventos culturais. Apesar do seu tamanho compacto, a mejorana possui uma expressividade notável, capaz de transmitir tanto a vivacidade dos ritmos de dança quanto a melancolia de canções mais líricas. 

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável. Nos cordofones tipo alaúde, as cordas, paralelas, estão esticadas ao longo de um braço preso na caixa de ressonância no extremo oposto.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do Panamá
  • Instrumentos da América Central
  • Cordofones do tipo alaúde
  • Instrumentos começados por m
Mejorana, Panamá

Mejorana, Panamá

Ektar, ektara, iktara, ou ik tara, é um instrumento de uma corda com corpo circular tocado na Índia, Bangladesh, Egito e Paquistão. É feito de um pedaço de madeira oco, geralmente com formato cilíndrico ou circular, onde é fixada uma única corda. A corda do ektar é geralmente feita de tripa, e a sua tensão pode ser ajustada movimentando-se a ponta da corda ao redor de um prego fixado no corpo do instrumento. Isso permite alterar a afinação do ektar.

Para tocar o ektar, o músico utiliza uma das mãos para puxar e vibrar a corda, enquanto a outra mão pressiona o corpo do instrumento, criando diferentes tons e matizes na melodia. Geralmente, o ektar é acompanhado por vozes ou instrumentos de percussão.

Esse instrumento é frequentemente utilizado em várias expressões musicais tradicionais dessas regiões, como o folclore e a música popular. É um instrumento de sonoridade única, com um timbre característico que adiciona um toque especial às composições musicais.

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Índia
  • Instrumentos começados por e
Ektar, Índia

Ektar, Índia

O duggi, dugi ou dukkar também é conhecido como daf ou duf, dependendo da região da Índia em que é utilizado. É um membranofone comumente utilizado em diversas formas de música popular e folclórica em todo o país.

O duggi consiste em um aro circular feito de madeira ou metal, com uma pele de animal esticada sobre ele. A pele é geralmente de cabra, mas também pode ser de vaca ou outros animais. É fixada ao aro por meio de pregos ou cordas, e pode ser tensionada para afinar o instrumento.

Para tocar o instrumento, o músico pressiona a palma da mão sobre a pele e as pontas dos dedos na parte de trás do aro, o que produz diferentes tons e sons. É possível produzir uma variedade de nuances, incluindo tonalidades agudas e graves, através do uso de diferentes técnicas de toque.

O duggi é frequentemente usado em apresentações de dança tradicional indiana, como o Kathak ou o Odissi, para acompanhar os movimentos dos dançarinos. Também é encontrado em outras formas de música indiana, como bhajans, qawwalis e música devocional.

Além disso, o duggi é considerado um instrumento sagrado em algumas tradições religiosas na Índia, sendo usado em rituais e cerimónias. A sua presença em ocasiões festivas é comum, adicionando um elemento de ritmo e vibração à celebração.

No geral, o duggi é um instrumento versátil, com uma sonoridade única que contribui para a riqueza e diversidade da música indiana.

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida. 

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Índia
  • tambores percutidos
  • Instrumentos começados por d
Duggi, membranofone, Índia

Duggi, membranofone, Índia

Djun-djun é o nome genérico de um conjunto de três tambores tradicionais da África Ocidental com origem no Império do Mali. Este conjunto é composto por três tamanhos distintos, cada um contribuindo com uma voz única para a tapeçaria rítmica: o dundunba, o maior e de tom mais grave; o sangban, de tamanho médio e tom intermediário; e o kenkeni, o menor e de tom mais agudo.

Tradicionalmente, os djuns-djuns são construídos com corpos de madeira e membranas de pele de animal, como boi ou cabra, fixadas por um sistema de cordas que permite ajustar a tensão e, consequentemente, a afinação. São percutidos com baquetas de madeira, produzindo sons profundos que formam a espinha dorsal rítmica de muitas formas de música e dança da África Ocidental. Cada tambor desempenha um papel crucial na criação de padrões rítmicos complexos e envolventes, com o dundunba frequentemente a marcar o ritmo base, o sangban a adicionar variações e o kenkeni a introduzir acentuações e figuras rítmicas mais rápidas. 

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida. 

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do Mali
  • tambores percutidos
  • Instrumentos da África Ocidental
Djun-djun, bimembranofone cilíndrico, Mali

Djun-djun, bimembranofone cilíndrico, Mali

O dollu é um instrumento tradicionalmente usado em festivais e cerimónias religiosas no estado de Karnataka, localizado no sul da Índia. É caracterizado pelo seu tamanho grande e pelo peso, geralmente medindo cerca de 60 centímetros de altura e pesando cerca de 10 quilos.

O corpo do dollu é feito de madeira, geralmente de uma árvore chamada jaca, que é oca por dentro para criar ressonância. Ele é coberto por uma pele de ovelha ou de cabra, que é fixada com cordas de cânhamo ou couro. A pele é esticada com a ajuda de anéis de metal ou de madeira, permitindo que o músico ajuste a tensão para obter diferentes sons.

Para tocar o dollu, o percussionista segura o instrumento na altura do ombro e o bate com as mãos em ambos os lados da pele. O som produzido é alto, grave e pulsante, capaz de ser ouvido a uma larga distância.

O dollu é frequentemente acompanhado por outros instrumentos musicais tradicionais, como o chande. Juntos, eles formam uma seção de percussão rítmica que acompanha danças tradicionais e apresentações culturais.

Atualmente, o dollu é considerado um símbolo importante da cultura de Karnataka e é amplamente utilizado em festivais, eventos culturais e apresentações folclóricas em todo o estado. É uma parte significativa da identidade musical e cultural da região.

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida. 

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Índia
  • tambores percutidos
  • tambores em forma de cilindro
  • Instrumentos começados por d
Dollu, bimembranofone, Índia

Dollu, bimembranofone, Índia

Dotara, dotar, dotora, instrumento tradicional da Índia e nacional do Bangladesh, é um cordofone com corpo em forma de pera e braço longo em forma de cabo com duas cordas.

O seu corpo, geralmente esculpido em madeira de manga ou jacarandá, ressoa com uma qualidade tonal rica e quente. Um braço longo e esguio, semelhante a um cabo, estende-se a partir do corpo, suportando tipicamente apenas duas cordas de metal.

Apesar do número reduzido de cordas, o dotara é capaz de produzir uma variedade surpreendente de melodias e ritmos. As cordas são dedilhadas ou beliscadas com os dedos ou com uma palheta, gerando um som que acompanha frequentemente canções folclóricas e devocionais. A sua sonoridade evoca paisagens rurais e tradições seculares, sendo um elemento fundamental na música folclórica de regiões como Bengala. 

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Índia
  • Instrumentos de corda em forma de meia pera
  • Instrumentos começados por d
  • Instrumentos nacionais
Dotara, cordofone, Índia, Bangladesh

Dotara, cordofone, Índia, Bangladesh

Shamandrum designa um unimembranofone circular semelhante ao pandeiro, com ou sem soalhas metálicas, utilizados na Ásia e associados de modo especial aos rituais do shamanismo.

Instrumento musical ancestral presente em diversas culturas da Ásia, possui uma ligação intrínseca com as práticas xamânicas. A sua construção geralmente envolve uma única membrana de pele animal esticada sobre uma armação de madeira. Alguns exemplares podem apresentar pequenas soalhas metálicas fixadas na armação, adicionando um efeito cintilante ao seu som principal.

Acredita-se que o som do tambor serve como um veículo para a comunicação com os espíritos, guiando o xamã em suas jornadas de cura, divinação ou intermediação entre o mundo físico e o espiritual. A ressonância profunda do shamandrum cria um ambiente sonoro imersivo, fundamental para as cerimónias xamânicas e para a conexão com as forças da natureza e do cosmos. 

ETIQUETAS

  • Unimembranofones
  • Instrumentos da Ásia
Shamandrum, tambor de mão

Shamandrum, tambor de mão