Enciclopédia de instrumentos musicais do mundo

Ghaita, também conhecida como rhaita, é um aerofone de palheta dupla com uma sonoridade pungente e característica, enraizado nas tradições musicais do Norte de África. Inseparavelmente ligado à imagem dos encantadores de serpentes, partilha semelhanças estruturais notáveis com o mizmar árabe e a zurna turca, evidenciando uma possível linhagem ou influências musicais da região.

Construída tipicamente em madeira, a ghaita possui um tubo cónico com uma série de orifícios de digitação que permitem ao músico modular a altura do som. A sua característica distintiva reside na utilização de uma palheta dupla, feita de cana, que vibra com o sopro do executante, produzindo um timbre intenso e frequentemente nasal. A intensidade do som da ghaita torna-a ideal para atuações ao ar livre e para acompanhar eventos festivos e rituais.

A associação da ghaita com os encantadores de serpentes confere-lhe um aura de mistério e exotismo. A melodia hipnótica e repetitiva produzida pelo instrumento é tradicionalmente utilizada para cativar e controlar as serpentes em apresentações públicas. No entanto, a ghaita também desempenha um papel importante em outros contextos musicais no Norte de África, marcando o ritmo e a melodia em celebrações, procissões e cerimónias tradicionais.

A técnica de tocar a ghaita exige um domínio da respiração e da embocadura para controlar a afinação e a expressividade do som. Músicos habilidosos são capazes de produzir uma variedade de melodias e ritmos complexos, muitas vezes utilizando ornamentações e improvisações características da música da região. A sua sonoridade forte e penetrante garante que a ghaita se destaque em qualquer ensemble, adicionando uma cor sonora vibrante e inconfundível.

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Ghaita, Marrocos

Ghaita, Marrocos

Ektara, também conhecida como ektar, iktara, ou ik tara, é um instrumento popular na Índia, Bangladesh, Egito e Paquistão. cordofone simples, é feito com um corpo circular e uma única corda fixada em uma extremidade e ajustada através de tensão manual.

É tradicionalmente tocada com o dedo ou unha, deslizando-o ao longo da corda para criar diferentes notas. Apesar de ter apenas uma corda, é possível produzir uma variedade de sons, dependendo da forma como o instrumento é tocado.

O instrumento é frequentemente usado em apresentações folclóricas e devocionais, acompanhando cantores e músicos. Também é comum ser utilizado em músicas populares e clássicas indianas. Devido à sua simplicidade e facilidade de manuseio, a iktara é um instrumento popular entre os músicos de rua na Índia.

A iktara tem uma longa história e é considerada um dos instrumentos musicais mais antigos da Índia. A sua origem remonta a mais de 1.000 anos, e seu nome deriva da palavra sânscrita “ik,” que significa “um”, e “tara”, que significa “corda”.

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

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Ektara, Índia

Ektara, Índia

Duff é um tambor de mão árabe ancestral, particularmente significativo na tradição musical da Núbia, região histórica que abrange partes do sul do Egito e do norte do Sudão. Caracteriza-se pela sua estrutura simples e elegante: um aro baixo de madeira sobre o qual é esticada uma membrana de pele animal fina, geralmente de cabra ou peixe. Esta construção minimalista confere ao duff uma leveza e uma ressonância natural que o distinguem de outros tambores de quadro.

A ausência de soalhas ou outros acessórios metálicos no duff nubiano enfatiza a pureza do som produzido pela percussão direta da membrana com os dedos e a palma da mão. A técnica de execução explora uma variedade de toques e ritmos, desde batidas suaves e rítmicas até golpes mais fortes e acentuados, permitindo a criação de padrões complexos e envolventes. A habilidade do percussionista reside na sua capacidade de modular a dinâmica e o timbre do instrumento através da precisão dos seus movimentos.

No contexto cultural da Núbia, o duff desempenha um papel fundamental em diversas cerimónias e celebrações. Acompanha cantos tradicionais, danças rituais e eventos festivos, marcando o pulso rítmico e enriquecendo a expressão musical da comunidade. A sua sonoridade quente e terrosa evoca a paisagem e a história da região, ligando as gerações através de melodias e ritmos ancestrais.

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  • Instrumentos musicais do Egito
  • tambores percutidos
  • tambores de mão
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Duff, Egito

Duff, Egito

Djembe, tambor unimembranofone de percussão manual originário da África Ocidental, marca a História do povo Mandé do Mali, onde foi desenvolvido há cerca de 800 anos. A sua forma de cálice, esculpida artesanalmente em madeira nobre como mogno ou lenke, é fundamental para a sua acústica única. Uma pele de animal, geralmente de cabra, é esticada firmemente sobre a abertura mais larga e fixada por um sistema de cordas ou esticadores que percorrem toda a volta do corpo do tambor.

Esta construção engenhosa permite ao djembe produzir uma vasta gama de sons distintos, dependendo da área da membrana percutida e da técnica utilizada. Ao tocar perto do aro, o som resultante é agudo e estalado. Ao golpear o centro da pele, produz-se um som grave e profundo. Entre estes extremos, uma variedade de tons médios e ressonantes, enriquecem ainda mais as possibilidades sonoras do instrumento. Esta versatilidade torna o djembe capaz de acompanhar ritmos complexos e melodias percussivas.

Encontrado em diversos países da África subsaariana, como Gâmbia, Senegal, Guiné e Burkina Faso, o djembe transcendeu as fronteiras regionais, tornando-se um símbolo da música africana em todo o mundo. Tradicionalmente, a sua execução era reservada aos homens, que desempenhavam o papel de contadores de histórias e músicos da comunidade. O djembe acompanhava cerimónias rituais, celebrações, colheitas e outras atividades importantes da vida tribal.

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  • Instrumentos musicais do Mali
  • tambores percutidos
  • tambores em forma de cálice
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Djembe, Mali

Djembe, Mali

 

Bala, também amplamente conhecido como balafon, é um idiofone de percussão direta que encanta os ouvidos da África Ocidental com a sua melodia vibrante. Essencialmente um xilofone artesanal, o bala é construído com placas de madeira cuidadosamente selecionadas e ordenadas pelo seu comprimento, determinando assim a sua afinação. Uma característica distintiva deste instrumento são as cabaças de ressonância fixadas por baixo de cada placa de madeira. Estas cabaças, muitas vezes perfuradas e cobertas com membranas finas, amplificam o som produzido pelas placas, conferindo-lhe uma riqueza e uma projeção únicas.

Através das vastas paisagens da África Ocidental, o bala assume uma miríade de nomes, refletindo a diversidade cultural da região. Seja chamado balafon, balo, madimba ou marimba, entre muitos outros, o instrumento mantém a sua essência como uma fonte de melodia e ritmo. É percutido com baquetas, frequentemente com cabeças de borracha ou tecido, que produzem uma sonoridade quente e ressonante ao atingirem as placas de madeira.

O bala desempenha um papel central na vida social e cerimonial de muitas comunidades da África Ocidental. Frequentemente acompanhado por tambores, a sua música anima cerimónias rituais, celebrações festivas e encontros comunitários. Os tocadores de bala são muitas vezes músicos habilidosos e respeitados, cuja arte é transmitida oralmente através das gerações. 

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  • Instrumentos musicais da África Ocidental
  • Idiofones percutidos
  • Instrumentos começados por b
 
Bala

Bala

Dizi, também conhecido como flauta de bambu chinesa, é um instrumento de sopro transversal com uma história rica que remonta a mais de 2000 anos. Feito tradicionalmente de bambu, embora por vezes se usem outras madeiras ou até pedra, o dizi distingue-se por um orifício especial coberto por uma membrana fina de bambu chamada dimo. Esta membrana vibratória confere ao dizi o seu timbre característico, um som brilhante, penetrante e com um ligeiro zumbido.

A construção típica do dizi inclui um orifício para soprar, seis orifícios para os dedos e, crucialmente, o orifício para a membrana (mo kong), localizado entre o orifício de sopro e o primeiro orifício para o dedo. Existem diferentes tamanhos de dizi, sendo os mais comuns o qudi e o bangdi. O qudi, geralmente mais longo, possui um tom mais suave e grave, sendo frequentemente utilizado na música folclórica do sul da China e na ópera Kunqu. Em contraste, o bangdi é mais curto e produz um som mais agudo e vibrante, adequado para a música folclórica do norte da China e óperas mais animadas.

O dizi desempenha um papel fundamental em diversos géneros musicais chineses, desde a música folclórica regional até à ópera tradicional e à moderna orquestra chinesa. Na orquestra chinesa contemporânea, o dizi é um instrumento essencial, frequentemente comparado à flauta ocidental em termos de função, mas com a sua sonoridade única e expressiva. A sua versatilidade permite-lhe executar melodias líricas e passagens virtuosas, tornando-o um instrumento amado tanto por músicos como por ouvintes.

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  • Instrumentos musicais da China
  • Aerofones de aresta
  • Família das flautas travessas
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Dizi, China

Dizi, China

A dilruba é considerada uma variante menor e mais recente do sar. É um instrumento formado por uma caixa de ressonância de madeira, com um braço longo e estreito semelhante ao de um violino. Possui um total de 20 cordas, sendo que 4 a 5 delas são cordas melódicas principais, enquanto as outras são cordas de apoio.

A principal diferença entre a dilruba e o sarangi está no tamanho e na forma do instrumento. A dilruba é menor e mais fácil de transportar. Também possui um som mais brilhante e agudo em comparação com o som mais suave e grave do sarangi. Além disso, a técnica de tocar a dilruba também é ligeiramente diferente, com o uso de um arco mais curto e movimentos mais rápidos.

Apesar de ser uma inovação mais recente, a dilruba tornou-se um instrumento essencial na música clássica indiana, sendo utilizado tanto como instrumento solo quanto em conjunto com outros instrumentos e vocais. É conhecida por sua capacidade expressiva e vasta gama de tons.

(com IA)

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável. Nos instrumentos da categoria “cordofone”, o som é produzido principalmente pela vibração de uma ou mais cordas tensionadas.

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  • Instrumentos musicais da Índia
  • Instrumentos de corda friccionada
  • Cordofones de arco
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Dilruba, Índia

Dilruba, Índia

Arghul, aerofone de palheta simples, é um instrumento musical profundamente enraizado nas tradições do Egito, Palestina e Norte de África. A sua característica mais distintiva é a sua construção com dois tubos paralelos, geralmente feitos de cana ou bambu. Um dos tubos possui orifícios para os dedos, permitindo a execução de melodias, enquanto o outro tubo, mais longo e sem orifícios, produz um som de bordão contínuo, criando uma rica textura sonora.

A palheta simples, similar à de um clarinete, é inserida na extremidade de cada tubo e vibra com o sopro do músico, gerando o som característico do arghul. A técnica de respiração circular é frequentemente utilizada para manter o som do bordão de forma ininterrupta enquanto a melodia é tocada no tubo principal. Esta habilidade exige um controlo respiratório apurado e contribui para a sonoridade hipnotizante e contínua do instrumento.

Ao longo dos séculos, o arghul tem sido um acompanhamento essencial em diversas ocasiões sociais e cerimoniais, desde festividades e casamentos até rituais religiosos. As suas múltiplas grafias – arghul, argul, arghoul, argool, argol – refletem a sua presença em diferentes dialetos e regiões. Embora possa variar ligeiramente em tamanho e detalhes de construção, o princípio fundamental dos dois tubos e da palheta simples permanece constante, testemunhando a sua longevidade e importância cultural na música do Médio Oriente e do Norte de África.

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  • Instrumentos musicais do Egito
  • Aerofones de palheta simples
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Arghul, Egito

Arghul, Egito

Pahu é um membranofone de percussão direta com sonoridade grave. Encontra-se na Polinésia: Hawaii, Tahiti, Ilhas Cook, Samoa e Tolekau. É tradicionalmente constituído por um corpo cilíndrico de madeira com pele de tubarão tensionada por cordas e tocado com as palmas e dedos. Considerado instrumento sagrado, foi geralmente conservado no templo e utilizado para acompanhar um repertório de canções sagradas.

O Pahu também é conhecido pelo seu tamanho imponente, geralmente sendo maior que outros tambores polinésios. Além disso, o tambor possui uma decoração elaborada, com entalhes em madeira ou outros materiais, representando símbolos e figuras significativas da cultura polinésia.

O Pahu é considerado um dos instrumentos mais antigos e importantes da Polinésia. A sua origem remonta a tempos ancestrais, sendo utilizado em cerimónias religiosas, rituais e celebrações importantes. Acredita-se que o som profundo e poderoso do tambor seja capaz de invocar forças divinas, conectar os seres humanos ao sobrenatural e transmitir mensagens espirituais.

Atualmente, o Pahu continua sendo visto como um símbolo de identidade cultural e é utilizado em apresentações de dança tradicional polinésia, festivais e eventos culturais. O conhecimento da construção e toque do Pahu é transmitido de geração em geração, garantindo a preservação desse importante património cultural polinésio.

Situa-se no índice 11 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. Os idiofones percutidos são postos em vibração por um golpe ou batida. É um idiofone percutido sem intenção melódica (é de altura indefinida).

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  • Instrumentos musicais da Polinésia
  • tambores percutidos
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Pahu, Hawaii

Pahu, Hawaii

Atabal refere-se a diferentes tipos de tambores de duas membranas em várias regiões do mundo. Em Marrocos, o atabal é um membranofone percutido, classificado no sistema Hornbostel-Sachs como um instrumento cuja membrana vibra ao ser golpeada.

Em Porto Rico, “Atabal” é o nome de um grupo musical que enfatiza a importância dos tambores afro-latinos, particularmente a plena e a bomba. Fundado em 1983, o grupo explora ritmos e sons, misturando elementos tradicionais com influências contemporâneas, como o pop latino.

No País Basco, na Espanha, o atabal é um tambor cilíndrico, mais largo do que alto, tradicionalmente tocado acompanhado pelo txistu, uma espécie de flauta basca. É um instrumento fundamental em muitas festas e celebrações da região.

Assim, embora o nome “atabal” seja compartilhado, o instrumento em si e seu contexto cultural variam significativamente entre Marrocos, Porto Rico e o País Basco.

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.

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  • Instrumentos musicais de Marrocos
  • Membranofones duplos
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Atabal, Marrocos

Atabal, Marrocos