Enciclopédia de instrumentos musicais do mundo

Tabla

A tabla é um instrumento musical de grande importância na música clássica indiana. A sua sonoridade distintiva, com a combinação dos sons agudos da daina e dos graves da bhaya, permite ao percussionista criar uma ampla gama de padrões rítmicos complexos.

A tabla é caracterizada pela sua construção elaborada, com um corpo feito de madeira ou cerâmica, e revestida por peles de couro nas duas extremidades. É tocada com os dedos e mãos, o que exige uma técnica precisa e habilidade do músico.

Além do seu papel como instrumento solo ou de acompanhamento na música indiana, a tabla também tem sido amplamente utilizada em fusões musicais contemporâneas, fundindo diferentes géneros e estilos. A sua popularidade é evidente em todo o mundo, pela sua complexidade na execução e pela sua versatilidade.

(com IA)

“A tabla como instrumento traz consigo uma tradição milenar que se desenvolve de forma oral ao longo dos séculos. Tratando-se de um instrumento de música Clássica Indiana, a tabla era no início do século XX provavelmente distante ao público Ocidental, visto que os mestres mantinham algum conservadorismo da tradição. O Ustad Alla Rakah1, pai de Zakir Hussain, que foi o acompanhador de longa data de Ravi Shankar, foi um dos mais reconhecidos músicos de música Clássica Indiana e estabelecer essa ponte entre a música Hindustani e a cultura ocidental. Shankar manteve uma constante motivação de levar a belaza da música Clássica Indiana ao resto do mundo e isso manifestou-se através das suas tours e por colaborações com músicos ocidentais materializadas em registos como o álbum “Rich À La Rakha” (Capitol Rccords, 1968) com Buddy Rich. Esta abertura permite uma circulação de músicos, e por consequência a criação de projetos influenciados por este tipo de música. Zakir Hussain é provavelmente o nome mais sonante presente em projetos em que se une a música Indiana a outros tipos de música. A questão da tradição presente neste tipo de música é algo que vem também da componente religiosa a que a mesma se encontra ligada.”

Marco Moura

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Índia
  • tambores percutidos
  • Instrumentos começados por t
Tabla, Índia

Tabla, Índia

O surbahar é um instrumento de corda dedilhada da família do sitar, sendo considerado um instrumento irmão deste último. Ele é amplamente utilizado na música clássica do Hindustão, que é a forma clássica de música indiana.

O nome “Surbahar” significa “flor da música” e também é conhecido como “baixo sitar”, devido ao seu tamanho maior e ao fato de ter um tom mais grave. O instrumento possui uma caixa de ressonância em forma de pêra, feita de madeira, geralmente de teca ou mogno, além de possuir uma tampa inferior em formato de cúpula.

O surbahar tem um comprimento aproximado de 130 a 140 centímetros e é tocado em uma postura semelhante à do sitar, com o músico sentado no chão com as pernas cruzadas. Possui cerca de 20 trastos, que são afinados de acordo com a raga (escala melódica) específica que está sendo executada.

O instrumento é tocado com um arco ou dedilhado com os dedos. O músico pode utilizar tanto as unhas como a polpa dos dedos para produzir os sons. O surbahar é especialmente conhecido pela sua capacidade de sustentar as notas durante um longo período de tempo, o que adiciona um efeito distintivo à música executada.

Em termos de sonoridade, o Surbahar tem um timbre rico, grave e encorpado, o que o torna adequado para interpretar as melodias e ragas mais profundas e introspectivas da música clássica indiana. Ele é frequentemente usado como um instrumento solista, mas também pode ser acompanhado por outros instrumentos de percussão, como o tabla.

(com IA)

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Índia
  • Instrumentos de corda dedilhada
  • Instrumentos começados por s
Surbahar, Índia

Surbahar, Índia

Spilapipa, também conhecida por spelpipa, spälapipa ou låtapipa, é um instrumento de sopro tradicional da Suécia, com uma forte ligação histórica à vida pastoril. Esta flauta longitudinal, tipicamente feita de madeira, possui uma característica distintiva: oito orifícios para os dedos localizados na parte superior do tubo, sem a presença de um orifício para o polegar na parte inferior. Esta configuração de dedilhado influencia a sua capacidade tonal e a técnica de execução.

A construção da Spilapipa é relativamente simples, consistindo num tubo reto com uma embocadura numa das extremidades e os oito orifícios dispostos ao longo do seu corpo. O som é produzido soprando na embocadura e controlando a altura das notas através da abertura e fecho dos orifícios com os dedos. A ausência de um orifício para o polegar implica que alguns dedos podem ter de desempenhar papéis duplos no suporte do instrumento e na alteração das notas, o que pode levar a técnicas de dedilhado específicas.

A sonoridade da Spilapipa é frequentemente descrita como suave, melancólica e com um timbre que evoca a natureza e os sons do campo. Tradicionalmente, era utilizada pelos pastores para comunicar, sinalizar e para o seu próprio entretenimento durante longas horas no pastoreio. As melodias tocadas na Spilapipa eram muitas vezes simples, mas expressivas, refletindo o ambiente rural e as emoções do pastor.

Embora a vida pastoril tradicional tenha diminuído na Suécia moderna, a Spilapipa continua a ser valorizada como um símbolo do património cultural e musical do país. Músicos folclóricos e entusiastas têm mantido viva a tradição de tocar este instrumento ancestral, e esforços são feitos para ensinar a sua construção e técnica às novas gerações. A sua sonoridade única e a sua ligação histórica à paisagem sueca garantem a sua continuidade como um instrumento musical distintivo.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Suécia
  • Instrumentos de sopro de aresta
  • Família das flautas
  • Instrumentos começados por s
Spilapipa, Suécia

Spilapipa, Suécia

Antara, também carinhosamente chamada de “andarita”, é um aerofone ancestral do povo Quechua, originário do Peru, na América do Sul. Este instrumento musical de sopro pertence à família das flautas de Pã, uma das formas mais antigas de instrumentos de sopro conhecidas pela humanidade, e possui raízes que remontam ao período pré-colombiano, atestando a rica herança cultural dos Andes.

A Antara distingue-se por ser constituída por uma única fila de tubos de cana (ou, modernamente, outros materiais como plástico ou cerâmica) de comprimentos distintos, cada um produzindo uma nota musical específica. A extremidade inferior de cada tubo é fechada, enquanto a extremidade superior é aberta, onde o músico sopra obliquamente para gerar o som. O comprimento do tubo determina a altura da nota, com tubos mais longos a produzirem sons mais graves e tubos mais curtos a emitirem sons mais agudos.

Tal como a zampoña e o siku, outros membros proeminentes da família das flautas de Pã andinas, a Antara desempenha um papel crucial na música tradicional da região. A sua sonoridade característica, muitas vezes descrita como doce e melancólica, é fundamental para a expressão musical e cultural do povo Quechua. É frequentemente utilizada em cerimónias religiosas, festivais, danças e outras celebrações comunitárias, transmitindo histórias, emoções e a própria identidade cultural através das suas melodias.

Embora possa ter menos tubos e uma disposição mais simples do que algumas zampoñas ou sikus, a Antara não perde em expressividade. Músicos habilidosos conseguem extrair melodias complexas e ricas da sua única fileira de canas, utilizando técnicas de sopro e de movimento labial precisas. A sua importância histórica e a sua presença contínua na música andina contemporânea solidificam a Antara como um símbolo sonoro da cultura Quechua e um elo com o passado ancestral dos Andes.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do Peru
  • Instrumentos musicais dos Andes
  • Aerofones de aresta
  • Flautas de Pã
  • Instrumentos começados por a
Antara, Peru

Antara, Peru

Angkuoch, também conhecido como kangkuoch, é um pequeno mas fascinante instrumento tradicional do Cambodja, pertencente à família dos lamelofones de boca. Construído em bambu ou metal, partilha as características essenciais do que é conhecido noutras regiões como harpa de boca, berimbau de boca, trompa de boca ou guimbarde. A sua estrutura consiste numa lingueta ou palheta flexível, geralmente feita do mesmo material que a moldura, fixada numa extremidade e livre na outra para vibrar.

A técnica de execução do Angkuoch é peculiar e íntima ao músico. O instrumento é colocado diretamente na boca, utilizando os lábios e os dentes como uma câmara de ressonância que amplifica e molda o som produzido pela vibração da lingueta. A vibração da palheta é iniciada e mantida através de um toque rítmico com um dedo numa extremidade livre da moldura.

Uma característica interessante do Angkuoch, comum a outros instrumentos da sua família, é que cada instrumento individual produz apenas uma nota fundamental. No entanto, a riqueza sonora reside nos harmónicos que podem ser explorados e modificados pelo músico através da alteração da forma e do volume da cavidade bucal, da posição da língua e da respiração. Desta forma, apesar de produzir uma única nota base, o executante habilidoso consegue criar uma variedade surpreendente de timbres e ritmos melódicos subtis.

Existem diversos tamanhos de Angkuoch, o que implica diferentes notas fundamentais. Em algumas tradições musicais do Cambodja, vários músicos podem tocar Angkuochs de diferentes tamanhos em conjunto, criando texturas sonoras complexas e interlaçadas. A sua portabilidade e a sua sonoridade intrigante tornam-no um instrumento popular tanto para entretenimento pessoal quanto em contextos musicais mais amplos. A sua presença na cultura musical cambojana atesta a engenhosidade na criação de música a partir de um instrumento aparentemente simples.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do Cambodja
  • Família das harpas de boca
  • Lamelofones dedilhados
  • Instrumentos começados por a
Angkuoch, Cambodja

Angkuoch, Cambodja

Akaryna é um instrumento de sopro tradicional da Bielorrússia, pertencente à família das flautas globulares, mais conhecida internacionalmente como ocarina. Construída tipicamente em cerâmica, a Akaryna distingue-se pela sua forma arredondada ou oval, que lhe confere a classificação de flauta globular, em contraste com as flautas tubulares mais comuns. O corpo oco da Akaryna contém uma câmara de ressonância interna que amplifica o som produzido pelo sopro do músico através de um bocal e pela abertura e fecho de orifícios para os dedos.

O número de orifícios na Akaryna pode variar, mas geralmente situa-se entre quatro e dez, dispostos de forma a permitir a execução de uma escala diatónica ou cromática limitada. A técnica de tocar envolve soprar suavemente no bocal e alterar a altura das notas abrindo e fechando os orifícios com as pontas dos dedos. A forma globular e o material de cerâmica contribuem para um timbre suave, doce e aveludado, característico das ocarinas.

A Akaryna possui um significado cultural enraizado na Bielorrússia, sendo utilizada na música folclórica tradicional para interpretar melodias líricas, canções e danças. A sua sonoridade evocativa muitas vezes se associa a paisagens rurais e a narrativas populares. A construção em cerâmica permite uma variedade de decorações e designs, refletindo a arte e a criatividade dos artesãos bielorrussos.

Embora a Akaryna possa não ser tão amplamente conhecida como outros instrumentos de sopro, ela representa uma parte importante do património musical da Bielorrússia. Esforços para preservar e promover a Akaryna continuam a ser realizados por músicos e educadores, garantindo que a sua voz única e a sua história cultural não se percam. A sua simplicidade e a beleza do seu som tornam-na um instrumento acessível e apreciado, tanto na Bielorrússia como por entusiastas da música folclórica em todo o mundo.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Bielorrússia
  • Família das flautas globulares
  • Flautas de embocadura fechada
  • Instrumentos começados por a
Akaryna, Bielorrússia

Akaryna, Bielorrússia

Tingsha são um par de pequenos pratos ou crótalos, tradicionalmente usados na prática religiosa budista no Tibete. São feitos de uma liga de metal, frequentemente bronze, e ligados por uma tira de couro ou corda. O seu tamanho compacto torna-os portáteis e fáceis de usar em diversos contextos rituais.

O som característico do Tingsha é produzido ao bater suavemente um prato contra o outro. Este impacto gera um som agudo e cristalino, rico em harmónicos e com uma ressonância longa e vibrante. A qualidade tonal é frequentemente descrita como etérea e penetrante, capaz de captar a atenção e induzir um estado de foco e alerta. A duração prolongada do som permite que as vibrações se dissipem gradualmente, criando uma sensação de calma e tranquilidade.

No contexto da oração budista tibetana, os Tingsha são usados para marcar o início e o fim de períodos de meditação, cânticos ou outros rituais. O seu som distinto serve como um lembrete para centrar a mente e entrar num estado meditativo. Além do seu uso religioso, os Tingsha ganharam popularidade no Ocidente como instrumento para meditação pessoal, terapia sonora e práticas de cura energética.

Acredita-se que as vibrações dos Tingsha possam ajudar a limpar e equilibrar a energia do corpo e do ambiente. O seu som é usado para criar um espaço sagrado, purificar o ar e facilitar o relaxamento profundo. A sua beleza sonora e a sua capacidade de induzir um estado de quietude tornam os Tingsha um instrumento valioso para quem procura incorporar a meditação e a atenção plena na sua vida quotidiana.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do Tibete
  • Idiofones percutidos
  • Idiofones de concussão
  • Família dos crótalos
  • Instrumentos começados por t
Tingsha, China

Tingsha, China

Também conhecido como donbak ou dombak, o tonbak (ou tombak) é um membranofone com origem no Império Persa (antigo Irão), sendo considerado o instrumento de percussão mais importante da música clássica persa.

Este tambor em forma de cálice é normalmente feito de madeira de amoreira, embora também possam ser usados outros tipos de madeira. A pele, tradicionalmente de cordeiro ou cabra, é esticada sobre a abertura mais larga do corpo do tambor. O tonbak é tocado com as mãos, utilizando uma variedade de técnicas de dedilhado para produzir uma rica gama de sons.

O músico de tonbak utiliza os dedos, a palma da mão e diferentes partes da mão para criar uma variedade de timbres e ritmos complexos. Sons graves e ressonantes são produzidos ao bater no centro da pele, enquanto sons mais agudos e estalados são obtidos ao tocar perto da borda.

O tonbak desempenha um papel fundamental na música persa, fornecendo uma base rítmica complexa e expressiva para melodias executadas em instrumentos como o tar, o setar e o kemancheh. A sua versatilidade rítmica e a sua capacidade de produzir uma ampla gama de timbres fazem dele um instrumento essencial tanto em actuações a solo como em conjunto. O tonbak não é apenas um instrumento de percussão, mas também um meio de expressão artística e um símbolo da rica herança musical persa.

Tonbak, Irão

Tonbak, Irão

Trikitixa é um acordeão diatónico de botões originário de Itália, que se usa no País Basco desde o século XIX, e é especialmente utilizado em romarias. Este instrumento compacto e robusto possui duas fileiras de botões que produzem diferentes notas dependendo se o fole está a ser aberto ou fechado (sistema bisonórico).

A trikitixa é um instrumento essencial na música tradicional basca, onde acompanha danças como a fandango, a arin-arin e outros ritmos populares. O seu som alegre e enérgico é perfeito para animar festas e celebrações, e a sua portabilidade torna-o ideal para músicos itinerantes.

Ao longo dos anos, a trikitixa evoluiu, com diferentes fabricantes e músicos a adaptarem o instrumento às suas preferências. Alguns modelos modernos podem incluir funcionalidades adicionais, como mais botões ou diferentes afinações, mas a essência do instrumento permanece a mesma.

A trikitixa não é apenas um instrumento musical, mas também um símbolo da cultura basca. A sua popularidade perdura até aos dias de hoje, com muitos jovens a aprender a tocar este instrumento tradicional, garantindo assim a sua continuidade nas gerações futuras. É comum vê-la em romarias, festivais e outros eventos culturais, onde a sua música vibrante ecoa, enchendo o ar de alegria e tradição.

ETIQUETAS

  • Aerofones de palheta livre
  • Acordeões de botões
  • Instrumentos começados por t
Trikitixa, País Basco

Trikitixa, País Basco

Tsuri-daiko, também conhecido como gaku-daiku, é um instrumento musical tradicional japonês que consiste em um tambor suspenso por uma moldura. Possui duas membranas, sendo percutido com dois martelos em uma delas. Geralmente, é feito de madeira e as membranas são esticadas com cordas para criar diferentes tonalidades.

O Tsuri-daiko tem uma longa história na música japonesa, especialmente no gagaku, a música da corte imperial. O seu som profundo e ressonante desempenha um papel crucial na criação da atmosfera solene e majestosa característica deste género musical. Para além do gagaku, o Tsuri-daiko também pode ser encontrado em outros contextos musicais tradicionais japoneses, embora com menos frequência.

A forma como o Tsuri-daiko é tocado é visualmente impressionante. O tambor é suspenso, permitindo que o percussionista o rodeie e o percuta de diferentes ângulos. Os movimentos do исполнителя, juntamente com os sons poderosos do tambor, contribuem para uma experiência performática cativante.

Embora não seja tão comum como outros tambores japoneses, como o taiko, o Tsuri-daiko continua a ser um instrumento importante na preservação da música tradicional japonesa. O seu som único e a sua presença imponente garantem que ele continue a ser apreciado e utilizado nas gerações futuras. A sua construção cuidadosa e a sua rica história fazem dele um símbolo da arte e da cultura musical do Japão.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do Japão
  • tambores percutidos
  • Instrumentos começados por t
Tsuri-daiko, Japão

Tsuri-daiko, Japão