Enciclopédia de instrumentos musicais do mundo

Sruti upanga, também conhecido por outros nomes como bhazana-sruti, druthi ou nosbug, é uma gaita de foles tradicional de Tamil Nadu, no sul da Índia. Este aerofone de palheta livre é um instrumento único que desempenha um papel específico na música folclórica e devocional da região.

O Sruti upanga distingue-se por sua construção relativamente simples. Consiste tipicamente num saco de couro ou pele, que serve como reservatório de ar, e um ou mais tubos melódicos (chanters) feitos de madeira ou bambu. Um tubo de sopro permite ao músico insuflar ar para dentro do saco. Os chanters possuem orifícios para os dedos, possibilitando a execução de melodias. Algumas versões podem incluir um ou mais bordões (drone pipes) que emitem notas constantes, criando uma base harmónica para a melodia.

A característica mais notável do Sruti upanga é a sua capacidade de produzir um som contínuo, semelhante ao de outras gaitas de foles. O músico enche o saco de ar e, ao pressioná-lo com o braço, força o ar a passar pelas palhetas dos ponteiros e dos bordões, gerando o som. A melodia é criada ao abrir e fechar os orifícios dos dedos nos ponteiros.

O Sruti upanga é frequentemente associado à música devocional e às apresentações de rua no sul da Índia. O seu som persistente e a sua capacidade de sustentar notas longas tornam-no adequado para acompanhar cantos religiosos e narrativas folclóricas. Embora não seja tão difundido como outros instrumentos clássicos indianos, o Sruti upanga mantém a sua importância cultural em Tamil Nadu, representando uma tradição musical distinta e enraizada na história da região. As suas diferentes designações regionais refletem a sua presença e adaptação em várias comunidades locais.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Índia
  • Gaitas de fole
  • Instrumentos de sopro de palheta
  • Instrumentos começados por s
Sruti upanga, Índia

Sruti upanga, Índia

Dudki é um instrumento de sopro tradicional da Bielorrússia, caracterizado pela sua construção única com dois tubos de diferentes comprimentos unidos. Esta configuração permite ao músico produzir uma melodia e um bordão simultaneamente, criando uma textura sonora rica e distinta. O Dudki é conhecido por diversos nomes regionais, incluindo parnyia dudki, parniouka, parnyaty, dvojni, dvzajchatki, pasvisceli, hoosli e dvajchatyia hoosli, refletindo a sua presença e variações em diferentes partes da Bielorrússia.

Os dois tubos do Dudki são geralmente feitos de madeira, como salgueiro, bordo ou amieiro, e possuem furos para os dedos. O tubo mais longo, tipicamente com cinco ou seis orifícios, é usado para tocar a melodia principal. O tubo mais curto, muitas vezes com menos orifícios ou nenhum, serve como um bordão, emitindo uma nota constante que acompanha a melodia. Os tubos são unidos lado a lado, permitindo que o músico os tape com ambas as mãos.

O Dudki é tocado soprando ar através de uma extremidade dos tubos, geralmente sem uma palheta definida, funcionando como uma espécie de flauta de bisel dupla. A técnica de execução envolve tapar e destapar os orifícios dos dedos no tubo melódico para produzir diferentes notas, enquanto o tubo de bordão fornece um fundo sonoro contínuo. A combinação da melodia e do bordão cria uma sonoridade complexa e harmoniosa, característica da música folclórica bielorrussa.

Este instrumento desempenha um papel importante nas tradições musicais da Bielorrússia, sendo frequentemente utilizado em celebrações, festivais e outras ocasiões festivas. O seu som evoca a paisagem rural e as melodias tradicionais do país, contribuindo para a identidade cultural bielorrussa. Embora possa não ser tão conhecido internacionalmente como outros instrumentos folclóricos, o Dudki permanece um símbolo vibrante da rica herança musical da Bielorrússia.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Bielorrússia
  • Instrumentos de sopro de aresta
  • Instrumentos começados por d
Dudki, Bielorrússia

Dudki, Bielorrússia

Huesera é um idiofone tradicional de países de língua castelhana, também conhecido por arrabel, formado por uma série de ossos (tíbias de cordeiro ou de cabrito) unidos entre si por cordas ou arames.

É amplamente utilizado em diversas culturas da América Latina, especialmente no Caribe e em algumas regiões da América do Sul. O nome “huesera” deriva da palavra espanhola “hueso”, que significa osso.

A construção da huesera é relativamente simples. Geralmente, consiste numa série de costelas de animais, como vacas ou burros, raspadas e secas. Estas costelas são mantidas juntas por um fio ou um pedaço de couro nas extremidades, formando um conjunto que pode ser segurado com uma mão. O som é produzido raspando um objeto, como um pau de madeira, um prego ou até mesmo outra costela, ao longo da superfície ranhurada dos ossos.

O som característico da huesera é um raspado seco e rítmico, cuja intensidade e timbre podem variar dependendo do tipo de osso utilizado, da força e velocidade da raspagem e do objeto utilizado para raspar. É um instrumento essencial em muitos géneros musicais folclóricos latino-americanos, contribuindo para a seção rítmica com texturas sonoras distintas.

A huesera desempenha um papel importante em estilos musicais como o merengue dominicano, onde marca o ritmo com um padrão sincopado característico. Também é encontrada em outras tradições musicais caribenhas e sul-americanas, frequentemente associada a celebrações festivas e rituais culturais. A sua simplicidade e a disponibilidade dos materiais tornaram-na um instrumento acessível e difundido entre as comunidades tradicionais.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais de Espanha
  • Idiofones percutidos
  • Instrumentos de percussão de altura indefinida
  • Família da genebres
  • Instrumentos começados por h
Huesera, Canárias

Huesera, Canárias

Arrabel é um idiofone de fricção tradicional de Espanha, também conhecido por ginebra ou, tal como o instrumento latino-americano, huesera. A sua construção peculiar envolve a união de uma série de elementos lineares, tradicionalmente ossos (tíbias de cordeiro ou de cabrito), mas podendo também ser paus ou canas, ligados entre si por cordas ou arames. Esta montagem permite a produção de som através da fricção entre estes elementos.

O princípio sonoro do Arrabel reside na raspagem de um objeto, como uma vareta ou outro dos próprios elementos constituintes, ao longo da superfície ranhurada ou irregular dos ossos, paus ou canas unidos. O atrito resultante gera um som característico de raspagem, cujo timbre e intensidade variam consoante os materiais utilizados, a técnica de fricção e o tamanho do instrumento.

O Arrabel possui uma presença histórica e cultural significativa em toda a Península Ibérica, sendo utilizado em diversos contextos musicais tradicionais. Um exemplo notável da sua utilização ocorre em Colmenar de Oreja (Madrid), onde acompanha a zambomba no canto de rondas pelas ruas, especialmente durante as festividades. Esta combinação de instrumentos cria uma sonoridade festiva e enérgica, associada a celebrações comunitárias.

Embora a sua construção possa parecer rudimentar, o Arrabel é capaz de produzir ritmos complexos e texturas sonoras interessantes, enriquecendo as manifestações musicais folclóricas. A sua versatilidade, permitindo a utilização de diferentes materiais, reflete a adaptação do instrumento aos recursos disponíveis em diversas regiões da Península Ibérica. A sua persistência no tempo demonstra a sua importância cultural e a sua capacidade de se integrar em diferentes tradições musicais locais.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais de Espanha
  • Idiofones percutidos
  • Instrumentos de percussão de altura indefinida
  • Família da genebres
  • Instrumentos começados por a
Arrabel, Espanha

Arrabel, Espanha

Volynka é uma gaita de foles tradicional da região de Volyn, na Ucrânia, e também encontrada na Rússia com o mesmo nome. Este aerofone de palheta livre é caracterizado pelo seu reservatório de ar distintivo, feito de pele de cabra curtida e costurada. A pele de cabra, mantida hermeticamente fechada, serve como uma bolsa que armazena o ar insuflado pelo músico através de um tubo específico. Este tubo de insuflação é equipado com uma válvula unidirecional, crucial para impedir que o ar escape novamente para fora, garantindo um fluxo constante para os tubos sonoros.

A Volynka ucraniana e russa geralmente possui um ou mais tubos melódicos, conhecidos como chanters, onde o músico executa a melodia através da manipulação de orifícios para os dedos. Estes ponteiros são equipados com palhetas simples ou duplas, que vibram com o ar pressurizado da bolsa, produzindo as notas musicais. Adicionalmente, a Volynka pode incluir um ou mais bordões (drone pipes), tubos que emitem uma nota constante e fundamental, criando uma base harmónica para a melodia tocada no ponteiro. O número e a afinação dos bordões podem variar dependendo da construção específica do instrumento.

A sonoridade da Volynka é tipicamente rica e ressonante, com a melodia do ponteiro a destacar-se sobre o zumbido constante dos bordões. É um instrumento tradicionalmente associado a celebrações festivas, danças e música folclórica nas regiões da Ucrânia e Rússia onde é encontrada. A construção com pele de cabra confere ao instrumento um aspeto e um timbre únicos, diferenciando-o de outras gaitas de foles europeias que podem utilizar diferentes materiais para a bolsa de ar. A Volynka representa uma parte importante do património musical destas culturas, com variações regionais que refletem as diversas tradições musicais locais.

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  • Instrumentos musicais da Ucrânia
  • Instrumentos musicais da Rússia
  • Aerofones de palheta
  • Família das gaitas de fole
  • Instrumentos começados por v
Volynka, Ucrânia

Volynka, Ucrânia

O tangmuri é um instrumento musical único usado pelo povo Hynniewtrep, que é uma comunidade tribal do Estado de Meghalaya, no nordeste da Índia. É um instrumento de sopro cónico e possui uma palheta dupla, semelhante a um oboé.

O tangmuri é feito de uma única peça de madeira que é esculpida em forma de cone. Tem uma boca na extremidade estreita, onde o músico coloca a boca para soprar o ar. O ar passa através da palheta dupla, que vibra para criar som.

É geralmente tocado em cerimónias religiosas e danças tradicionais do povo Hynniewtrep. O som melancólico e suave do tangmuri cria uma atmosfera especial nessas ocasiões.

O tangmuri é considerado um instrumento sagrado pelo povo Hynniewtrep e possui um significado cultural profundo. É tocado principalmente por mulheres e é considerado um símbolo de pureza e divindade.

Além disso, cada tangmuri é único, pois é feito à mão pelos artesãos locais. Os músicos habilidosos que tocam o tangmuri são altamente reverenciados na comunidade Hynniewtrep.

(com IA)

Tangmuri, Índia

Tangmuri, Índia

Venu é uma flauta travessa indiana, confeccionada tradicionalmente em bambu, que ocupa um lugar de destaque na música carnática, o sistema de música clássica do sul da Índia. Este instrumento de sopro simples, mas expressivo, é conhecido por diversos nomes regionais, refletindo a sua presença e apreciação em diferentes partes do sul da Índia: venuvu, pillana grovi, kulalu e pullankuzhal são algumas das suas designações mais comuns.

O Venu é tipicamente feito de uma única haste de bambu, cuidadosamente selecionada pela sua qualidade e pelas suas características acústicas. O bambu é perfurado com seis ou oito orifícios para os dedos, que permitem ao músico produzir uma vasta gama de notas e microtons característicos da música carnática. A embocadura é feita numa das extremidades da flauta, onde um orifício é cuidadosamente posicionado para permitir ao músico soprar e controlar o fluxo de ar, produzindo o som.

A técnica de execução do Venu exige grande destreza e controlo da respiração. O músico utiliza os dedos para abrir e fechar os orifícios, enquanto ajusta a embocadura e a pressão do ar para obter as diferentes notas e ornamentações melódicas complexas que são essenciais na música carnática. A capacidade de produzir gamas subtis de afinação e expressividade emocional torna o Venu um instrumento altamente valorizado tanto em apresentações solo quanto em acompanhamento.

O som do Venu é frequentemente descrito como doce, melodioso e evocativo. A sua sonoridade natural e a sua capacidade de expressar nuances emocionais profundas fazem dele um instrumento particularmente adequado para a interpretação das intrincadas ragas e talas (ciclos rítmicos) da música carnática. É comummente ouvido em concertos clássicos, acompanhando vocalistas ou outros instrumentos, e também possui uma rica tradição de interpretação solo. A sua simplicidade material contrasta com a sua complexidade musical, tornando o Venu um instrumento icónico da cultura musical do sul da Índia.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Índia
  • Família das flautas travessas
  • Instrumentos começados por v
Venu, Índia

Venu, Índia

Tombak, também conhecido por zarb, donbak ou dombak, é um membranofone de origem persa (antigo Irão), amplamente considerado o instrumento de percussão mais importante da música clássica persa. A sua rica sonoridade e a sua capacidade de produzir uma vasta gama de timbres e ritmos complexos tornam-no um elemento fundamental nos ensembles musicais iranianos.

O corpo do Tombak é tipicamente esculpido numa única peça de madeira, geralmente de nogueira, amoreira ou freixo, com uma forma de cálice ou ampulheta. Uma das extremidades mais largas é coberta por uma pele de animal, tradicionalmente de cabra ou cordeiro, que é colada e tensionada sobre a abertura. A qualidade da pele e a forma do corpo do instrumento influenciam significativamente o seu som.

O Tombak é tocado com as mãos desnudas, utilizando uma variedade de golpes e técnicas que produzem diferentes sons e ritmos. Os principais golpes incluem o “tek”, um som agudo e seco produzido com a borda dos dedos na extremidade da pele, e o “bom”, um som grave e ressonante obtido com a palma da mão no centro da pele. Combinações destes e outros golpes, juntamente com técnicas como estalos de dedos e toques na borda do corpo de madeira, permitem ao percussionista criar padrões rítmicos intrincados e expressivos.

A importância do Tombak na música persa reside na sua capacidade de não apenas marcar o tempo, mas também de interagir melodicamente com os outros instrumentos e com a voz. Os percussionistas de Tombak são altamente valorizados pela sua musicalidade e pela sua habilidade em improvisar e responder às nuances da interpretação. O instrumento é essencial em formações musicais clássicas e folclóricas do Irão, contribuindo para a rica tapeçaria sonora da música persa. A sua sonoridade única e a sua versatilidade rítmica garantem o seu lugar central na tradição musical iraniana.

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  • Instrumentos musicais do Irão
  • tambores percutidos
  • tambores em forma de cálice
  • Instrumentos começados por t
Tombak, Irão

Tombak, Irão

Veuze é um instrumento de sopro pertencente à família das gaitas de fole, tradicionalmente encontrada no oeste da França, particularmente nas regiões da Bretanha e da Vendée. Distingue-se por preservar características que remontam às gaitas de foles da Idade Média, conferindo-lhe um lugar especial na história da música folclórica europeia. Próxima da biniou (a gaita de foles bretã), a Veuze diferencia-se por ser geralmente maior e possuir uma tessitura mais grave.

A construção da Veuze tipicamente envolve um fole de ar feito de pele de animal, como couro de cabra ou ovelha, que é insuflado através de um tubo de sopro com uma válvula de retenção. Deste fole emergem os tubos sonoros: um ou mais bordões (bourdons) que emitem notas fixas e contínuas, e um ponteiro (chalumeau ou levriad), onde o músico executa a melodia através de orifícios para os dedos. O número e a afinação dos bordões podem variar, contribuindo para a sonoridade característica do instrumento.

O ponteiro da Veuze, sendo maior que o da biniou, geralmente permite uma extensão melódica mais ampla e um registo mais grave. As palhetas utilizadas nos tubos sonoros, tradicionalmente feitas de cana, vibram com o ar proveniente do fole, produzindo o som. A técnica de execução exige coordenação entre o sopro, a pressão exercida sobre o fole para manter um fluxo de ar constante, e a manipulação dos orifícios do ponteiro para criar a melodia.

A sonoridade da Veuze é descrita como mais profunda e melancólica em comparação com o som mais agudo e brilhante da biniou. É um instrumento tradicionalmente utilizado em festas, danças e celebrações comunitárias no oeste da França, acompanhando cantos e outras formas de música folclórica. A sua ligação com as gaitas de foles medievais confere-lhe um valor histórico e cultural significativo, representando uma continuidade de tradições musicais antigas na paisagem sonora contemporânea.

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  • Instrumentos de sopro
  • Gaitas de fole
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Veuze, França

Veuze, França

A pullankuzhal, também conhecida como venu, venuvu ou kulalu, é uma flauta travessa indiana que desempenha um papel importante na música carnática (forma clássica de música do sul da Índia). A flauta é feita de bambu e possui oito furos que são usados ​​para produzir diferentes notas musicais.

É tocada horizontalmente, e o músico sopra no bocal, enquanto controla o fluxo de ar com os dedos para criar diferentes sons. A flauta é considerada uma das mais antigas e tradicionais instrumentos musicais indianos, com uma história que remonta a milhares de anos.

É conhecida por suas qualidades sonoras distintas, que são tonais e suaves. É capaz de produzir uma ampla gama de notas e efeitos musicais, tornando-se um instrumento versátil que pode ser usado como um instrumento solo ou em conjunto com outros instrumentos musicais.

Na música carnática, a pullankuzhal geralmente é usada para improvisação, com músicos habilidosos explorando diferentes escalas e melodias durante as apresentações. Além disso, a flauta também é amplamente utilizada em composições clássicas e folclóricas, bem como em rituais religiosos.

(com IA)

É um instrumento de sopro do grupo 421 – aerofones com sopro em aresta – no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais.
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  • Aerofones de aresta
  • Flautas travessas
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Pullankuzhal, Índia

Pullankuzhal, Índia