Instrumentos musicais do continente asiático

Shoko (鉦鼓) é um instrumento de percussão membranofone, embora por vezes possa ser confundido com um idiofone devido à sua construção e sonoridade. É um tambor pequeno, com um corpo de madeira rasa e uma única pele esticada sobre uma das extremidades. A sua característica distintiva reside na maneira como é tocado: geralmente, o Shoko não é percutido diretamente com baquetas, mas sim com duas pequenas hastes de madeira ou chifre, chamadas bachi, que friccionam ou raspam a pele, produzindo um som agudo, metálico e ressonante, semelhante ao de um gongo pequeno ou um sino.

O Shoko desempenha um papel crucial em duas formas importantes da música tradicional japonesa: o gagaku, a música clássica da corte, e o shomyo, o canto litúrgico budista. No contexto do gagaku, o Shoko é um dos principais instrumentos de percussão, responsável por marcar o tempo e acentuar as frases musicais. O seu som penetrante ajuda a definir a estrutura rítmica e a adicionar um brilho metálico à sonoridade orquestral. A precisão e o timing do percussionista de Shoko são essenciais para a coesão do conjunto.

No shomyo, o Shoko é utilizado para marcar os tempos e as divisões dentro dos cânticos rituais. O seu som claro e distinto auxilia na estruturação das longas e complexas melodias vocais, proporcionando um ponto de referência rítmico para os cantores. A utilização do Shoko neste contexto enfatiza a sua capacidade de criar um ambiente cerimonial e contemplativo.

Embora seja um instrumento relativamente pequeno em tamanho, o Shoko possui uma presença sonora significativa dentro dos conjuntos musicais japoneses tradicionais. A sua técnica de execução única e o seu timbre distintivo contribuem de forma essencial para a identidade sonora do gagaku e do shomyo, demonstrando a diversidade e a sofisticação da percussão na música japonesa clássica e religiosa.

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  • Idiofones percutidos
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Shoko, Japão

Shoko, Japão

Sistrum, derivado do grego “seistron” que significa “o que é abanado”, era um idiofone metálico de percussão indireta de grande importância musical e religiosa no antigo Iraque e, especialmente, no Egito. Conhecido como “sekhem” ou “sesheshet” na língua egípcia, este instrumento produzia som através do movimento de pequenas peças metálicas, como discos ou barras, que vibravam quando o instrumento era agitado.

Construído geralmente em bronze, embora também existissem exemplares em madeira, o sistro possuía um formato característico de ferradura ou de um arco com um cabo. Através do arco passavam varetas metálicas soltas, que chocavam entre si e contra as laterais da estrutura quando o instrumento era sacudido. A intensidade e o ritmo do som produzido dependiam da maneira como o sistro era agitado.

No antigo Egito, o sistro estava particularmente associado ao culto de diversas divindades femininas. A deusa Nefertari, esposa do faraó Ramsés II, é frequentemente representada com um sistro na mão direita, como se observa no templo de Abul-Simbel, testemunhando a sua relevância em contextos rituais. Era um instrumento tocado principalmente por sacerdotisas e mulheres da nobreza durante cerimónias religiosas, procissões e festivais dedicados a deusas como Hator, Ísis, Bastet e também ao deus Amom.

O som vibrante e cintilante do sistro era considerado capaz de afastar espíritos malignos, promover a fertilidade e invocar a proteção divina. A sua utilização em rituais visava criar uma atmosfera sagrada e alegre, honrando as divindades e acompanhando cânticos e danças. A presença constante do sistro nas representações artísticas e nos achados arqueológicos do antigo Egito sublinha o seu papel fundamental na música, na religião e na vida social daquela civilização.

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Sistrum, Egito

Sistrum, Egito

Sitar é um instrumento musical de corda dedilhada icónico da música clássica do Norte da Índia, reconhecido pela sua sonoridade rica, complexa e hipnotizante. Caracteriza-se por um braço longo e largo, geralmente feito de madeira de teca ou toon, e um corpo em forma de pêra feito de uma cabaça (a parte inferior) e uma placa de madeira (a parte superior). Algumas variantes possuem uma segunda cabaça menor fixada na parte superior do braço.

O sitar possui um número variável de cordas, tipicamente entre 18 e 21. Destas, apenas 6 ou 7 são cordas principais, utilizadas para tocar a melodia, afinadas em intervalos específicos. As restantes são cordas simpáticas, que não são tocadas diretamente, mas vibram por ressonância com as notas tocadas nas cordas principais, criando um som rico em harmónicos e um efeito de “zumbido” característico. A tensão destas cordas simpáticas pode ser ajustada para otimizar a ressonância com diferentes ragas (modos musicais indianos).

O instrumento é tocado com um plectro de arame chamado mizrab, preso ao dedo indicador da mão direita. A mão esquerda desliza e pressiona as cordas principais ao longo dos trastes curvos e ajustáveis, permitindo a produção de microtons e glissandos essenciais na música clássica indiana. A técnica de execução do sitar exige grande destreza e precisão, permitindo a exploração de melodias intrincadas, ritmos complexos e improvisações elaboradas dentro da estrutura do raga.

O sitar ganhou reconhecimento internacional no século XX, em grande parte devido ao trabalho do virtuoso Ravi Shankar, que colaborou com músicos ocidentais e introduziu o instrumento a um público global. A sua sonoridade única e a sua capacidade expressiva continuam a inspirar músicos e ouvintes em todo o mundo, consolidando o sitar como um dos instrumentos mais importantes e influentes da música indiana.

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  • Instrumentos de corda dedilhada
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Sitar, Índia

Sitar, Índia

Kagul é um idiofone filipino, pertencente à família dos tambores de fenda. Este instrumento musical tradicional é tipicamente construído a partir de um tronco de madeira oco ou de um segmento de bambu de grande diâmetro. A sua característica definidora são as uma ou mais fendas longitudinais cuidadosamente esculpidas na superfície do corpo oco. Estas fendas não apenas criam as paredes vibratórias do instrumento, mas também são dimensionadas e posicionadas estrategicamente para produzir diferentes frequências sonoras quando percutidas.

O Kagul é tocado batendo diretamente na superfície externa do instrumento, próximo às fendas, utilizando um ou dois bastões de madeira. As diferentes dimensões e o número de fendas permitem ao músico explorar uma variedade de alturas e timbres. Um Kagul com múltiplas fendas pode produzir uma gama de notas discretas, possibilitando a execução de melodias simples ou padrões rítmicos complexos. A ressonância da cavidade oca amplifica o som produzido pela vibração da madeira percutida.

Este instrumento tradicional desempenha um papel importante em diversas expressões culturais e rituais nas Filipinas, particularmente entre certas comunidades indígenas. O seu som pode ser utilizado para comunicação a longas distâncias, para acompanhar danças e cerimónias, ou como parte de conjuntos musicais tradicionais. A construção e o design do Kagul podem variar ligeiramente entre diferentes grupos étnicos e regiões das Filipinas, refletindo as diversas tradições musicais do arquipélago.

A simplicidade do Kagul na sua construção contrasta com a sua capacidade de gerar sons distintos e ritmos envolventes. Como um tambor de fenda, ele exemplifica a engenhosidade na utilização de materiais naturais para criar instrumentos musicais com propriedades acústicas únicas. A sua presença contínua nas práticas culturais filipinas atesta a sua importância histórica e o seu valor como um veículo de expressão artística e comunicação.

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  • Instrumentos musicais das Filipinas
  • tambores de fenda
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Kagul, Filipinas

Kagul, Filipinas

Kagurabue (神楽笛) é um aerofone japonês pertencente à família das flautas transversais. Tradicionalmente construída em bambu, esta flauta possui tipicamente seis ou sete orifícios para os dedos, permitindo a produção de uma escala diatónica e variações tonais através de técnicas de sopro e digitação específicas. O seu nome sugere a sua estreita ligação com o kagura (神楽), um tipo de dança cerimonial xintoísta acompanhada por música.

O Kagurabue possui um corpo cilíndrico relativamente longo, o que contribui para o seu timbre suave, melancólico e ligeiramente rouco. A embocadura é simples, permitindo ao flautista controlar a afinação e a expressividade do som através da embocadura e da pressão do ar. Os orifícios para os dedos são espaçados de forma a facilitar a execução das melodias características do kagura.

No contexto do kagura, o Kagurabue desempenha um papel melódico fundamental, frequentemente acompanhando o canto, os tambores (taiko) e outros instrumentos de sopro como o hichiriki e o ryūteki. As melodias executadas no Kagurabue tendem a ser lentas, sinuosas e evocativas, criando uma atmosfera solene e espiritual que é essencial para a natureza ritualística do kagura. A música visa muitas vezes narrar mitos e lendas, honrar os kami (divindades xintoístas) e proporcionar entretenimento para os participantes e espectadores.

Embora o Kagurabue seja mais fortemente associado ao kagura, também pode ser encontrado em outros contextos musicais tradicionais japoneses. A sua sonoridade distinta e a sua capacidade de expressar uma ampla gama de emoções garantem a sua relevância contínua na preservação e na prática das artes performativas tradicionais do Japão. A sua construção em bambu, um material naturalmente abundante no Japão, reflete a profunda ligação entre a música tradicional e os recursos naturais do país.

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  • Instrumentos de sopro de aresta
  • Família das flautas
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Kagurabue, Japão

Kagurabue, Japão

Kanjira, khanjira, khanjiri ou ganjira é um instrumento de percussão tradicional do Sul da Índia. É um unimembranofone, o que significa que possui apenas um lado com um filme de pele de animais esticado sobre a sua estrutura circular. O diâmetro da kanjira varia entre 18 a 23 cm, com uma profundidade de 5 a 10 cm.

A kanjira é feita geralmente de madeira de jacarandá e possui pequenas cabaças embutidas para melhorar a ressonância. É um instrumento de mão, tocado com os dedos e palmas das mãos. As mãos do percussionista batem na parte interna da pele para produzir diversos tipos de sons, como batidas e toques.

A kanjira é especialmente conhecida por sua utilização na música carnática, que é a música clássica do Sul da Índia. Ela desempenha um papel significativo nas apresentações de música carnática, sendo frequentemente usada para acompanhar vocais e outros instrumentos.

A kanjira é valorizada por sua versatilidade e capacidade de produzir uma ampla gama de sons. Os músicos habilidosos podem criar ritmos complexos e variações em diferentes nuances usando a kanjira. Além disso, também é utilizada em diferentes géneros musicais, como música folclórica e devocional do Sul da Índia.

Em resumo, a kanjira é um instrumento de percussão tradicional do Sul da Índia, utilizado principalmente na música carnática. É um instrumento de mão, feito de madeira de jacarandá, com uma pele de animal esticada em apenas um lado. Fica conhecido pela sua versatilidade e capacidade de produzir uma ampla gama de sons.

(com IA)

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.

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  • Instrumentos musicais da Índia
  • tambores percutidos
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Khanjira, Índia

Khanjira, Índia

O kane (鉦) é um instrumento musical tradicional japonês, categorizado como um idiofone de percussão direta. Essencialmente, trata-se de um sino de metal, geralmente feito de bronze ou latão, com um formato que pode variar, mas frequentemente apresenta uma borda larga e plana. O tamanho do Kane também pode variar, desde pequenos sinos portáteis até grandes gongos suspensos. A sua principal característica é a produção de som através da percussão direta do metal, sem a necessidade de cordas ou membranas.

A maneira como o Kane é tocado depende do seu tipo e do contexto musical. Pequenos sinos podem ser segurados na mão e percutidos com uma baqueta de madeira ou metal, produzindo um som claro e ressonante. Gongos maiores são geralmente suspensos e tocados com um batedor acolchoado, gerando um som mais profundo e prolongado. Em alguns casos, o Kane pode ser parte de um conjunto de sinos afinados, permitindo a execução de melodias simples.

O Kane desempenha um papel significativo em diversas formas de música tradicional japonesa, incluindo o gagaku (música clássica da corte), o teatro Noh e Kabuki, e em festivais religiosos e folclóricos (matsuri). No gagaku, diferentes tipos de Kane, como o shoko, contribuem para a textura rítmica e melódica da orquestra. No teatro Noh e Kabuki, o Kane pode ser usado para enfatizar momentos dramáticos ou criar efeitos sonoros específicos.

Nos festivais (matsuri), o som dos sinos Kane é onipresente, criando uma atmosfera festiva e animada. Pequenos sinos portáteis são frequentemente tocados enquanto as procissões desfilam pelas ruas, marcando o ritmo e anunciando a celebração. O som penetrante e alegre do Kane é, portanto, um elemento fundamental da paisagem sonora tradicional japonesa, associado tanto a contextos cerimoniais e religiosos quanto a celebrações comunitárias. A sua simplicidade estrutural contrasta com a sua versatilidade e importância cultural.

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  • Idiofones percutidos
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Kane, Japão

Kane, Japão

Karnay, também conhecido por variações como karnaï, kernei ou qayroq, é um imponente instrumento de sopro de metal, tradicionalmente encontrado no Irão e no Uzbequistão. Construído em cobre, o Karnay se destaca pelo seu comprimento considerável, podendo atingir vários metros, e pela sua forma reta e cónica, terminando numa campânula larga. Esta construção robusta e alongada confere ao instrumento uma sonoridade potente, penetrante e com um timbre metálico característico.

Historicamente, o Karnay desempenhou um papel significativo em contextos cerimoniais e militares nestas regiões. O seu som forte e de longo alcance era utilizado para sinalizar eventos importantes, como a chegada de dignitários, o início de festividades, ou como um instrumento de chamada para a batalha. A sua presença em procissões e celebrações tradicionais ainda é marcante, contribuindo para a atmosfera festiva e solene.

A técnica de execução do Karnay envolve soprar vigorosamente na embocadura, produzindo um som fundamental que pode ser alterado ligeiramente através da pressão labial e da técnica de sopro. Dada a sua extensão, o Karnay geralmente requer o apoio de um ou mais músicos para ser sustentado durante a performance. Frequentemente, vários Karnays são tocados em conjunto, criando padrões rítmicos complexos e uma rica textura sonora através da alternância de sopros e da produção de diferentes notas dentro da sua gama limitada.

No Irão e no Uzbequistão, o Karnay é um símbolo cultural importante, associado a tradições ancestrais e à identidade musical destas nações. Embora possa não ser um instrumento melódico no sentido tradicional, a sua força sonora e o seu papel cerimonial garantem a sua presença contínua em eventos culturais e celebrações, preservando a sua sonoridade única e o seu significado histórico para as futuras gerações.

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  • Instrumentos musicais do Irão
  • Aerofones de bocal
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Karnay, Irão

Karnay, Irão

O santoor é um instrumento musical de cordas originário do Oriente Médio e da Índia. É um tipo de cítara trapezoidal, comum em várias culturas da região. O instrumento é composto por um corpo retangular feito de madeira, com cerca de 72 cordas de metal (geralmente, três cordas por nota) estendidas sobre pontes.

O santoor é tocado com baquetas de madeira chamadas meiz. O músico utiliza uma técnica de trinado e deslize das baquetas sobre as cordas para criar diferentes notas e efeitos musicais. Normalmente, as cordas são afinadas de acordo com a melodia que se pretende executar.

O instrumento possui uma sonoridade única e é utilizado principalmente para tocar música clássica tradicional e folclórica nos países onde é popular. Na Índia, por exemplo, é comumente utilizado no estilo musical clássico hindustani. No Iraque e no Irã, o santoor é um instrumento essencial para a música popular e clássica.

O santoor tem uma longa história e pode ser rastreado até a antiga Pérsia. Ao longo dos anos, a sua construção e técnica de execução evoluíram, resultando em diferentes variações regionais do instrumento.

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  • Instrumentos musicais da Índia
  • Família das cítaras
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Santoor, Índia

Santoor, Índia

Khartal, também conhecido como kartal, é um idiofone de percussão manual tradicional da Índia. Sua construção simples, mas eficaz, consiste em um par de peças de madeira que são entrechocadas para produzir som. Embora a descrição básica possa sugerir um instrumento rudimentar, o Khartal possui variações regionais e técnicas de execução que lhe conferem uma versatilidade rítmica surpreendente e um papel importante em diversos géneros musicais indianos.

Uma das formas mais comuns do Khartal é constituída por duas peças de madeira retangulares ou ovais, cada uma com pequenos címbalos de metal embutidos. Quando as peças de madeira são batidas uma contra a outra, os címbalos também chocam, adicionando um brilho metálico e vibrante ao som da madeira percutida. Esta versão é frequentemente utilizada na música folclórica e religiosa, especialmente em cânticos devocionais (bhajans) e música popular.

Outra variação do Khartal envolve um único bloco de madeira com recortes ou fendas e pequenos címbalos de metal fixados. Este bloco é segurado numa mão, enquanto a outra mão o percute com um pequeno bastão ou com outra peça de madeira, fazendo vibrar os címbalos e produzindo um som rítmico complexo. Esta versão é particularmente utilizada na música folclórica do Rajastão.

O Khartal desempenha um papel crucial na marcação do ritmo e na criação de padrões rítmicos complexos em diversos conjuntos musicais indianos. A sua sonoridade percussiva e a adição dos címbalos metálicos conferem energia e vivacidade à música. Apesar de sua simplicidade estrutural, músicos habilidosos podem extrair uma variedade impressionante de ritmos e texturas sonoras do Khartal, tornando-o um instrumento essencial na rica tapeçaria da música tradicional da Índia. A sua portabilidade e facilidade de uso também contribuem para a sua popularidade em contextos musicais diversos.

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  • Instrumentos musicais da Índia
  • Idiofones percutidos
  • Instrumentos de percussão altura indefinida
  • Instrumentos começados por K
Khartal, Índia

Khartal, Índia