Instrumentos musicais do continente asiático

Yatuga, também conhecida como cítara da Mongólia, é um instrumento de corda dedilhada com um timbre doce e melodioso, profundamente enraizado na tradição musical da Mongólia. Pertencente à família das cítaras, a Yatuga possui uma longa caixa de ressonância retangular, geralmente feita de madeira, sobre a qual se estendem um número variável de cordas de seda ou metal.

Uma característica social e histórica interessante da Yatuga reside na distinção do número de cordas e no seu uso. Tradicionalmente, a Yatuga de 12 cordas era um instrumento de prestígio, tocado exclusivamente nas cortes reais e nos mosteiros budistas. O seu acesso era proibido aos pastores, a maioria da população mongol, que só tinham permissão para tocar uma versão menor, a Yatuga de 10 cordas. Esta restrição reflete a hierarquia social e o valor cultural atribuído ao instrumento de maior complexidade.

As cordas da Yatuga são esticadas ao longo da caixa de ressonância e elevadas por pequenas pontes. São dedilhadas com os dedos ou com pequenos plectros presos aos dedos, produzindo um som suave e lírico. A técnica de execução envolve a criação de melodias, harmonias e ornamentações, explorando a ressonância da longa caixa de madeira.

Apesar da distinção histórica no número de cordas e no seu uso social, ambas as versões da Yatuga desempenham um papel importante na música tradicional mongol. A sua sonoridade evoca as vastas estepes e a rica herança cultural do país. Nos tempos modernos, a Yatuga é apreciada tanto em apresentações solo quanto em agrupamento, continuando a encantar os ouvintes com o seu timbre doce e a sua expressividade melódica. 

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Yatuga, Mongólia

Yatuga, Mongólia

Satara é um instrumento de sopro tradicional do Paquistão, conhecido por diversos nomes regionais como jorhi, pawa jorhi, do nali, donal, giraw, ou nagoze. A sua característica distintiva reside na sua construção com duas flautas paralelas, unidas entre si. Esta configuração permite uma execução musical única, onde uma das flautas é utilizada para tocar a melodia principal, enquanto a outra emite um bordão constante, criando uma textura sonora rica e envolvente.

As duas flautas do Satara são geralmente feitas de madeira ou bambu, com comprimentos e diâmetros que podem variar ligeiramente, influenciando a sua afinação e timbre. A flauta melódica possui uma série de orifícios para os dedos, permitindo ao músico produzir diferentes notas ao abrir e fechar estas aberturas. A flauta de bordão, por outro lado, possui menos orifícios ou nenhum, sendo afinada para uma nota fundamental que serve de acompanhamento contínuo à melodia.

A técnica de execução do Satara exige coordenação e habilidade do músico, que sopra simultaneamente nas duas flautas através de uma embocadura comum ou separada. Os dedos são utilizados para manipular os orifícios da flauta melódica, enquanto a flauta de bordão fornece uma base harmónica constante, semelhante ao efeito de um drone em outros instrumentos como a gaita de foles.

O Satara desempenha um papel importante na música folclórica do Paquistão, sendo frequentemente utilizado em apresentações rurais, celebrações e festivais. A sua sonoridade característica, com a melodia a destacar-se sobre o fundo constante do bordão, evoca a paisagem e as tradições musicais da região. Apesar da sua simplicidade construtiva, o Satara é capaz de produzir melodias expressivas e ritmos cativantes, mantendo viva uma rica herança musical.

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Satara, Paquistão

Satara, Paquistão

O yakumogoto é um instrumento musical tradicional do Japão, muito associado à religião xintoísta. É semelhante ao ichigenkin, um tipo de cítara japonesa de uma única corda, mas o yakumogoto possui duas cordas.

Foi criado por Nakayama Kotonushi em 1820, com o objetivo de criar um instrumento que pudesse acompanhar o canto xintoísta nos rituais religiosos. O nome “yakumogoto” significa literalmente “instrumento de oito nuvens” em japonês, possivelmente referindo-se às oito cordas do original ichigenkin.

O yakumogoto é tradicionalmente feito com uma caixa de ressonância retangular, uma ponte de osso ou madeira e duas cordas de seda ou nylon, afinadas geralmente em quintas. O músico toca o instrumento usando uma palheta de madeira ou os dedos para beliscar e produzir as notas musicais.

Atualmente, o yakumogoto é usado principalmente em apresentações religiosas e cerimónias xintoístas. Também pode ser encontrado em espetáculos de música tradicional japonesa e é considerado um instrumento culturalmente importante no país.

(com IA)

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável. Nos instrumentos da categoria “cordofone”, o som é produzido principalmente pela vibração de uma ou mais cordas tensionadas.

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Yakumogoto, Japão

Yakumogoto, Japão

Yamatagoto, também conhecido como wagon ou azumagoto, é uma cítara japonesa que se distingue do mais conhecido koto e de outros cordofones tradicionais do Japão por sua origem genuinamente japonesa. Enquanto o koto foi introduzido na corte japonesa da China durante o período Nara (século VIII), o Yamatagoto possui raízes autóctones, remontando a períodos ainda mais antigos da história japonesa.

A construção do Yamatagoto é relativamente simples, consistindo numa longa caixa de ressonância de madeira, geralmente feita de cedro japonês (sugi). Sobre esta caixa, são esticadas tipicamente seis cordas de seda, embora algumas versões mais antigas pudessem ter cinco. As cordas são elevadas por pequenas pontes móveis, que permitem ajustar a afinação de cada corda individualmente. O instrumento é colocado horizontalmente no chão ou sobre um suporte baixo, e o músico ajoelha-se para tocar.

A técnica de execução do Yamatagoto envolve o dedilhar das cordas com os dedos da mão direita, utilizando unhas postiças feitas de bambu ou marfim para produzir um som mais claro e incisivo. A mão esquerda pode pressionar as cordas entre as pontes para obter diferentes alturas ou aplicar técnicas de vibrato. O repertório tradicional do Yamatagoto inclui melodias curtas, muitas vezes com carácter cerimonial ou folclórico, que refletem a sua antiga ligação com as tradições japonesas.

Embora o koto tenha se tornado o instrumento de cítara mais proeminente no Japão, o Yamatagoto preserva uma identidade única como um instrumento nativo, com uma história e um repertório distintos. A sua sonoridade suave e melancólica evoca uma atmosfera ancestral, ligando os ouvintes às raízes musicais do Japão. A sua presença, embora menos comum em apresentações modernas, continua a ser valorizada como um elo importante com o passado musical do país.

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Yamatagoto, Japão

Yamatagoto, Japão

Thimila ou paani é um instrumento de percussão tradicionalmente usado na música e nas danças folclóricas do sul da Índia, especialmente no estado de Kerala. É um tipo de tambor bimembranofone em formato de ampulheta, com um corpo de madeira e peles nas extremidades.

A construção da thimila é feita com um cilindro de madeira oco, que tem um tamanho médio de cerca de 45 centímetros de comprimento e 20 centímetros de diâmetro. Em cada extremidade do cilindro, é fixada uma pele de animal, tradicionalmente pele de cabra. Essas peles são presas e tensas no corpo da thimila usando cordas, permitindo ajustar a tensão e, consequentemente, o som produzido.

Para tocar a thimila, o músico segura o instrumento verticalmente entre os joelhos ou ombros e bate nas peles usando as mãos nuas. O som é produzido pelo impacto das mãos nas peles tensionadas, resultando em um som grave e ressonante.

A thimila é frequentemente utilizada em conjunto com outros instrumentos de percussão, como a mridangam, para acompanhar danças e performances musicais. Ela desempenha um papel importante na música carnática, um estilo de música clássica do sul da Índia.

Além disso, a thimila também é usada em cerimónias religiosas e festivais em Kerala, onde é tocada de forma ritmada para marcar o tempo e criar atmosfera festiva. É um instrumento de grande importância cultural e tradicional na região sul da Índia.

(com IA)

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.

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Thimila, Índia

Thimila, Índia

Nagara (naqqara, naqareh, nagada) é um tambor tradicional com uma rica história no Médio Oriente, Turquia e Índia. Este bimembranofone, geralmente tocado em pares, consiste num corpo arredondado, tradicionalmente feito de barro, madeira ou metal, com uma pele de animal esticada sobre a abertura superior, fixada por cordas ou tiras de couro que podem ser ajustadas para alterar a afinação.

Os Nagara são tipicamente tocados com baquetas, que podem ter cabeças de couro ou madeira, e cada tambor do par é afinado numa altura diferente, permitindo a criação de melodias rítmicas e a marcação de batidas distintas. A sua sonoridade potente tornava-o ideal para espaços abertos, onde a sua ressonância podia ser ouvida a longas distâncias.

Historicamente, o Nagara desempenhou um papel significativo em contextos militares, sendo utilizado como um tambor de guerra para sinalizar exércitos e anunciar eventos reais. No entanto, com o tempo, transitou de uma ferramenta funcional de comunicação para um elemento essencial da música e da dança, particularmente nas tradições folclóricas. Na Índia, por exemplo, é um instrumento popular na música folclórica Punjabi (Bhangra) e Rajasthani, e é usado em cerimónias de templos e casamentos.

Acredita-se que o Nagara seja um possível ancestral dos timbales usados na Europa. Após as Cruzadas, o instrumento foi adotado na Europa, onde era conhecido como naker ou naccaire, sendo utilizado principalmente para fins militares, mas também em música de câmara, dança e procissões. Os timbales modernos, usados em orquestras, descendem deste antigo instrumento, embora tenham evoluído significativamente na sua construção e utilização. A influência do Nagara pode ser rastreada através da sua adoção e adaptação em diferentes culturas ao longo da história.

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Nagara, Médio Oriente

Nagara, Médio Oriente

Naqareh, também conhecido por naqqara, nagara ou nagada, é um tambor tradicional com uma longa história no Médio Oriente, Turquia e Índia. Este instrumento de percussão, classificado como um membranofone do tipo timbale, caracteriza-se tipicamente por ser tocado em pares, embora existam variações regionais.

Cada tambor do par possui geralmente um tamanho diferente, resultando em sons distintos: um produz batidas de tom mais baixo, enquanto o outro oferece tons mais agudos. A construção tradicional envolve um corpo arredondado, muitas vezes feito de barro cozido ou metal, sobre o qual é esticada uma pele de animal, como a de cabra ou ovelha, fixada com cordas que permitem ajustar a tensão e, consequentemente, a afinação.

Os Naqareh são percutidos com pequenas baquetas de madeira, por vezes curvadas na extremidade superior, chamadas “damka”. Ao longo da história, estes tambores desempenharam um papel significativo em diversos contextos culturais, desde cerimónias e celebrações até à música folclórica e militar. Acredita-se que o Naqareh tenha sido introduzido na Europa após as Cruzadas, onde evoluiu para os timbales modernos utilizados em orquestras. A sua presença em iconografia europeia medieval atesta a sua influência e disseminação.

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Nagareh

Nagareh

Nevel é um instrumento de cordas dedilhado, proeminente na música da antiga Israel e mencionado várias vezes no Antigo Testamento da Bíblia Hebraica. O termo hebraico “Nevel” (נֵבֶל) tem sido tradicionalmente traduzido para o português como harpa, embora alguns estudiosos modernos sugiram que poderia ter sido mais semelhante a uma lira de maior porte.

As referências bíblicas ao Nevel, nomeadamente no Livro dos Salmos (Salmo 92:3), no Livro de Isaías (Isaías 5:12) e no Livro de Daniel (Daniel 3:5), indicam a sua importância em contextos religiosos e seculares. Era usado para acompanhar cânticos e celebrações, contribuindo para a atmosfera de alegria e louvor. O Salmo 92:3, em particular, menciona o Nevel juntamente com o saltério e a harpa (em algumas traduções), realçando o seu papel na música litúrgica.

A forma e o número exato de cordas do Nevel são debatidos entre os estudiosos, dada a escassez de evidências arqueológicas diretas do período bíblico. Algumas interpretações sugerem que era um instrumento com uma caixa de ressonância e múltiplas cordas dispostas verticalmente, semelhante a uma harpa. Outras teorias apontam para um instrumento com cordas dispostas horizontalmente sobre uma caixa, mais parecido com uma lira ou um saltério. A designação “Nevel Asor” (נֵבֶל עָשׂוֹר) encontrada em alguns Salmos (por exemplo, Salmo 33:2 e 144:9), que significa “Nevel de dez cordas”, sugere que existiam variações no número de cordas.

Independentemente da sua forma precisa, o Nevel era um instrumento musical significativo na cultura do antigo Israel, associado tanto à expressão religiosa quanto à celebração da vida. A sua menção nas Sagradas Escrituras atesta o seu lugar de destaque na história da música e na fé do povo israelita.

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Nevel, Israel

Nevel, Israel

Hu-ch’in, também conhecido simplesmente como Huqin, é uma família de instrumentos de cordas friccionadas com raízes profundas nas tradições musicais da China e da Mongólia. Caracteriza-se pelo seu braço cilíndrico, que diferencia-o de outros instrumentos de corda com braços mais alongados e com trastes. Embora a maioria dos Huqin possua duas cordas, existem variantes com três ou até quatro cordas, cada uma afinada para produzir diferentes tessituras e possibilidades melódicas.

A versatilidade do Hu-ch’in é notável. Embora seja um instrumento expressivo e frequentemente utilizado para performances a solo, onde a sua sonoridade rica e emotiva pode brilhar, ele também desempenha um papel crucial no acompanhamento vocal e na integração em diversos agrupamentos musicais, desde pequenas orquestras tradicionais até conjuntos folclóricos. A sua capacidade de produzir uma ampla gama de expressões, do melancólico ao vibrante, torna-o um elemento fundamental na música chinesa.

Dentro da família Hu-ch’in, existem várias variantes distintas, cada uma com características sonoras e aplicações específicas. O Erhu é talvez o mais conhecido, com o seu timbre lírico e expressivo, frequentemente utilizado em melodias sentimentais. O Jinghu, com o seu som agudo e penetrante, é essencial na ópera de Pequim. O Sihu, geralmente com quatro cordas, oferece uma sonoridade mais encorpada e é comum em certas regiões e estilos musicais.

A história do Hu-ch’in remonta a antes da dinastia Song (960–1279), evidenciando a sua longa e rica trajetória na cultura musical chinesa. A sua origem mongol sugere uma influência das tradições musicais nómadas, que se fundiram com as práticas musicais chinesas ao longo dos séculos, resultando na diversidade e sofisticação que a família Hu-ch’in apresenta hoje. A sua contínua popularidade e a variedade de suas formas atestam a sua importância duradoura no panorama musical da China.

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Hu-ch'in, china

Hu-ch’in, china

Zheng, também conhecido como Guzheng ou Gu-zheng, é um instrumento de cordas dedilhadas tradicional da China, pertencente à vasta família das cítaras. Distingue-se pelo seu corpo alongado e plano, sobre o qual se estendem tipicamente 21 ou mais cordas de seda ou metal. Estas cordas são esticadas sobre pequenas pontes móveis, que permitem ajustar a afinação de cada corda individualmente, oferecendo uma flexibilidade tonal significativa ao músico.

Considerado o ancestral de diversas cítaras asiáticas, como o koto japonês, o yatga mongol, o gayageum coreano e o đàn tranh vietnamita, o Guzheng possui uma rica história e um papel cultural importante na China. O seu nome, que significa “antiga cítara”, reflete a sua longa linhagem e a sua influência no desenvolvimento de outros instrumentos de corda na Ásia Oriental.

O Guzheng é um instrumento de mesa, o que significa que é tocado horizontalmente, geralmente com o músico sentado ao lado ou em frente ao instrumento. As cordas são dedilhadas com os dedos da mão direita, frequentemente utilizando plectros presos aos dedos, enquanto a mão esquerda pode pressionar as cordas do lado de dentro das pontes para produzir vibratos, glissandos e outras ornamentações sonoras características.

A sonoridade do Guzheng é rica, melodiosa e expressiva, capaz de evocar uma ampla gama de emoções, desde a delicadeza e a serenidade até à grandiosidade e ao vigor. É um instrumento versátil, utilizado tanto em performances a solo, onde a sua complexidade melódica e harmónica pode ser plenamente explorada, quanto em conjuntos musicais, onde contribui com texturas sonoras únicas e um timbre distinto. A sua beleza estética, com frequentemente elaboradas decorações em madeira, complementa a sua sonoridade encantadora, tornando o Guzheng um instrumento apreciado tanto visual quanto auditivamente.

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Zheng, China

Zheng, China