Instrumentos musicais do continente asiático

Tambura, também conhecida como Tanpura ou Tampuri, é um instrumento de corda dedilhada tradicional da Índia, essencial na música clássica indiana, tanto Hindustani quanto Carnática. A sua função principal não é melódica, mas sim a de fornecer um bordão harmónico constante, criando uma base sonora rica e imersiva para a execução da raga (modo musical). A sonoridade sustentada e vibrante da Tambura estabelece o ambiente tonal e ressonante para o solista.

A construção da Tambura tradicionalmente envolve uma grande caixa de ressonância feita de uma cabaça seca e oca, à qual é fixado um longo braço de madeira. Algumas versões podem ter o corpo totalmente feito de madeira, como a “box tanpura”. O número de cordas varia, geralmente entre quatro e seis, feitas de metal. Estas cordas passam sobre uma ponte larga e plana, feita de madeira ou osso, que é ligeiramente curvada. Esta curvatura é crucial para produzir o som característico da Tambura, pois as cordas vibram ligeiramente contra a ponte, gerando um zumbido rico em sobretons.

As cordas da Tambura são afinadas em intervalos específicos, geralmente relacionados à tónica (Sa) da raga. A afinação mais comum para uma Tambura de quatro cordas é Sa-Pa-Sa-Sa (tónica-quinta-tónica-tónica) ou Sa-Ma-Sa-Sa (tónica-quarta-tónica-tónica), dependendo da raga e da tradição musical. As cordas são dedilhadas suave e ritmicamente com os dedos, criando um ciclo contínuo de vibrações que preenchem o espaço com uma ressonância hipnótica.

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Tambura, Índia

Tambura, Índia

Tanpura, tambura, ou tampuri, é um dos instrumentos mais importantes na música clássica indiana, fornecendo uma base harmónica para a melodia principal. O instrumento consiste em um corpo alongado, semelhante a uma cabaça, com uma longa haste de madeira. Possui quatro cordas de aço ou bronze tocadas em padrões rítmicos repetidos chamados de “tala”, que ajudam a estabelecer o ritmo e a estrutura musical da peça.

A tanpura não é tocada melodicamente, mas sim dedilhada em uma sequência constante de acordes, criando um som contínuo e sustentado. É usado tanto por vocalistas como por instrumentistas para acompanhar a melodia, ajudando a manter a afinação e criar um ambiente sonoro rico e ressonante.

A importância da tanpura na música indiana vai além de seu papel como acompanhamento. A sua ressonância e vibrações subtis têm um efeito terapêutico e meditativo, além de criar uma atmosfera espiritual e mística. 

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Tanpura, Índia

Tanpura, Índia

Plung, também conhecido como Ploong, é um instrumento de sopro tradicional do povo Mru (ou Murung), comunidade indígena que habita as regiões do Bangladesh e da Birmânia (Myanmar). Classificado como um órgão de boca, o Plung é construído de forma engenhosa a partir de cabaças e canas de bambu de diversos tamanhos, aproveitando os recursos naturais disponíveis no seu ambiente.

A estrutura básica do Plung consiste numa ou mais cabaças que servem como reservatório de ar. A estas cabaças são fixadas várias canas de bambu, cada uma com um comprimento diferente e equipada com uma palheta livre. Cada cana produz uma nota específica quando o músico sopra através da cabaça e direciona o ar para a cana desejada, utilizando os dedos para abrir e fechar orifícios laterais nas canas, de forma semelhante a uma flauta.

Uma característica notável do Plung é a sua variedade de tamanhos e configurações. O Plung maior pode apresentar até oito tubos de bambu de dimensões consideráveis. A combinação das diferentes longitudes das canas resulta numa gama sonora surpreendentemente rica e complexa, evocando a sonoridade de um pequeno órgão de tubos. A capacidade de produzir múltiplas notas simultaneamente permite a execução de melodias acompanhadas por harmonias simples ou bordões.

O Plung desempenha um papel significativo na música e nas tradições culturais do povo Mru. É frequentemente utilizado em cerimónias rituais, festivais e outras celebrações comunitárias. A sua sonoridade única e a sua construção artesanal refletem a criatividade e a engenhosidade desta comunidade indígena, demonstrando uma profunda conexão com o seu ambiente natural e a sua rica herança musical. A preservação e a prática do Plung continuam a ser importantes para a manutenção da identidade cultural do povo Mru.

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Plung, Bangladesh

Plung, Bangladesh

Zhongruan, cujo nome significa literalmente “ruan tenor”, é um instrumento de corda dedilhada tradicional da China. Pertence à família do ruan, distinguindo-se por ser ligeiramente maior e ter uma tessitura mais grave que o ruan agudo (Pipa). O Zhongruan possui um corpo circular e achatado, construído tradicionalmente em madeira, com um tampo e um fundo colados a uma estrutura lateral.

Este instrumento está equipado com quatro cordas de seda (tradicionalmente) ou de metal (modernamente), que correm ao longo de um braço curto e trastejado até as cravelhas de afinação na extremidade superior. Os trastes, geralmente feitos de marfim ou osso, são dispostos de forma a permitir a execução da escala musical chinesa. Uma ponte, localizada no tampo, eleva as cordas e transmite as suas vibrações para a caixa de ressonância, produzindo o som.

O Zhongruan é versátil na sua forma de ser tocado, podendo ser executado com um plectro (palheta) ou diretamente com os dedos, utilizando diversas técnicas de dedilhado. O uso do plectro permite obter um som mais brilhante e incisivo, ideal para melodias rápidas e ritmos marcados. A técnica de dedilhado com os dedos oferece uma maior variedade de timbres e nuances expressivas, sendo utilizada para melodias mais líricas e para a execução de acordes e arpejos.

Na música tradicional chinesa, o Zhongruan desempenha um papel importante tanto em ensembles orquestrais quanto em apresentações solo ou em pequenos grupos de câmara. A sua sonoridade rica e quente, com uma boa projeção, torna-o um instrumento melódico e harmónico valioso. Ao longo da sua história, o Zhongruan passou por evoluções na sua construção e no seu repertório, adaptando-se às mudanças nos gostos musicais e nas práticas de execução. Continua a ser um instrumento apreciado na China contemporânea, tanto por músicos tradicionais quanto por aqueles que exploram novas sonoridades.

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Zhongruan, China

Zhongruan, China

Zill é um idiofone de concussão encontrado no Tibete e em países árabes, caracterizado pela sua simplicidade e pelo som cintilante que produz. Essencialmente, consiste num par de pequenos pratos circulares feitos de cobre ou de outras ligas metálicas. Estes pratos são geralmente côncavos e possuem um pequeno orifício no centro, por onde passa uma tira de couro ou um cordão, que serve para prender cada prato a um dedo ou à mão do músico.

A produção sonora do Zill ocorre através do entrechoque dos dois pratos. O músico segura um prato em cada mão e bate-os um contra o outro, criando um som agudo, metálico e ressonante. A intensidade e a duração do som podem ser controladas pela força do impacto e pela forma como os pratos são mantidos após o choque. Golpes rápidos e leves produzem sons curtos e brilhantes, enquanto um contacto mais prolongado permite que as vibrações se estendam, gerando um som mais sustentado e tilintante.

No Tibete, os Zills são frequentemente utilizados em cerimónias religiosas e rituais budistas, onde o seu som pode acompanhar cânticos, invocações e meditações. O seu timbre distinto contribui para a atmosfera espiritual e solene destes eventos. Nos países árabes, os Zills são mais comumente associados à música folclórica e à dança do ventre, onde o seu ritmo vibrante e alegre complementa os movimentos da dançarina e a melodia dos outros instrumentos.

Apesar da sua simplicidade, os Zills são capazes de adicionar uma camada rítmica e textural interessante à música. A sua portabilidade e facilidade de uso tornam-nos um instrumento versátil em diferentes contextos culturais e musicais. O som característico dos Zills, seja nos templos tibetanos ou nos palcos árabes, evoca um sentido de celebração, espiritualidade e tradição.

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Ocarina em forma de ovo, Xun é um instrumento de sopro chinês da família das flautas globulares. Tem uma abertura no topo, por onde o executante sopra. Remonta a cerca de 7000 anos sendo um dos mais antigos instrumentos chineses.

O xun é feito tradicionalmente de cerâmica, mas também pode ser feito de outros materiais, como argila ou metal. Possui várias ranhuras na sua superfície, que ajudam a controlar o tom e o timbre do instrumento. Além disso, o xun pode ter de seis a oito orifícios na parte frontal, que são cobertos pelos dedos do músico para produzir diferentes notas.

O xun é tocado soprando-se diretamente na abertura superior do instrumento e controlando a intensidade do sopro para produzir diferentes tons. Embora seja um instrumento relativamente simples, pode ser usado para tocar uma variedade de melodias.

O xun é frequentemente utilizado em conjuntos de música tradicional chinesa, como o ensemble de xun e suona, ou em apresentações solo. É apreciado por sua sonoridade suave e relaxante, e também por sua capacidade de imitar sons da natureza, como o canto dos pássaros ou o som do vento.

Além disso, o xun também é considerado um objeto de arte devido à sua beleza estética. Muitas vezes é decorado com desenhos intricados ou padrões coloridos, tornando-o também um item de colecionador.

(com IA)

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Xun, China

Xun, China

A yazh é uma harpa ancestral que desempenhou um papel fundamental na música Tamil, no sul da Índia, desde tempos remotos. Considerado um dos instrumentos mais antigos da Índia, a sua história remonta a milhares de anos, com referências abundantes em escrituras e textos antigos da civilização dravidiana. É tido como um precursor da moderna veena, outro importante cordofone indiano.

A construção do Yazh variava ao longo do tempo e entre as diferentes regiões de Tamil Nadu, resultando em diversos tipos, classificados pelo número de cordas. O Periyazh possuía 21 cordas, o Makarayazh tinha 19, o Cakotayazh contava com 14, e o Cenkottiyazh, a versão mais simples, tinha apenas 7 cordas. A forma do instrumento também podia variar, com algumas representações mostrando uma caixa de ressonância em forma de peixe ou outros animais míticos como o Yali. Tradicionalmente, era construído com madeiras locais como o jacarandá ou o mogno, e as cordas eram feitas de tripa de animais, com diferentes espessuras para produzir diferentes notas.

O Yazh era tocado dedilhando as cordas com os dedos de ambas as mãos ou utilizando uma palheta feita de marfim ou osso. Era afinado de acordo com a escala musical desejada (Paan), específica para cada uma das cinco regiões em que a antiga Tamilakam era dividida. A literatura da época descreve o som do Yazh como doce e melodioso, ideal para acompanhar vocalistas e outros instrumentos em apresentações musicais.

Com o surgimento e a popularização da veena com trastes por volta do século VII d.C., o Yazh gradualmente perdeu protagonismo, recuando para segundo plano. No entanto, a sua importância cultural perdura, sendo frequentemente associado a divindades hindus e utilizado em festivais religiosos e eventos culturais. Músicos renomados da música carnática outrora dominaram a arte de tocar o Yazh, enriquecendo a experiência musical com a sua sonoridade única. Nos tempos modernos, esforços estão sendo feitos para reviver este instrumento ancestral, reconstruindo-o com base em descrições textuais e iconográficas, buscando trazer de volta o som de uma era musical esquecida.

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Yazh, Índia

Yazh, Índia

Yuehchin, também conhecido por yueqin ou “guitarra lunar”, é um instrumento de corda dedilhada tradicional da China, facilmente reconhecível pela sua caixa de ressonância redonda e achatada, feita de madeira. O seu nome evoca a forma da lua cheia, uma característica estética distintiva do instrumento. O Yuehchin possui um braço curto e um número variável de trastes, geralmente dispostos de forma a permitir a execução da escala musical chinesa.

Tradicionalmente, o Yuehchin possuía apenas duas ou três cordas de seda, mas a versão moderna padrão apresenta quatro cordas, geralmente feitas de seda ou metal, afinadas em intervalos de quintas, como no Bandolim ocidental (por exemplo, Sol-Ré-Sol-Ré). Estas cordas correm do cavalete sobre o tampo até as cravelhas de afinação localizadas na extremidade do braço.

O Yuehchin é tocado dedilhando as cordas com um plectro (palheta), geralmente feito de chifre, osso ou plástico. A técnica de execução envolve uma variedade de dedilhados para produzir melodias, acordes e ritmos. A sonoridade do Yuehchin é brilhante e percussiva, com um bom volume, o que o torna adequado tanto para apresentações solo quanto para integrar ensembles orquestrais chineses.

Ao longo da sua história, o Yuehchin desempenhou papéis diversos na música chinesa. Era um instrumento importante em óperas regionais, onde frequentemente acompanhava cantores e fornecia a base rítmica e harmónica. Também era utilizado em conjuntos de música folclórica e, em tempos mais recentes, tem encontrado o seu lugar em orquestras chinesas modernas, preenchendo uma tessitura média entre instrumentos mais agudos e mais graves. A sua forma icónica e o seu som distinto fazem do Yuehchin um instrumento representativo da rica tradição musical da China.

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Yuenchchin, China

Yuenchchin, China

 Zarb, também conhecido como Tombak, Donbak ou Dombak, é um membranofone de origem persa (antigo Irão) e é considerado o instrumento de percussão principal da música clássica persa. O seu corpo tem uma forma de cálice ou ampulheta, tradicionalmente esculpido numa única peça de madeira de árvores como a nogueira ou o freixo. Uma pele de animal, geralmente de cabra ou cordeiro, é esticada e colada sobre a abertura mais larga do corpo, funcionando como a superfície de percussão.

O Tombak é tipicamente posicionado na diagonal sobre os joelhos do músico, que o percute com as mãos desnudas. Uma variedade de golpes e técnicas são empregados para produzir uma rica paleta de sons e ritmos complexos. Os golpes fundamentais incluem o “tek” (ou “tom”), um som grave e ressonante obtido ao golpear o centro da pele com a palma da mão, e o “bak”, um som mais agudo e estalante produzido ao golpear perto da borda da pele com os dedos.

Para além destes golpes básicos, os tocadores de Tombak utilizam uma variedade de outros toques, incluindo estalos de dedos e golpes na borda do corpo de madeira, enriquecendo ainda mais a expressividade rítmica do instrumento. A técnica de execução exige grande destreza e sensibilidade, permitindo ao músico interagir de forma melódica e rítmica com outros instrumentos e vocalistas na música persa. O Tombak não se limita a marcar o tempo; a sua versatilidade permite a criação de intrincados padrões rítmicos e improvisações complexas, tornando-o um elemento vital na rica tapeçaria sonora da música tradicional iraniana.

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Zarb, Irão

Zarb, Irão

O Gaku-daiko é um tipo de tambor japonês também conhecido como tsuri-daiko. É um instrumento bastante antigo e tradicional, com uma longa história no Japão. É percutido por dois martelos em uma das membranas, que geralmente é feita de couro de vaca esticado em um aro de madeira. A outra membrana serve como uma espécie de ressonador. Os tambores são suspensos por uma corda ou corrente presa no teto ou em um suporte. Isso permite que o tambor seja tocado com maior liberdade de movimento.

É geralmente bastante grande e produz um som profundo e ressonante. É usado tradicionalmente na música japonesa para acompanhar apresentações de danças folclóricas, festivais, cerimónias religiosas e teatro Noh.

Apesar de ser um instrumento bastante antigo, o Gaku-daiko continua a ser tocado. Existem grupos de taiko (tambores japoneses) que se especializam em tocar o Gaku-daiko, preservando sua tradição e criando novas composições para o instrumento.

O Gaku-daiko é um instrumento desafiador de tocar, exigindo habilidade técnica e coordenação dos músicos. Além disso, sua sonoridade poderosa e ressonante adiciona um grande impacto aos espetáculos musicais, tornando-o um instrumento fascinante e envolvente.

(com IA)

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Gaku-daiko, Japão

Gaku-daiko, Japão