Instrumentos musicais do continente asiático

Parai, também conhecido como thappu, é um antigo tambor nativo da Índia, com particular relevância no sul do país. Este instrumento de percussão direta possui uma estrutura circular de madeira que forma o corpo do tambor. Uma das faces desta estrutura é aberta, enquanto a outra é coberta por uma membrana feita de pele de vaca, esticada e fixada à estrutura de madeira.

O som característico do parai é produzido ao golpear a membrana de pele de vaca com baquetas ou com as mãos. A tensão da pele e o ponto onde é golpeada influenciam a altura e o timbre do som produzido, que pode variar de batidas profundas e ressonantes a sons mais agudos e estalados.

Historicamente, o parai desempenhou um papel multifacetado na sociedade Tamil. Era utilizado em tempos de guerra para comunicar mensagens e inspirar os guerreiros, em festivais e cerimónias religiosas para marcar o ritmo e criar uma atmosfera festiva, e também em eventos comunitários e funerais. A sua sonoridade forte e vibrante tem o poder de reunir as pessoas e evocar emoções profundas.

Apesar das mudanças sociais e da introdução de novos instrumentos, o parai continua a ser um símbolo importante da identidade cultural Tamil, sendo preservado e tocado em diversas celebrações e eventos tradicionais, mantendo viva a sua rica herança sonora e cultural.

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.

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  • Instrumentos musicais da Índia
  • tambores percutidos
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Parai, Índia

Parai, Índia

Thappu é um instrumento amplamente utilizado nas áreas rurais do sul da Índia, especialmente no estado de Tamil Nadu. É considerado um dos instrumentos musicais mais antigos e tradicionais da região. O tamanho do thappu varia de pequeno a grande, com diâmetros que podem chegar a um metro.

A estrutura circular de madeira é tradicionalmente feita de madeira de neem ou jaca, conhecidas por suas propriedades acústicas. A pele de vaca é esticada sobre a abertura da estrutura e é fixada com uma corda enrolada em volta da madeira.

O thappu é tocado usando as palmas das mãos e os dedos. O músico pode variar o tom e o ritmo dependendo da parte da pele que é tocada e da técnica utilizada. Em algumas ocasiões, o instrumento pode ser acompanhado por outros instrumentos musicais, como a flauta e a Viola.

É usado em uma variedade de contextos, desde rituais religiosos e festivais até apresentações musicais e danças folclóricas. É um instrumento importante nas tradições da música carnática e do teatro de dança Bharathanatyam, ambos originários de Tamil Nadu.

Apesar de sua importância cultural, o thappu está atualmente ameaçado de extinção. Com o avanço da tecnologia e a influência de instrumentos musicais ocidentais, o número de músicos tradicionais do thappu está a diminuir. 

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.

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Thappu, Índia

Thappu, Índia

Pepa é um instrumento de sopro tradicional de Assam, Índia, feito de corno de búfalo. É semelhante a uma flauta, consistindo em um tubo oco feito de bambu, com várias aberturas. Toca-se soprando de um lado do tubo enquanto se cobrem ou descobrem as aberturas com os dedos. O músico pode alterar a melodia ao fazer diferentes combinações de aberturas e ao alterar a intensidade do sopro. É um instrumento bastante versátil, podendo ser utilizado tanto em músicas tradicionais como em músicas mais modernas.

A pepa é frequentemente utilizada nas celebrações religiosas e eventos culturais da região de Assam. É considerada um símbolo importante da cultura assamesa e desempenha um papel significativo na música dessa região.

Com a população de búfalos a diminuir, é cada vez mais difícil e caro comprar um pepa.

É um instrumento de sopro do grupo 423 (no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais), um aerofone de bocal (também chamado de palheta labial) em que os lábios do executante causam diretamente a vibração do ar.

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  • Aerofones de bocal
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Pepa, Índia

Pepa, Índia

Pien-ch’ing é um litofone chinês, um instrumento de percussão idiofónico que produz som através da vibração de pedras. É composto por um conjunto de 16 pedras em forma de L, meticulosamente trabalhadas para terem o mesmo tamanho, mas com variações significativas na sua espessura e dureza. Estas diferenças sutis nas propriedades físicas das pedras são cruciais para determinar a altura do som que cada uma produz ao ser percutida.

As pedras do pien-ch’ing são suspensas por cordas ou suportes de um elaborado e decorativo suporte de madeira. Este suporte não é apenas funcional, mantendo as pedras na posição correta para serem tocadas, mas também uma obra de arte em si mesmo, frequentemente adornado com pintura polícroma vibrante e detalhada, refletindo a estética e a simbologia da cultura chinesa.

O pien-ch’ing é tocado golpeando as pedras com um tipo de martelo ou baqueta. A disposição das pedras no suporte segue uma ordem específica, geralmente diatónica ou pentatónica, permitindo a execução de melodias tradicionais chinesas. Devido à natureza dos materiais e à precisão necessária na sua construção e afinação, o pien-ch’ing era historicamente um instrumento cerimonial importante, associado à música da corte imperial e a rituais religiosos, simbolizando harmonia e ordem cósmica. A sua sonoridade única e a beleza visual do instrumento conferem-lhe um lugar de destaque na história da música chinesa.

Situa-se no índice 11 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. Os idiofones percutidos são postos em vibração por um golpe ou batida. É um idiofone percutido sem intenção melódica (é de altura indefinida).

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  • Instrumentos musicais da China
  • Idiofones percutidos
  • Família dos litofones
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Pien-ch'ing, China

Pien-ch’ing, China

Argol, também grafado arghul, argul, arghoul ou arghool, é um aerofone de palheta simples tradicional do Egito, Palestina e Norte de África, com raízes que remontam ao Antigo Egito. Este instrumento singular é constituído por dois tubos paralelos, geralmente feitos de cana. Um dos tubos possui orifícios para os dedos e é usado para tocar a melodia, enquanto o outro, mais longo e sem orifícios, funciona como um bordão, produzindo uma nota contínua de acompanhamento.

A palheta simples, comum a ambos os tubos, vibra com o sopro do tocador, gerando o som característico do argol. A técnica de respiração circular é frequentemente utilizada para manter um som contínuo e ininterrupto. O argol possui um timbre rico e ligeiramente nasal, sendo um instrumento proeminente na música folclórica e tradicional das regiões onde é encontrado, evocando uma sonoridade ancestral e distintiva.

Nos instrumentos da categoria 4 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais (aerofones), o som é produzido principalmente pela vibração do ar ou pela sua passagem através de arestas ou palhetas: o instrumento por si só não vibra, nem há membranas ou cordas vibrantes.

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  • Instrumentos musicais da Palestina
  • Aerofones de palheta simples
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Argol, Palestina

Argol, Palestina

Shinobue é uma flauta traversa pertencente à família yokobue, um grupo de flautas transversais de bambu tradicionais do Japão. Este aerofone é construído a partir de um único tubo de bambu, cuidadosamente perfurado com oito orifícios digitais: sete na parte frontal para os dedos e um na parte posterior para o polegar. O seu tamanho compacto e a sua construção em bambu conferem-lhe uma sonoridade brilhante e penetrante, distinta de outras flautas japonesas.

O shinobue desempenha um papel crucial em diversos aspetos da cultura japonesa, sendo particularmente proeminente em festivais tradicionais (matsuri) e em apresentações teatrais, como o kabuki e o noh. Nestes contextos, a sua melodia vibrante e expressiva contribui para a atmosfera festiva e para a narrativa dramática. Os tocadores de shinobue empregam uma variedade de técnicas de sopro e digitação para produzir ornamentações complexas e variações tonais subtis, enriquecendo a música tradicional japonesa.

Apesar da sua simplicidade estrutural, o shinobue é capaz de expressar uma ampla gama de emoções e melodias, tornando-o um instrumento essencial na paisagem sonora do Japão e um símbolo da sua rica herança musical. A sua presença em festivais e no teatro garante a sua continuidade e relevância cultural através das gerações.

É um instrumento de sopro do grupo 421 – aerofones com sopro em aresta – no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais.

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  • Instrumentos musicais do Japão
  • Instrumentos de sopro de aresta
  • Flautas travessas
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Shinobue, Japão

Shinobue, Japão

 

Yokobue é o termo abrangente que designa as flautas transversais de bambu tradicionais do Japão. Esta família de aerofones inclui instrumentos como o shinobue, mas também outras variações com características e utilizações ligeiramente diferentes. O yokobue é fundamentalmente um tubo de bambu com uma embocadura lateral e, tipicamente, oito orifícios digitais: sete na frente e um atrás para o polegar.

Estas flautas desempenham um papel essencial na música folclórica e tradicional japonesa, sendo especialmente proeminentes em festivais locais (matsuri) e em diversas formas de teatro tradicional, como o noh e o kabuki. O som produzido pelo yokobue varia dependendo do seu tamanho e construção, mas geralmente possui uma qualidade brilhante e penetrante, capaz de expressar tanto alegria festiva quanto melancolia dramática.

A técnica de tocar o yokobue envolve um controlo preciso da respiração e dos dedos para modular a altura e o timbre das notas, permitindo a execução de melodias complexas e ornamentadas. A sua presença constante em eventos culturais importantes sublinha a sua relevância e o seu profundo enraizamento na identidade musical do Japão.

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  • Instrumentos de sopro
  • Instrumentos do Japão
Yokobue, Japão

Yokobue, Japão

Tulum, também conhecido como zurna em algumas regiões, é um instrumento de sopro de palheta dupla, tradicionalmente encontrado em várias partes do Médio Oriente, Cáucaso e Balcãs, incluindo a Turquia e a Arménia. Caracteriza-se por um som agudo, penetrante e vibrante, frequentemente associado a celebrações, danças folclóricas e música cerimonial ao ar livre.

O corpo do tulum é geralmente cónico, feito de madeira, como o ébano, o zimbro ou o damasqueiro. A extremidade superior possui um bocal onde se encaixa a palheta dupla, feita de cana. A palheta vibra quando o músico sopra, produzindo o som característico do instrumento. O tulum possui um número variável de orifícios digitais ao longo do seu corpo, normalmente entre seis e oito, que permitem ao tocador alterar a altura das notas e executar melodias.

Uma característica distintiva do tulum é a técnica de respiração circular, frequentemente empregada pelos músicos para manter um som contínuo e ininterrupto durante longos períodos de tempo, essencial para acompanhar danças enérgicas e narrativas musicais prolongadas. A intensidade e o caráter expressivo do som do tulum o tornam um instrumento marcante em conjuntos musicais tradicionais, onde muitas vezes lidera a melodia, acompanhado por instrumentos de percussão como o davul (um grande tambor de dois lados).

É um instrumento de sopro do grupo 422 (no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais), um aerofone de palheta em que o músico sopra colocando a palheta em vibração.

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  • Instrumentos musicais da Turquia
  • Aerofones de palheta
  • Família das gaitas de fole
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Tulum, Turquia

Tulum, Turquia

O Tsugaru-shamisen é um instrumento de corda tradicional japonês originário da região de Tsugaru, localizada na província de Aomori, no norte do Japão. É uma variante do shamisen, que consiste em uma caixa de ressonância, um pescoço longo e três cordas de seda.

O Tsugaru-shamisen é conhecido pelo seu som poderoso e virtuosismo técnico. Os músicos que tocam este instrumento são chamados de “Tsugaru-jamisenka”. Eles desenvolvem uma técnica de tocar rápida e complexa usando palhetas.

É frequentemente associado a um género musical chamado “Tsugaru-jamisen”. Essa forma de música é caracterizada por ritmos intensos, aceleração rápida das notas e improvisação emocional. O repertório inclui músicas folclóricas tradicionais, bem como interpretações modernas e arranjos de música contemporânea.

Nos últimos anos, o Tsugaru-shamisen ganhou popularidade fora do Japão, e muitos músicos têm explorado influências de outros géneros, incorporando elementos de jazz, rock e música clássica. É frequentemente usado em concertos e gravações de música tradicional japonesa.

(com IA)

Situa-se no índice 31 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais (cordofones simples, compostos de cordas esticadas em um suporte) com caixa de ressonância, neste caso.

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  • Instrumentos musicais do Japão
  • Instrumentos de corda dedilhada
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Tsugaru-shamisen, Japão

Tsugaru-shamisen, Japão

Taishogoto, também conhecido como harpa de Nagoia, é um instrumento de corda tradicional japonês que surgiu durante o período Taisho (1912-1926). É um cordofone composto, o que significa que a caixa de ressonância é parte integrante e indispensável do instrumento.

O Taishogoto possui uma caixa longa e oca com várias cordas estendidas ao longo do seu comprimento. Acima das cordas, existe um conjunto de teclas numeradas semelhantes às de uma máquina de escrever. Ao pressionar estas teclas, as cordas são encurtadas ou “fretadas”, alterando a sua afinação. O instrumento é tocado longitudinalmente, sendo as cordas dedilhadas ou rasgadas com uma palheta.

Existem diferentes tipos de Taishogoto, variando no número de cordas e na sua tessitura. O soprano geralmente tem 5 ou 6 cordas, o alto tem 4 ou 5, enquanto o tenor e o baixo possuem apenas 1 ou 2 cordas. As cordas melódicas são frequentemente afinadas em oitavas de sol, e as cordas de bordão em ré.

O Taishogoto apresenta semelhanças com o bulbul tarang da Índia e a akkordolia da Alemanha, instrumentos que também utilizam um teclado para alterar o comprimento das cordas. No Japão, o Taishogoto ganhou popularidade como um passatempo amador e ainda hoje é tocado, frequentemente com versões eletrificadas para interpretar canções populares japonesas e ocidentais. O seu som único pode evocar a sonoridade de uma harpa ou de outros instrumentos de corda metálicos, como o dulcimer.

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

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  • Instrumentos musicais do Japão
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Taishogoto, Japão

Taishogoto, Japão