Instrumentos musicais do continente asiático

Patwain é um conjunto circular de tambores tocados por um só executante. É um instrumento tradicional de Myanmar (antiga Birmânia). É composto tipicamente por 18 a 21 tambores de diferentes tamanhos e afinações, dispostos horizontalmente num círculo numa estrutura ornamentada de madeira dourada, frequentemente decorada com mosaicos de vidro.

O executante do patwain senta-se no centro do conjunto de tambores em forma de ferradura, entrando por uma abertura na parte de trás. Cada tambor é afinado através da aplicação de uma pasta feita de arroz e cinzas no centro da pele, permitindo ao músico produzir uma variedade surpreendente de notas e melodias.

O patwain é o instrumento principal no hsaing waing, a orquestra tradicional birmanesa, que inclui também outros instrumentos de percussão e sopro. O tocador de patwain desempenha um papel crucial na orquestra, liderando o conjunto e muitas vezes improvisando melodias complexas e ritmos intrincados. A habilidade e a destreza do músico são altamente valorizadas, e a música do patwain é uma parte essencial das cerimónias religiosas, festivais e outras celebrações culturais em Myanmar.

É um idiofone percutido sem intenção melódica (é de altura indefinida). Situa-se no índice 11 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. Os idiofones percutidos são postos em vibração por um golpe ou batida.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais de Myanmar
  • Instrumentos começados por p
Patwayn, Myanmar

Patwayn, Myanmar

O chod damaru é um instrumento musical usado em cerimónias do Chod, uma prática espiritual única no budismo tântrico tibetano. É considerado um instrumento sagrado e possui um simbolismo profundo. É um tambor de mão com formato cónico. É feito tradicionalmente com dois pedaços de madeira, unidos por uma pele de animal de cada lado. Existem várias representações artísticas decorativas no exterior do tambor.

Na prática do Chod, o Chod damaru é usado para criar um som único. O praticante segura o tambor e o sacode, criando movimentos rápidos e frequentes. Isso produz um som rítmico, reverberante e distintivo.

O som do Chod damaru é considerado uma expressão do mantra do Chod, que é usado para invocar e pacificar os demónios internos e externos. Acredita-se que o som do tambor tenha o poder de cortar as apegos e ilusões egoístas, purificando a mente e abrindo o caminho para a iluminação. É considerado um tesouro cultural do Tibete e um símbolo importante da tradição budista tibetana.

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida. 

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do Tibete
  • tambores percutidos
  • tambores de guitas
  • tambores em forma de ampulheta
  • Instrumentos começados por c
Chod damaru, Tibete

Chod damaru, Tibete

O guqin é um instrumento musical de corda datado de mais de 3.000 anos. Também conhecido como ch’in ou quixianquin, é considerado uma das mais antigas cítaras chinesas. O nome guqin significa literalmente “instrumento antigo de cordas”. Tem sete cordas dispostas sobre uma caixa de ressonância em formato retangular.

Tradicionalmente, a caixa é feita de madeira de amoreira ou roxo, e a corda é feita de seda trançada. O instrumento é tocado com um tipo de palheta de marfim.

É usado principalmente para acompanhar a meditação e é considerado um instrumento de folclore solene e refinado. Por ser um instrumento de contemplação, o guqin desempenha um papel importante nas práticas taoístas e budistas da China. Além disso, é associado à literatura, poesia e cultura clássica chinesas.

O guqin é apreciado por sua sonoridade suave e melancólica. Tocá-lo requer habilidades técnicas e conhecimento musical aprofundado, por isso é frequentemente considerado um instrumento para intelectuais e estudiosos. É comum que aqueles que desejam dominar o guqin passem anos estudando e praticando para aperfeiçoar sua técnica e compreensão da música tradicional chinesa.

No mundo moderno, o guqin continua a ser usado e apreciado por artistas e entusiastas, tanto na China quanto em outros países. Ele também tem sido fonte de inspiração para músicos contemporâneos que exploram a fusão de estilos musicais tradicionais e modernos.

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da China
  • Família das cítaras
  • Instrumentos musicais começados por g
Guqin, China

Guqin, China

O chande é um instrumento tradicional de percussão do sul da Índia, principalmente usado na música clássica carnática. É um tambor cilíndrico com duas peles de couro nas extremidades, que são afinadas de forma diferente para produzir uma variedade de sons.

O chande é tocado com baquetas de madeira chamadas de “valam” “kuri”, que são utilizadas para bater nas diferentes partes do tambor e produzir diferentes timbres. O músico utiliza técnicas variadas de batida, golpes rápidos e suaves, para criar ritmos complexos e melodias distintas.

Além da música clássica, o chande também é utilizado na música tradicional do sul da Índia, como em festivais religiosos e danças folclóricas. Em alguns estados indianos, como Kerala, o instrumento é conhecido como “chenda” e tem uma importância cultural significativa.

O chande é muito valorizado pela sua capacidade de produzir sons potentes e envolventes, que podem ser ouvidos a longa distância. É comumente tocado em conjunto com outros instrumentos musicais, como o violino e a flauta, para criar interpretações ricas em melodia e ritmo.

Em resumo, o chande é um instrumento de percussão tradicional do sul da Índia, que desempenha um papel fundamental na música clássica e tradicional da região. Ele possui uma sonoridade única e é tocado com habilidade e destreza usando baquetas de madeira.

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida. 

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Índia
  • Família dos tambores cilíndricos percutidos
  • Instrumentos começados por c
Chande, tambor, Índia

Chande, tambor, Índia

O Binsasara, também grafado como binzasara ou binsazara, é um idiofone tradicional do Japão, pertencente à família dos instrumentos de percussão indireta, assemelhando-se funcionalmente às tréculas ou tabuinhas ocidentais. A sua construção consiste numa série de pequenas placas de madeira, geralmente retangulares ou ligeiramente arredondadas, interligadas por um ou mais cordéis.

A produção sonora do Binsasara ocorre através do movimento ritmado das mãos do executante. O instrumento é segurado pelas extremidades, que geralmente possuem alças para facilitar o manuseio. Ao agitar ou manipular as extremidades com destreza, as placas de madeira são forçadas a bater umas contra as outras, gerando um som característico de estalido ou clique repetitivo. A intensidade e a velocidade do movimento das mãos controlam o volume e o ritmo da sonoridade produzida.

O Binsasara é frequentemente utilizado em festivais tradicionais japoneses, danças folclóricas e em acompanhamentos musicais onde um ritmo marcado e um efeito sonoro distintivo são desejados. 

É um idiofone percutido sem intenção melódica (é de altura indefinida). Situa-se no índice 11 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. Os idiofones percutidos são postos em vibração por um golpe ou batida.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do Japão
  • Idiofones de madeira
  • Família das tréculas
  • Instrumentos começados por b
Binsasara

Binsasara, Japão

O Babandir, partilhando a mesma família e muitas designações com o Babendil, é um idiofone tradicional das Filipinas, classificado como um gongo de borda estreita. Tal como o seu quase homónimo, é construído em bronze ou latão e apresenta uma superfície lisa e ligeiramente convexa. A característica distintiva da borda estreita influencia a sua ressonância e o timbre metálico que produz.

A função primordial do Babandir na música tradicional filipina é a marcação do tempo e a sustentação da pulsação rítmica para o conjunto musical. É executado através da percussão direta da sua superfície com uma ou duas baquetas. Estas podem ser simples varas de madeira ou possuir extremidades envoltas em materiais mais suaves para alterar a qualidade do som produzido. O som resultante é geralmente claro, penetrante e com uma sustentação moderada, encaixando-se na textura sonora das diversas orquestras de gongo filipinas.

O Babandir é um componente essencial em muitas formas de música cerimonial e festiva nas Filipinas, incluindo o renomado conjunto kulintang, onde desempenha um papel crucial na estrutura rítmica. 

Situa-se no índice 11 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. Os idiofones percutidos são postos em vibração por um golpe ou batida.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais das Filipinas
  • Idiofones percutidos
  • Família dos gongos
  • Instrumentos começados por b
Babandir, Filipinas

Babandir, Filipinas

O Choghur, com as suas diversas denominações regionais como chagur, chaghyr ou chonguri, é um cordofone de braço longo tradicional das regiões do Cáucaso, Irão e Anatólia. Na Geórgia e no Azerbaijão, é mais comummente conhecido como chogur ou chonguri. Esta designação abrangente reflete a sua presença e importância cultural em várias tradições musicais interligadas.

Caracterizado por um braço longo e um corpo geralmente em forma de pêra ou oval, o Choghur pertence à família dos alaúdes de braço comprido. O número de cordas pode variar dependendo da região e do tipo específico do instrumento, mas geralmente situa-se entre três e seis. Estas cordas, tradicionalmente feitas de tripa ou seda, são vibradas através da dedilhação ou do uso de um plectro, produzindo melodias e acompanhamentos.

A ausência de trastos no braço longo do Choghur permite uma grande flexibilidade na produção de microtons e variações de altura, conferindo à sua sonoridade uma expressividade melancólica e rica em nuances. É frequentemente utilizado na música folclórica, em canções tradicionais e em narrativas épicas destas regiões, acompanhando a voz de cantores e contando histórias através das suas melodias evocativas. 

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

ETIQUETAS

  • Família dos alaúdes de braço longo
  • Instrumentos de corda dedilhada
  • Instrumentos começados por c
Choghur, Azerbaijão

Choghur, Azerbaijão

O babendil, também conhecido por uma variedade de nomes como babendir, bandil ou mapindil, é um idiofone tradicional das Filipinas, da família dos gongos. É um gongo de borda estreita, o que influencia o seu timbre e ressonância. Feito de bronze ou latão, o Babendil possui uma superfície lisa e ligeiramente convexa, característica dos gongos de placa.

A sua função principal na música tradicional filipina é marcar o tempo e fornecer uma base rítmica estável para outros instrumentos e para as melodias vocais. O Babendil é tocado através da percussão direta da sua superfície com uma ou duas baquetas de madeira, por vezes envoltas em tecido ou borracha para alterar a sonoridade. O som produzido é geralmente claro e metálico, com uma sustentação moderada, contribuindo para a textura sonora dos conjuntos musicais das Filipinas.

A sua presença é fundamental em muitas das orquestras de gongo das Filipinas, como o kulintang, onde desempenha uma função de “guardião do tempo”. 

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida. 

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais das Filipinas
  • Família dos gongos de borda estreita
  • Idiofones percutidos de metal
  • Instrumentos começados por b
Babendil, gongo, Filipinas

Babendil, gongo, Filipinas

Donbak, também conhecido por variações como tombak, dombak ou zarb, é um membranofone iraniano com forma de cálice. É reverenciado como o principal instrumento de percussão na música persa, desempenhando um papel rítmico fundamental e oferecendo uma vasta gama de timbres e matizes expressivos.

O corpo do Donbak é feito de madeira, embora também possam ser encontrados exemplares em cerâmica ou metal. Uma única membrana, geralmente de pele de cabra ou cordeiro, é esticada e colada na abertura mais larga do corpo, criando a superfície de percussão. A forma de cálice do corpo contribui para a ressonância e projeção do som, conferindo-lhe uma qualidade rica e encorpada.

A técnica de execução do Donbak é altamente desenvolvida e envolve o uso de ambas as mãos para produzir uma variedade de sons distintos. Diferentes partes da mão e diferentes tipos de golpes na membrana geram timbres que variam de graves e profundos a agudos e estalados. Os músicos de Donbak empregam uma linguagem rítmica complexa, utilizando combinações intrincadas de toques para criar padrões rítmicos sofisticados e acompanhar melodias vocais e instrumentais na música persa. 

Situa-se no índice 31 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais (cordofones simples, compostos de cordas esticadas em um suporte) com caixa de ressonância, neste caso.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do Irão
  • tambores em forma de cálice
  • Instrumentos começados por g
Donbak, Irão, tambor em forma de cálice

Donbak, Irão, tambor em forma de cálice

Dombyra, também conhecido como dombra, é um cordofone tradicional do Cazaquistão, classificado como um alaúde de braço comprido. A sua construção inclui um corpo de formato oblongo, feito de madeira, e um braço longo, proporcionando espaço para a execução de melodias e acordes. Uma característica essencial do Dombyra é a presença de apenas duas cordas, tradicionalmente feitas de tripa, mas atualmente também de nylon ou outros materiais sintéticos.

O Dombyra é capaz de produzir uma rica variedade de sons através de técnicas de dedilhação e batida com os dedos ou com uma palheta. A afinação das duas cordas varia, mas frequentemente estão afinadas em intervalos de quarta ou quinta, permitindo a execução de melodias lineares e acompanhamentos rítmicos. O braço longo facilita a execução de passagens musicais mais complexas e a exploração de diferentes tessituras sonoras.

O Dombyra ocupa um lugar central na cultura musical cazaque, sendo um instrumento fundamental em canções folclóricas, narrativas épicas e apresentações de menestréis, conhecidos como aqyns. 

Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do Cazaquistão
  • Instrumentos de corda dedilhada
  • Cordofones do tipo alaúde
  • Instrumentos começados por d
Dombyra, Assel Abrakhmanova. Cazaquistão

Dombyra, Assel Abrakhmanova. Cazaquistão