Instrumentos musicais do continente asiático

Instrumentos de Timor Leste

A música e a dança são elementos cruciais da expressão cultural timorense, e há vários instrumentos tradicionais únicos que desempenham um papel central em cerimónias e géneros musicais como o tebedai e o tebe.

Percussão

Em Timor Leste há instrumentos de percussão (membranofones e idiofones) que constituem frequentemente a base rítmica de muitas danças e cerimónias.

Babadok

Pequeno tambor cerimonial, frequentemente feito com pele de cabra ou, por vezes, de búfalo, é tocado principalmente por mulheres para acompanhar a dança Likurai ou o tebedai.

Babadok, Timor Leste, créditos Neil Chan

Babadok, Timor Leste, créditos Neil Chan

Dadir

Um disco metálico (um idiofone) usado como instrumento de percussão, muitas vezes em conjunto com o babadok.

Gong

Usado em conjuntos de percussão, geralmente em modelos maiores e menores. É frequentemente tocado por mulheres e é essencial em cerimónias culturais, como o acolhimento de convidados.

Bano

Pequenos guizos/chocalhos feitos de metal, presos em conjunto e colocados nos tornozelos dos dançarinos, ou por vezes tocados nas mãos, acompanhando o ritmo do gong.

Lakadou

Instrumento feito de bambu, com formato de tubo, acompanha a dança tebedai.

Tambor

Um termo geral que pode se referir a tambores feitos com pele de búfalo, tocados por homens em cerimoniais.

Sopro

Entre os sopros (aerofones) há vários instrumentos ligados à vida tradicional e a chamamentos cerimoniais.

Karau dikur

Literalmente “chifre de búfalo”, é um instrumento utilizado para convocar a comunidade ou anunciar eventos.

Suling

Flauta tradicional, frequentemente de bambu, comum em muitas partes do Sudeste Asiático, incluindo Timor-Leste.

Outros

KarKite/Karkait

Harpa de boca ou berimbau de boca feita de ferro e bambu. É segurada entre os lábios, e a língua e a respiração são usadas para modular o som enquanto uma corda é dedilhada.

Instrumentos Makili

Património instrumental da Ilha de Atauro (Timor-Leste), por Dana Rappoport

Biola

(do português violão): nome dado à guitarra europeia com quatro cordas.

Dédi ana

Gongos pequenos com relevo central (desaparecidos).

Dédi inan

Gongos grandes com relevo central (desaparecidos).

Dédik toma

Gongo e tambor (desaparecidos).

Irama

Arco musical (desaparecido).

Kédéli

Pequenos sinos/guizos (supostamente introduzidos por Makassares).

Keklangur, keklango

Harpa de boca (desaparecida).

Kinuk

Flauta com três orifícios (desaparecida).

Kulau

Ocarina para chamar os cães na floresta, ou para chamar o vento (mau timu, mau warat) (desaparecida).

Kuri

Trombeta de concha marinha.

Tihak

Tambor em forma de ampulheta, com uma única pele de cabra. Dois tipos: o grande chama-se tihak, o pequeno chama-se tihak matan, tiharan (clã Mau Le’ek), tiharin pequeno tambor em forma de ampulheta (clãs Knua Lé’én e Mau Lé’ék).

Toma

Tambor (desaparecido).

Violino

(do português violino) Violino vernacular com três cordas (desaparecido).

Lakadou

Lakadou (uma cítara de tubo de bambu) é um instrumento, outrora encontrado em muitas partes de Timor. Encontra-se atualmente nos distritos falantes de Mambae de Manufahi, Emera, Ainaro, Maubisi e Likisá.

O lakadou é feito de um pedaço de bambu cortado de nó a nó. Estes variam em tamanho com a média de cerca de 10 cm de diâmetro e 45 cm de comprimento. Na parte de trás do lakadou está esculpido um orifício retangular que ajuda a amplificar o som. Uma das extremidades do tubo do lakadou é aberta e a outra fechada pelos nós naturais do bambu, com um pequeno orifício no centro.

Em cada extremidade do tubo há uma faixa trançada feita de corda de palmeira ou bambu e as cordas são cortadas da superfície lisa do bambu a partir de faixas trançadas e geralmente entre seis e 18 cordas são cortadas da superfície do bambu. O número de cordas no lakadou varia. Pontes de bambu móveis são colocadas sob cada corda, e as cordas são afinadas deslizando as pontes por baixo delas: “As notas nas quais as cordas do lakadou são afinadas são baseadas na tonalidade da música que está prestes a ser cantada” ( Manuel Pereira – tocador de Lakadou no vídeo).

Depois de afinada, a afinação permanece no lugar por muito tempo, mas eventualmente as cordas de bambu precisam ser reafinadas. O espaço entre cada corda é de 1 ou 2 cm, para que se uma corda quebrar, outra pode ser incisada no espaço entre elas para substituí-la. Quando a corda de backup quebrar, o lakadou não pode mais ser usado e um novo instrumento deve ser feito. Cada lakadou dura até cinco ou seis anos. O lakadou pode ser tocado sozinho ou por dois músicos, homens ou mulheres.

Fonte: Casa Resistência e Afirmação Cultural

Lakadou, ilustração Ervas Estúdio

Lakadou, ilustração Ervas Estúdio

Karau dikur

O karau dikur é um instrumento tradicionalmente tocado na Casa Sagrada e no palácio do rei. Chama os habitantes para dar a conhecer à comunidade um grande acontecimento. É soprado para acompanhar o Bidu Lulik (dança sagrada tradicional) e outras danças. É feito de chifre de búfalo.

Fonte: Casa Resistência e Afirmação Cultural

Karau dikur, Timor Leste

Karau dikur, Timor Leste, ilustração Ervas Estúdio

Babadok

O babadok, típico em Timor Leste, é um pequeno tambor, tocado pelas mulheres durante a dança tebedai em honra dos ancestrais. É constituído por um corpo cónico de madeira, com cerca de 30 a 50 centímetros de comprimento e de cerca de 15 centímetros de diâmetro, percutido alternadamente com ambas as mãos. Está presente na música típica de Timor Leste que também é conhecida por “Música dos Gorilas Pretos”, na qual são percetíveis influências de outros géneros musicais, inclusivamente da música ocidental, fruto da colonização portuguesa.

Fonte: Casa Resistência e Afirmação Cultural

Babadok, Timor Leste

Babadok

O lusheng é um instrumento musical tradicionalmente usado pelas minorias étnicas do Sudoeste da China, como os Miao, Dong, Yi, entre outros. É um aerofone de madeira, semelhante a uma flauta ou gaita de foles, com variantes de acordo com a região.

O instrumento é constituído por quatro a seis tubos, cada um com seu próprio orifício. Cada tubo produz uma nota diferente, permitindo a criação de harmonias e melodias quando tubos são tocados em conjunto.

O lusheng é tradicionalmente feito do material chamado “comu”, que é uma espécie de bambu. No entanto, é possível encontrar versões modernas do lusheng, que são feitas de metal ou plástico.

O lusheng desempenha um papel importante nas celebrações e festas locais das comunidades étnicas que o utilizam. É frequentemente utilizado em rituais religiosos, festas de casamento, festivais agrícolas e outras ocasiões festivas, onde é tocado em grupos para criar uma sonoridade ampla e vibrante. É usado como um símbolo cultural e identitário das minorias étnicas do Sudoeste da China.

(com IA)

É um instrumento de sopro do grupo 422 (no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais), um aerofone de palheta em que o músico sopra colocando a palheta em vibração.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da China
  • Aerofones de palheta livre
  • Instrumentos começados por l
Lusheng, China

Lusheng, China

O Suikinkutsu é um instrumento musical tradicional japonês que consiste em um vaso enterrado no solo, com um pequeno buraco no fundo. Quando a água pinga no vaso pelo buraco, produz um som suave e relaxante, semelhante ao som de um sino. Esse instrumento é colocado em jardins japoneses para criar um ambiente sereno e tranquilo.

A palavra “Suikinkutsu” pode ser traduzida como “caverna da água que canta”. A origem do instrumento musical remonta ao período Edo, entre os séculos XVII e XIX, e era frequentemente utilizado em cerimónias de chá e jardins de meditação.

Para construir um Suikinkutsu, um vaso de cerâmica é enterrado no solo e é preenchido com pedras ou cascalho. Em seguida, um pequeno buraco é feito no fundo do vaso para que a água possa entrar. A água é então derramada sobre as pedras e cai lentamente pelo buraco, criando o som característico.

O som produzido pelo Suikinkutsu é considerado calmante e ajuda na criação de um ambiente tranquilo para a meditação e contemplação. Além disso, o som da água pingando também é agradável para os ouvidos, adicionando uma experiência sensorial ao ambiente do jardim.

Em muitos jardins japoneses tradicionais, o Suikinkutsu é um elemento importante para promover a tranquilidade e a conexão com a natureza. O som suave da água pingando ajuda a criar uma atmosfera serena, proporcionando um espaço para relaxamento e contemplação.

O Suikinkutsu ainda é valorizado em jardins japoneses e também é apreciado pelo aspeto decorativo. Além disso, algumas pessoas utilizam gravações ou simulações eletrónicas do som do Suikinkutsu em ambientes internos, como salas de estar ou espaços de trabalho, para proporcionar um ambiente tranquilo e relaxante.

(com IA)

Suikinkutsu, UEYAKATO Landscape

Suikinkutsu, UEYAKATO Landscape

O mesmo que riq ou riqq, rik é um instrumento de percussão de membrana com soalhas, que acompanha a música tradicional e a música clássica árabes.

Unimembranofone com origem no daf persa, mede entre 20 e 25 cm de diâmetro e 5 cm de profundidade, e é geralmente dotado de 10 pares de soalhas. Faz parte do tradicional agrupamento arábico conhecido por takht, que inclui quatro instrumentos melódicos (oud, nay, qanun e violino) e um instrumento de percussão (riq, por vezes substituído pela tabla).

Na primeira metade do século XX, era o único instrumento de percussão que fazia parte dos agrupamentos de música árabe. Na segunda metade do século XX, foram introduzidos outros instrumentos, como a tabla.

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais árabes
  • tambores percutidos
  • tambores de mão
  • Instrumentos começados por r
Rik, instrumento de percussão de membrana com soalhas, árabe

Rik, instrumento de percussão de membrana com soalhas, árabe

Flower pot drum é a designação inglesa para uma subcategoria de tambores unimembranofones, em forma de vaso, existentes na China e outros países.

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida. 

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da China
  • tambores percutidos
  • tambores em forma de vaso
  • Instrumentos começados por f
Flower pot drum, tambor em forma de vaso, China

Flower pot drum, tambor em forma de vaso, China

O Bofu é um instrumento musical de percussão tradicional da China. É um tambor bimembranofone, o que significa que possui duas membranas esticadas nas extremidades do corpo em formato de barril.

O corpo do Bofu é geralmente feito de madeira e possui aberturas nas laterais para permitir a ressonância do som. As membranas podem ser feitas de pele de cabra ou pele de peixe, e são esticadas usando cordas ou tiras de couro.

Toca-se Bofu usando as mãos ou baquetas, dependendo do estilo de música a executar. Geralmente, as técnicas de tocar o instrumento incluem batidas, rotações e até mesmo pressões nas membranas para produzir uma variedade de sons e ritmos.

Na cultura tradicional chinesa, o Bofu é frequentemente usado em festivais, cerimónias e apresentações musicais. É especialmente popular no norte da China, onde é muitas vezes usado em conjuntos de percussão chamados de “banhu”.

O som do Bofu é rico e poderoso, e sua presença nos conjuntos musicais chineses adiciona uma qualidade vibrante e enérgica à música.

(com IA)

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida. 

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da China
  • tambores percutidos
  • tambores em forma de barril
  • Instrumentos começados por b
Bofu, tambor bimembranofone em forma de barril, China, Hangzhou,1870

Bofu, tambor bimembranofone em forma de barril, China, Hangzhou,1870

Poorra é um dos dois membranofones que integram o jori, instrumento tradicional indiano. Poorra é o instrumento menor que fica à direita do percussionista, num registo mais agudo que o dhamma.

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida. 

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais da Índia
  • tambores percutidos
  • Instrumentos começados por p
Poorra, jori, Índia

Poorra, jori, Índia