Ploong, ou plung, é um aerofone da família dos órgãos de boca do povo Mru (ou Murung) do Bangladesh e Birmânia. É feito de cabaças e bambu e tem diversos tamanhos.
Nos instrumentos da categoria 4 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais (aerofones), o som é produzido principalmente pela vibração do ar ou pela sua passagem através de arestas ou palhetas: o instrumento por si só não vibra, nem há membranas ou cordas vibrantes.
Pattala é um idiofone birmanês da família dos xilofones com 24 placas de bambu suspensas sobre uma caixa de ressonância em forma de barco, com afinação próxima da escala diatónica, percutido com duas baquetas. No período pré-colonial, foi usado na música da Corte. Modernamente, a música clássica birmanesa é acompanhada pelo pattala e o saung.
Situa-se no índice 11 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. Os idiofones percutidos são postos em vibração por um golpe ou batida.
Pat waing é um conjunto de 21 tambores em círculo tradicional da Birmânia (Myanmar). O executante senta-se no meio numa concha em forma de cabeça de cavalo com talha de madeira decorada a folha de outro.
Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.
Patwain é um conjunto circular de tambores tocados por um só executante. É um instrumento tradicional de Myanmar (antiga Birmânia). É composto tipicamente por 18 a 21 tambores de diferentes tamanhos e afinações, dispostos horizontalmente num círculo numa estrutura ornamentada de madeira dourada, frequentemente decorada com mosaicos de vidro.
O executante do patwain senta-se no centro do conjunto de tambores em forma de ferradura, entrando por uma abertura na parte de trás. Cada tambor é afinado através da aplicação de uma pasta feita de arroz e cinzas no centro da pele, permitindo ao músico produzir uma variedade surpreendente de notas e melodias.
O patwain é o instrumento principal no hsaing waing, a orquestra tradicional birmanesa, que inclui também outros instrumentos de percussão e sopro. O tocador de patwain desempenha um papel crucial na orquestra, liderando o conjunto e muitas vezes improvisando melodias complexas e ritmos intrincados. A habilidade e a destreza do músico são altamente valorizadas, e a música do patwain é uma parte essencial das cerimónias religiosas, festivais e outras celebrações culturais em Myanmar.
É um idiofone percutido sem intenção melódica (é de altura indefinida). Situa-se no índice 11 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. Os idiofones percutidos são postos em vibração por um golpe ou batida.
H’ne é um aerofone de palheta dupla tradicional da Birmânia (Myanmar) que pode ter dois tamanhos (pequeno e grande).
O maior é mais adequado a andamentos mais lentos e solenes, enquanto o mais pequeno serve para festas. É uma espécie de oboé, semelhante ao “suona” chinês e ao “xaranai” indiano.
O h’ne grande, com o seu corpo mais longo, produz um timbre mais profundo e imponente, tornando-o particularmente adequado para melodias lentas, solenes e cerimoniais. A sua voz grave confere uma dignidade sonora a procissões e eventos formais.
Em contraste, o h’ne pequeno possui um som mais agudo e vivaz, ideal para animar festividades e celebrações. A sua natureza brilhante e penetrante permite que se destaque em ensembles musicais mais movimentados, injetando energia e alegria nas atuações. Ambos os tamanhos partilham a característica de usar uma palheta dupla para produzir o som, exigindo do músico controlo preciso da embocadura para modular a afinação e a expressividade.
É um instrumento de sopro do grupo 422 (no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais), um aerofone de palheta em que o músico sopra colocando a palheta em vibração.
Tayaw é um antigo instrumento de corda friccionada tradicional que desapareceu da Birmânia e foi substituído pelo violino, que os birmaneses adotaram. É um instrumento com corpo de madeira ricamente ornamentada. Um pequeno arco fricciona as cordas.
Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.
Palwei é um instrumento de sopro tradicional da Birmânia (Myanmar) que se apresenta em duas variantes distintas, dependendo da presença ou ausência de uma palheta. Quando possui uma palheta, o instrumento é denominado Khin Palwei, enquanto a versão sem palheta é conhecida como Kyaw Palwei. Ambas as formas desempenham papéis importantes na música folclórica e nas tradições culturais da Birmânia.
O Khin Palwei, com a sua palheta, assemelha-se a um oboé ou a um clarinete primitivo. A palheta, geralmente feita de folha de palma ou outro material vegetal adequado, vibra com o sopro do músico, produzindo o som. O corpo do instrumento é tipicamente cónico ou cilíndrico, feito de madeira ou bambu, e possui uma série de orifícios para os dedos que permitem a alteração da altura das notas. A sonoridade do Khin Palwei é geralmente descrita como nasal e penetrante, capaz de expressar uma ampla gama de melodias e emoções.
Por outro lado, o Kyaw Palwei é uma flauta aberta, semelhante a uma flauta de bisel, onde o som é produzido direcionando o sopro do músico sobre uma aresta afiada numa das extremidades do tubo. Tal como o Khin Palwei, possui orifícios para os dedos ao longo do seu corpo de madeira ou bambu, permitindo a execução de melodias. O timbre do Kyaw Palwei tende a ser mais suave e doce em comparação com a sonoridade mais intensa do Khin Palwei.
Ambas as variantes do Palwei são frequentemente utilizadas em ensembles musicais tradicionais birmaneses, acompanhando danças, cerimónias religiosas e outras celebrações. A escolha entre o Khin Palwei e o Kyaw Palwei pode depender do contexto musical específico e do efeito sonoro desejado. A sua presença na música birmanesa atesta a rica diversidade dos instrumentos de sopro tradicionais desta região do Sudeste Asiático.
Wa patala é um idiofone de altura definida tradicional da Birmânia (Myanmar), pertencente à família dos xilofones. Sua construção engenhosa envolve a disposição de 24 lâminas de bambu cuidadosamente afinadas sobre uma caixa de ressonância alongada. Estas lâminas são ordenadas cromaticamente, seguindo uma progressão do som mais grave, localizado à esquerda do músico, para o som mais agudo, posicionado à direita. Esta organização linear facilita a execução melódica e harmónica.
As lâminas de bambu são suspensas sobre a caixa de ressonância por pequenos suportes, permitindo que vibrem livremente quando percutidas. A caixa de ressonância, geralmente feita de madeira, amplifica o som produzido pelas lâminas, conferindo-lhe corpo e projeção. O músico utiliza dois martelos ou baquetas para percutir as lâminas, produzindo notas distintas com alturas definidas pela espessura e comprimento de cada lâmina de bambu. A habilidade do executante reside na precisão dos golpes e na capacidade de criar melodias fluidas e ritmos complexos.
O Wa patala é um instrumento musical importante na música tradicional da Birmânia, frequentemente integrado em conjuntos musicais que acompanham danças, cerimónias religiosas e outras formas de entretenimento. Sua sonoridade quente e ressonante do bambu contribui para a riqueza tímbrica da música birmanesa. A disposição cromática das lâminas permite a execução de uma vasta gama de melodias e harmonias, tornando-o um instrumento versátil dentro do seu contexto cultural.
A construção artesanal do Wa patala, utilizando materiais naturais como o bambu e a madeira, reflete a tradição e a habilidade dos artesãos birmaneses. A sua presença contínua na música da Birmânia atesta a sua importância cultural e a beleza da sua sonoridade, mantendo viva uma forma única de expressão musical através de um idiofone de bambu melódico.
Saung, a harpa em arco da Birmânia, distingue-se das suas congéneres europeias pela sua elegante caixa de ressonância horizontal, uma característica que lhe confere uma estética única e influencia a sua projeção sonora. Dotado de um número variável de cordas, geralmente entre 13 e 16, o saung produz uma sonoridade delicada e rica, capaz de evocar tanto a melancolia quanto a alegria.
Profundamente enraizado na cultura birmanesa, o saung é reverenciado como o instrumento musical nacional do país. A sua importância transcende o mero entretenimento, sendo um símbolo da identidade cultural e da herança artística da Birmânia. A sua presença acompanha cerimónias importantes, espetáculos teatrais e momentos de celebração, tecendo a banda sonora da vida birmanesa.
A tradição da harpa saung remonta a tempos ancestrais, conferindo-lhe um estatuto especial na história da música asiática. É considerado a única harpa de arco que sobreviveu no continente, testemunhando a resiliência e a singularidade das tradições musicais da Birmânia. Ao longo dos séculos, o saung preservou a sua forma e técnica de execução, transmitindo-se de geração em geração como um tesouro cultural.
A construção do saung envolve a utilização de madeiras nobres e outros materiais naturais, refletindo a ligação intrínseca do instrumento com o ambiente. A sua forma curva e as cordas que se estendem da caixa de ressonância até ao arco criam uma imagem graciosa e evocativa. A técnica de tocar o saung exige destreza e sensibilidade, com o músico a pinçar as cordas com os dedos, produzindo melodias fluidas e harmonias subtis.
Kyey se é um gongo triangular de metal tradicional de Myanmar, que pode apresentar diversas formas e tamanhos. Pode ser ouvido no uso cerimonial dos templos ou quando os monges caminham pelas ruas pedindo para as almas. É percutido por um martelo de madeira no lado esquerdo ou direito do triângulo.
Situa-se no índice 11 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. Os idiofones percutidos são postos em vibração por um golpe ou batida.
Instrumentos musicais de Myanmar
Idiofones percutidos
Instrumentos começados por k
kyey se, Myanmar
https://www.musis.pt/wp-content/uploads/2020/04/kyey-se.jpeg400400António Ferreirahttp://musis.pt/wp-content/uploads/2022/05/cropped-musis-logo-80x80.jpgAntónio Ferreira2020-04-05 22:03:292024-09-06 18:23:53Kyey se, Myanmar