Floyara é um instrumento musical ucraniano com um tubo de um metro que consiste numa forma aperfeiçoada de sopilka. É muito usado nos funerais nos Cárpatos.
Nos instrumentos da categoria 4 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais (aerofones), o som é produzido principalmente pela vibração do ar ou pela sua passagem através de arestas ou palhetas: o instrumento por si só não vibra, nem há membranas ou cordas vibrantes.
Bukhalo é um tambor grande tradicional da Ucrânia ocidental preso por um cinto ao executante que assim também pode mover-se ou até dançar durante a atuação. Por vezes, inclui um címbalo.
Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.
Abik é um aerofone tradicional da Ucrânia feito de corno.
É um instrumento de sopro do grupo 423 (no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais), um aerofone de bocal (também chamado de palheta labial) em que os lábios do executante causam diretamente a vibração do ar.
Trembita é um imponente instrumento de sopro retilíneo e alongado, assemelhando-se em conceção e sonoridade à trompa dos Alpes. Tradicionalmente construída em madeira de abeto ou bordo, muitas vezes envolta em casca de bétula para maior durabilidade, a trembita pode atingir comprimentos notáveis, variando entre três a oito metros. A sua forma cónica alarga-se gradualmente desde o bocal até à extremidade oposta, onde se abre numa campânula.
Este aerofone ancestral é particularmente comum nas regiões montanhosas do oeste da Ucrânia, leste da Polónia, Eslováquia e norte da Roménia, onde tem desempenhado um papel significativo na vida comunitária e nas tradições culturais dos povos Cárpatos, como os Hutsuls. A trembita não possui válvulas ou pistões, produzindo som através da vibração dos lábios do tocador no bocal, gerando uma série harmónica de notas. A sua sonoridade é potente, melancólica e capaz de viajar longas distâncias pelas montanhas.
Historicamente, a trembita servia como um meio de comunicação vital nas áreas rurais, utilizada para sinalizar entre vales, anunciar eventos importantes como casamentos, funerais ou a chegada de visitantes, e até mesmo para alertar sobre perigos. Em contextos musicais, a trembita é frequentemente integrada em conjuntos folclóricos, onde a sua voz única e imponente enriquece as melodias tradicionais. A sua presença evoca a paisagem majestosa dos Cárpatos e a rica herança cultural das comunidades que a mantêm viva através das gerações.
É um instrumento de sopro do grupo 423 (no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais), um aerofone de bocal (também chamado de palheta labial) em que os lábios do executante causam diretamente a vibração do ar.
Volynka é uma gaita de foles tradicional da região de Volyn, na Ucrânia, e também encontrada na Rússia com o mesmo nome. Este aerofone de palheta livre é caracterizado pelo seu reservatório de ar distintivo, feito de pele de cabra curtida e costurada. A pele de cabra, mantida hermeticamente fechada, serve como uma bolsa que armazena o ar insuflado pelo músico através de um tubo específico. Este tubo de insuflação é equipado com uma válvula unidirecional, crucial para impedir que o ar escape novamente para fora, garantindo um fluxo constante para os tubos sonoros.
A Volynka ucraniana e russa geralmente possui um ou mais tubos melódicos, conhecidos como chanters, onde o músico executa a melodia através da manipulação de orifícios para os dedos. Estes ponteiros são equipados com palhetas simples ou duplas, que vibram com o ar pressurizado da bolsa, produzindo as notas musicais. Adicionalmente, a Volynka pode incluir um ou mais bordões (drone pipes), tubos que emitem uma nota constante e fundamental, criando uma base harmónica para a melodia tocada no ponteiro. O número e a afinação dos bordões podem variar dependendo da construção específica do instrumento.
A sonoridade da Volynka é tipicamente rica e ressonante, com a melodia do ponteiro a destacar-se sobre o zumbido constante dos bordões. É um instrumento tradicionalmente associado a celebrações festivas, danças e música folclórica nas regiões da Ucrânia e Rússia onde é encontrada. A construção com pele de cabra confere ao instrumento um aspeto e um timbre únicos, diferenciando-o de outras gaitas de foles europeias que podem utilizar diferentes materiais para a bolsa de ar. A Volynka representa uma parte importante do património musical destas culturas, com variações regionais que refletem as diversas tradições musicais locais.
Torban é um instrumento ucraniano de corda dedilhada que se assemelha a uma teorba, combinando características do alaúde barroco com o saltério. Floresceu principalmente nos séculos XVII e XVIII na Ucrânia, tornando-se um símbolo da cultura musical da região. A sua construção complexa e a sua sonoridade rica tornavam-no um instrumento altamente valorizado.
O Torban possui um corpo em forma de alaúde, geralmente com uma caixa de ressonância grande e arredondada. O braço curto, semelhante ao do alaúde, possui trastes que permitem a execução de melodias. A característica distintiva do Torban reside na adição de um segundo braço, estendendo-se da caixa de ressonância, que suporta um conjunto de cordas de baixo não trastejadas, semelhantes às de uma teorba ou um saltério. Estas cordas de baixo eram tocadas dedilhando-as com os dedos da mão direita, enquanto as cordas do braço principal eram dedilhadas para a melodia.
O número de cordas do Torban podia variar consideravelmente, chegando por vezes a mais de 30, incluindo as cordas melódicas e as cordas de baixo. Esta vasta gama de cordas conferia ao instrumento uma grande versatilidade sonora, permitindo a execução de melodias complexas, acompanhamentos harmónicos ricos e linhas de baixo profundas.
O Torban era frequentemente utilizado para acompanhar canções épicas, baladas e outras formas de música vocal ucraniana. Os tocadores de Torban eram figuras importantes na sociedade, atuando como músicos, contadores de histórias e, por vezes, até como cronistas dos acontecimentos. No entanto, o instrumento declinou em popularidade no século XIX e foi quase extinto no século XX, em grande parte devido à repressão política. Nos tempos modernos, há um movimento crescente para reviver a tradição do Torban, reconstruindo instrumentos e redescobrindo o seu repertório único.
Tsymbaly é um cordofone ucraniano pertencente à família dos dulcimers martelados. Caracteriza-se pela sua caixa de ressonância trapezoidal, geralmente feita de madeira, sobre a qual se estendem numerosas cordas de aço ou de bronze, dispostas em grupos de duas a cinco cordas por nota. Estas cordas são percutidas por pequenos martelos leves, feitos de madeira e, por vezes, revestidos a couro ou feltro nas pontas.
A disposição das cordas no Tsymbaly é complexa, cobrindo uma ampla gama de alturas. As cordas são esticadas sobre uma ou mais pontes que atravessam a caixa de ressonância, transmitindo as vibrações para o corpo do instrumento e amplificando o som. A afinação das cordas é feita através de cravelhas localizadas nas extremidades da caixa.
A técnica de execução do Tsymbaly envolve o uso de dois martelos, um em cada mão, para golpear as cordas com precisão e agilidade. Os músicos habilidosos conseguem produzir melodias rápidas e ornamentadas, acordes complexos e arpejos brilhantes, explorando a rica sonoridade e a vasta extensão do instrumento. A intensidade e o timbre do som podem ser variados pela força do golpe e pela parte do martelo utilizada.
O Tsymbaly ocupa um lugar de destaque na música folclórica ucraniana, sendo frequentemente integrado em ensembles com outros instrumentos tradicionais como a bandura, a sopilka e o violino. A sua sonoridade cintilante e vibrante adiciona uma qualidade única às melodias e aos ritmos da música ucraniana, sendo essencial em festas, celebrações e apresentações culturais. Embora partilhe semelhanças com outros dulcimers martelados encontrados em diferentes partes do mundo, o Tsymbaly possui características construtivas e um estilo de execução próprios que o distinguem e o tornam um símbolo da herança musical da Ucrânia.
Bandura é um cordofone de braço curto e corpo oval achatado, uma espécie de saltério que se encontra na Ucrânia, país de que é o instrumento nacional.
Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.
Telenka é um aerofone de 35 a 40 cm da Rússia, Ucrânia e Roménia, uma variante primitiva do dentsivka, sem orifícios dedilhadores. Na fronteira da Roménia com a Ucrânia chama-se tilinca.
Boben é um instrumento de percussão circular, de aro baixo, com membrana (ou não) tensionada de todos os lados. Pode ter 8 pares de soalhas metálicas (ou não), percutido de várias formas com a mão ou com baqueta de madeira. Boben é um instrumento tradicional da Ucrânia e Eslovénia, acompanhando danças e canto coral, integrando bandas e orquestras.
Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.