Lira
A lira, cognata do inglês “lyre”, é um cordofone de beleza singular, facilmente reconhecível por seu formato distinto. Caracteriza-se por dois braços verticais de madeira que se elevam de uma caixa de ressonância inferior, unindo-se no topo por uma travessa horizontal. Desta travessa, estendem-se cordas até a base da caixa de ressonância, prontas para serem dedilhadas e vibrar, produzindo melodias suaves e etéreas.
Na rica tapeçaria da mitologia grega, a lira ocupa um lugar de honra, sendo o instrumento de Apolo, o deus das artes, da música, da poesia e da luz. Essa associação divina elevou a lira a um patamar simbólico, tornando-a um emblema da própria música dentro da cultura ocidental. Sua imagem evoca tempos antigos, serenatas sob a luz da lua e a declamação de versos por poetas e menestréis.
A construção da lira, com sua estrutura aberta e elegante, reflete a delicadeza de seu som. As cordas, tradicionalmente feitas de materiais naturais como tripas de animais, eram tensionadas entre a travessa e a caixa de ressonância, permitindo uma variedade de notas dependendo do número de cordas e da afinação. A técnica de execução envolvia o dedilhar das cordas com os dedos de uma ou ambas as mãos, criando harmonias simples, mas expressivas.
Ao longo da história, a lira passou por diversas transformações em termos de materiais, número de cordas e formato, mas a sua essência como um instrumento portátil e melodioso permaneceu. Embora não seja um instrumento comum na música contemporânea, a sua influência perdura, seja em representações artísticas, na literatura ou como um símbolo da herança musical clássica.