Enciclopédia de instrumentos musicais do mundo

Babadok

O babadok, típico em Timor Leste, é um pequeno tambor, tocado pelas mulheres durante a dança tebedai em honra dos ancestrais. É constituído por um corpo cónico de madeira, com cerca de 30 a 50 centímetros de comprimento e de cerca de 15 centímetros de diâmetro, percutido alternadamente com ambas as mãos. Está presente na música típica de Timor Leste que também é conhecida por “Música dos Gorilas Pretos”, na qual são percetíveis influências de outros géneros musicais, inclusivamente da música ocidental, fruto da colonização portuguesa.

Fonte: Casa Resistência e Afirmação Cultural

Babadok, Timor Leste

Babadok

Pilon com colexas

O pilon com calexas é um idiofone percutido constituído por um pilão geralmente de madeira e um par de paus (colexas) usados na Ilha do Fogo nos festejos de São Filipe, no inicio do mês de maio. Normalmente, o pilon é executado por três pessoas (em geral mulheres) que batem com paus maiores no interior do pilão que contém milho para fazer o xerém, enquanto dois homens, cada um com um par de colexas batem no bordo lateral do pilon. À volta, as mulheres e alguns homens acompanham com palmas e cantos enquanto uma solista canta e os outros restantes respondem com um pequeno ostinato rítmico (olé, óle lá).

Fonte: Casa Resistência e Afirmação Cultural

Pilon, Cabo Verde

Pilon, Cabo Verde

Casaca

A casaca é um instrumento musical de percussão da classe dos idiofones, feito de madeira. Também chamado cassaca, casaco, cansaca, canzaca, canzá, ganzá, caracaxá, reque-reque, reco-reco ou reco-reco de cabeça, é um dos principais instrumentos das bandas de congo do Espírito Santo.

Trata-se de um reco-reco de cabeça e pescoço, simulando o corpo de uma pessoa, com cabeça grotesca. Um dos lados da parte correspondente ao corpo possui talhos transversais (que lembram as costelas de uma pessoa) sobre os quais se corre uma vareta, extraindo-se desse atrito um som único e intermitente que confere individualidade ao instrumento.

Conforme lendas locais do Espírito Santo, os escravos seguravam o pescoço, como se estivessem enforcando os senhores que lhe tivessem feito mal, e tocavam como se estivessem a magoar a costela dos patrões.

Para fazer as casacas usam-se madeiras leves como a cacheta, o cedro, o bambu e o pendão da piteira. A costela, de onde vem o som, é feita de bambu, o corpo do pendão da piteira e a cabeça de outra madeira porém esculpida. A baqueta é feita de madeira resistente. A caixa acústica fica atrás da costela de bambu, é feita de pita. Produz-se o som arrastando a baqueta no bambu.

Influências culturais no folclore capixaba

Junto aos demais instrumentos da banda de congo, a casaca reflete a influência africana na música e no ritmo das bandas de congo do Espírito Santo. No município da Serra, Mestre Domingão produz a casaca com a madeira tradicionalmente usada na produção desse instrumento, a tagibubuia, que se encontra em risco de extinção. Para minimizar essa perda, o mestre realiza o manejo da tagibubuia, que é plantada e colhida de forma sistematizada, permitindo assim que a madeira seja retirada para a produção das casacas sem prejuízo para os recursos naturais.

Mestre Manoel de Ibiraçu e Mestre Laércio de Conceição da Barra utilizam outras madeiras disponíveis e bambu na produção da casaca. Os mestres artesãos Fernando e Expedito, também do município da Serra, aprenderam esse saber e já produzem e comercializam casacas. Esse saber vem sendo transmitido por gerações e a produção é individual.

As casacas são adquiridas como instrumentos para as bandas de congo e outros grupos musicais, ou como lembranças, sendo comercializadas nas residências dos mestres e nos locais voltados para o congo, o que representa a sustentação financeira dos artesões locais.

Conforme alguns historiadores, a casaca é instrumento criado pelos índios Tupiniquins.

Fonte: Wikipédia/Meloteca

Casaca, reco-reco do Brasil

Casaca, reco-reco do Brasil

Kayamb, aparentado ao chiquitsi, é um idiofone de percussão originário das ilhas Mascarenhas, nomeadamente das Reunião e Maurícias (tamanhos 1º -37,5cm por 34cm ; 2º -41cm por 3,5cm ; 3º-3cm por 30cm ; 4º- 35cm por 2cm). É um instrumento de sacudimento, constituído por uma estrutura plana e retangular, tradicionalmente feita de cana ou bambu, preenchida com sementes, pequenas pedras, contas de vidro ou pedaços de metal.

A estrutura do kayamb é geralmente dividida em compartimentos internos para controlar o movimento dos materiais de enchimento e, consequentemente, o som produzido. Algumas versões podem apresentar ressonadores ou elementos adicionais para modificar o timbre.
O som característico do kayamb é produzido pela agitação do instrumento, fazendo com que os materiais internos colidam uns com os outros e com as paredes da estrutura. O tipo e a quantidade de material de enchimento, bem como o tamanho e a construção da estrutura, influenciam o volume, a textura e o ritmo do som resultante. Pode produzir desde um suave sussurro até um chocalho mais intenso e ritmado.

Na música tradicional das ilhas Mascarenhas, o kayamb desempenha um papel rítmico fundamental, frequentemente acompanhando cantos e danças. É um instrumento essencial em géneros musicais como o séga e o maloya, contribuindo com uma camada percussiva rica e texturizada.

Fonte: Ricardo Lopes, RL Instrumentos Artesanais

Guisada é uma coleira de couro com guizos utilizada em Abela e no concelho de Santiago do Cacém até ao século XX para ornamentar o pescoço de bovídeos em dias de feira e exibição dos animais.

Este exemplar encontra-se no Museu do Trabalho Rural, em Abela, Santiago do Cacém.

ETIQUETAS

  • Idiofones do tipo chocalho
Guisada, Santiago do Cacém

Guisada, Santiago do Cacém

Serrana é o nome dado em Abela, Santiago do Cacém, a uma espécie de chocalho, objeto sonoro com badalo. Com coleira larga de couro, eram usadas até ao século XX para adornar o pescoço de bovídeos em dias de feira. Este exemplar encontra-se no Museu do Trabalho Rural, Abela, Santiago do Cacém.

ETIQUETAS

  • Idiofones do tipo chocalho
  • Instrumentos começados por s
Serrana

Par de serranas, Abela, Santiago do Cacém

O oghene (ou ogene) é um idiofone de percussão originário da África Ocidental, particularmente associado aos povos Yoruba da Nigéria e Benim. É um instrumento relativamente simples na sua construção, mas com um papel rítmico importante na música tradicional e contemporânea da região.

Apresenta como principais características:

Construção: O oghene consiste tipicamente em um, dois ou mais sinos de ferro forjado, de tamanhos diferentes, unidos por uma haste ou alça também de metal. Os sinos não possuem badalo (a peça solta dentro do sino que produz o som ao bater nas paredes).

Produção de Som: O som é produzido ao percutir os sinos com uma baqueta de madeira ou metal. Os diferentes tamanhos dos sinos resultam em tons distintos, permitindo a criação de padrões rítmicos complexos.

Função Musical: O oghene desempenha um papel crucial na estrutura rítmica da música. Frequentemente, estabelece a linha do tempo ou o ciclo rítmico fundamental para outros instrumentos e cantores seguirem. É um instrumento de pulso e clave, marcando os acentos e as subdivisões do ritmo.

Utilização: O oghene é utilizado numa variedade de contextos musicais e sociais, incluindo:
música cerimonial e religiosa: Desempenha um papel importante em rituais tradicionais e cerimónias religiosas Yoruba.

Música de Dança: O seu ritmo vibrante e constante é essencial para acompanhar diversas formas de dança tradicional.

Conjuntos Musicais: É frequentemente integrado em grupos musicais maiores, onde interage com tambores (como o dùndún ou “talking drum”), agogôs (outro tipo de sino duplo), e outros instrumentos de percussão.

Música Popular Contemporânea: O som característico do oghene tem sido incorporado por músicos africanos contemporâneos em diversos géneros.

ETIQUETAS

  • Instrumentos tradicionais da Nigéria
  • Idiofones de metal
  • Instrumentos de campânula
Oghene, idiofone da Nigéria

Oghene, idiofone da Nigéria

Um baixo, no contexto de instrumentos musicais, refere-se a um instrumento de cordas com uma tessitura mais grave em comparação com outros instrumentos da sua família. A sua principal função na música é fornecer a fundação rítmica e harmónica, criando uma base para a melodia e outros instrumentos.

Existem principalmente dois tipos de baixos:

Baixo Elétrico: É o tipo mais comum e utilizado em diversos géneros musicais como rock, pop, jazz, funk, metal, entre outros. Possui um corpo sólido ou semi-sólido e utiliza captadores para converter a vibração das cordas em sinais elétricos, que são então amplificados através de um amplificador. Geralmente possui 4 cordas, afinadas em Mi, Lá, Ré e Sol (E-A-D-G), mas também existem modelos de 5, 6 ou mais cordas para uma extensão tonal maior.

Baixo Acústico (Contrabaixo): É um instrumento maior, com um corpo oco que amplifica o som das cordas acusticamente. É tradicionalmente utilizado na música clássica, jazz e alguns estilos de música tradicional. Pode ser tocado com um arco ou dedilhado. Possui geralmente 4 cordas e uma afinação similar à do baixo elétrico, mas uma oitava abaixo. Existem também versões elétricas do contrabaixo.

Entretanto são construídos outros baixos menos conhecidos, como o ukulelé baixo.

Ukulele baixo, foto The Nerd Bass

Ukulele baixo, foto The Nerd Bass

Além destes dois tipos principais, existem variações como o baixolão (um baixo acústico com corpo semelhante ao de um violão), o baixo fretless (sem trastes no braço), e baixos com diferentes números de cordas e afinações para necessidades musicais específicas.

Tang tang é um instrumentos de percussão do tipo idiofone, de madeira ou de metal, dependendo da região e do contexto cultural. Pode fazer-se com materiais reutilizáveis, incluindo canas, um pauzinho e contas de madeira.

ETIQUETAS

  • Instrumentos de percussão de madeira
Tang tang, instrumento de percussão

Tang tang, instrumento de percussão do tipo idiofone

O kayamb é um idiofone de percussão originário das ilhas Mascarenhas, nomeadamente das Reunião e Maurícias. É um instrumento de sacudimento, constituído por uma estrutura plana e retangular, tradicionalmente feita de cana ou bambu, preenchida com sementes, pequenas pedras, contas de vidro ou pedaços de metal.

A estrutura do kayamb é geralmente dividida em compartimentos internos para controlar o movimento dos materiais de enchimento e, consequentemente, o som produzido. Algumas versões podem apresentar ressonadores ou elementos adicionais para modificar o timbre.

O som característico do kayamb é produzido pela agitação do instrumento, fazendo com que os materiais internos colidam uns com os outros e com as paredes da estrutura. O tipo e a quantidade de material de enchimento, bem como o tamanho e a construção da estrutura, influenciam o volume, a textura e o ritmo do som resultante. Pode produzir desde um suave sussurro até um chocalho mais intenso e ritmado.

Na música tradicional das ilhas Mascarenhas, o kayamb desempenha um papel rítmico fundamental, frequentemente acompanhando cantos e danças. É um instrumento essencial em géneros musicais como o séga e o maloya, contribuindo com uma camada percussiva rica e texturizada.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais das ilhas Mascarenhas
  • Idiofones de agitamento
Kayamb, idiofone de agitamento das ilhas Mascarenhas

Kayamb, idiofone de agitamento das ilhas Mascarenhas

Kayamb, créditos Ricardo Lopes

Kayamb, créditos Ricardo Lopes