Instrumentos musicais do continente asiático

Tsuri-daiko, também conhecido como gaku-daiku, é um instrumento musical tradicional japonês que consiste em um tambor suspenso por uma moldura. Possui duas membranas, sendo percutido com dois martelos em uma delas. Geralmente, é feito de madeira e as membranas são esticadas com cordas para criar diferentes tonalidades.

O Tsuri-daiko tem uma longa história na música japonesa, especialmente no gagaku, a música da corte imperial. O seu som profundo e ressonante desempenha um papel crucial na criação da atmosfera solene e majestosa característica deste género musical. Para além do gagaku, o Tsuri-daiko também pode ser encontrado em outros contextos musicais tradicionais japoneses, embora com menos frequência.

A forma como o Tsuri-daiko é tocado é visualmente impressionante. O tambor é suspenso, permitindo que o percussionista o rodeie e o percuta de diferentes ângulos. Os movimentos do исполнителя, juntamente com os sons poderosos do tambor, contribuem para uma experiência performática cativante.

Embora não seja tão comum como outros tambores japoneses, como o taiko, o Tsuri-daiko continua a ser um instrumento importante na preservação da música tradicional japonesa. O seu som único e a sua presença imponente garantem que ele continue a ser apreciado e utilizado nas gerações futuras. A sua construção cuidadosa e a sua rica história fazem dele um símbolo da arte e da cultura musical do Japão.

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Tsuri-daiko, Japão

Tsuri-daiko, Japão

O urumi, ou urumili, é um instrumento de percussão tradicional da Índia, especificamente do estado de Kerala, no sul do país. É um tambor bimembranofone, o que significa que possui duas peles que ressoam quando percutidas. Tem forma de ampulheta, com corpo longo e estreito no centro e extremidades mais largas. Tradicionalmente, é feito de madeira de jaca, uma árvore nativa do sul da Índia.

O urumi é tocado com as mãos, mas também é possível utilizar baquetas para produzir diferentes tons e ritmos. O músico segura o tambor verticalmente e utiliza as palmas das mãos e os dedos para bater nas peles.

É um instrumento muito versátil e é utilizado em diversos géneros musicais tradicionais do sul da Índia, como o kathakali, uma forma de teatro-dança, e o kerala natanam, dança clássica do estado de Kerala. O som produzido pelo urumi é alto e vibrante, o que o torna um instrumento de destaque nas apresentações.

Tocar o urumi requer habilidade e treinamento adequado devido à complexidade do instrumento. Além disso, o urumi é considerado um instrumento perigoso, pois as peles são tensionadas de forma flexível, o que pode causar ferimentos se forem tocadas incorretamente ou com muita força.

(com IA)

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.

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Urumi, Índia

Urumi, Índia

Sheng (“mouth organ”, em Inglês, ou “órgão de boca”, em Português) é um aerofone chinês de palheta livre. É um instrumento polifónico de boca que goza de muita popularidade como instrumento solista. É formado por 17 tubos verticais (canas de bambu) e uma câmara de vento (à qual estão ligados tubos) para cujo interior o músico sopra. Remonta provavelmente a 3000 anos a. C.

O Sheng é um instrumento único, tanto na sua aparência quanto no seu som. Os seus tubos verticais, tradicionalmente feitos de bambu, estendem-se para cima a partir de uma câmara de ar, e cada tubo contém uma palheta livre que vibra quando o ar passa por ela. O músico sopra na câmara de ar, e ao fechar os orifícios nos tubos, seleciona quais palhetas irão vibrar, produzindo assim diferentes notas.

Uma das características mais notáveis do Sheng é a sua capacidade de produzir acordes, permitindo que o músico toque melodias e acompanhamentos simultaneamente. Esta qualidade polifónica é uma das razões da sua popularidade como instrumento solista. O Sheng tem um som doce e suave, e a sua versatilidade permite-lhe ser utilizado numa variedade de géneros musicais, desde a música clássica chinesa até ao jazz e à música contemporânea.

Acredita-se que o Sheng tenha uma história longa e rica, remontando a milhares de anos. Ao longo dos séculos, evoluiu e adaptou-se, mas continua a ser um instrumento essencial na música chinesa.

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Sheng

Sheng

Shofar, aerofone ancestral com raízes profundas na antiguidade bíblica, é singular na sua simplicidade e significado. Fabricado a partir do corno de um animal kosher, geralmente um carneiro, o shofar distingue-se pela ausência de mecanismos de alteração de tom, como válvulas ou palhetas. A sua construção envolve o esvaziamento e modelagem do corno, criando um instrumento que depende inteiramente da embocadura e do controlo da respiração do tocador para produzir som.

A palavra hebraica “shofar” traduz-se literalmente para “corno de carneiro”, refletindo o material mais comummente utilizado na sua feitura. No entanto, cornos de outros animais kosher, como antílopes e cabras, também podem ser empregados. O processo de fabrico requer habilidade, envolvendo o aquecimento do corno para o amolecer e moldar, seguido da perfuração de um orifício na ponta para criar a embocadura.

Na tapeçaria da Bíblia, o shofar surge em momentos cruciais. É o som que acompanha o anúncio do sacrifício de Isaac, um teste de fé e obediência. As suas explosões ressoam também na batalha de Jericó, onde, segundo a narrativa bíblica, o toque concertado dos shofares contribuiu para a queda das muralhas da cidade. Estes episódios conferem ao shofar um simbolismo poderoso, associado tanto à intervenção divina quanto à proclamação e ao despertar espiritual.

Hoje, o shofar mantém a sua importância ritual no judaísmo, sendo tocado em serviços religiosos em ocasiões solenes como o Rosh Hashanah e o Yom Kippur. Os seus sons distintos – o tekiah (um toque longo), o shevarim (três toques médios) e o teruah (uma série de toques curtos e rápidos) – carregam significados que evocam temas de arrependimento, lembrança e a soberania de Deus. A simplicidade do shofar, paradoxalmente, amplifica a sua ressonância espiritual e histórica, ligando as gerações presentes ao eco do passado bíblico.

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Shofar, Israel

Shofar, Israel

Saung, a harpa em arco da Birmânia, distingue-se das suas congéneres europeias pela sua elegante caixa de ressonância horizontal, uma característica que lhe confere uma estética única e influencia a sua projeção sonora. Dotado de um número variável de cordas, geralmente entre 13 e 16, o saung produz uma sonoridade delicada e rica, capaz de evocar tanto a melancolia quanto a alegria.

Profundamente enraizado na cultura birmanesa, o saung é reverenciado como o instrumento musical nacional do país. A sua importância transcende o mero entretenimento, sendo um símbolo da identidade cultural e da herança artística da Birmânia. A sua presença acompanha cerimónias importantes, espetáculos teatrais e momentos de celebração, tecendo a banda sonora da vida birmanesa.

A tradição da harpa saung remonta a tempos ancestrais, conferindo-lhe um estatuto especial na história da música asiática. É considerado a única harpa de arco que sobreviveu no continente, testemunhando a resiliência e a singularidade das tradições musicais da Birmânia. Ao longo dos séculos, o saung preservou a sua forma e técnica de execução, transmitindo-se de geração em geração como um tesouro cultural.

A construção do saung envolve a utilização de madeiras nobres e outros materiais naturais, refletindo a ligação intrínseca do instrumento com o ambiente. A sua forma curva e as cordas que se estendem da caixa de ressonância até ao arco criam uma imagem graciosa e evocativa. A técnica de tocar o saung exige destreza e sensibilidade, com o músico a pinçar as cordas com os dedos, produzindo melodias fluidas e harmonias subtis.

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Saung, Myanmar

Saung, Myanmar

Shamisen, instrumento de cordas beliscadas com uma sonoridade inconfundível, ocupa um lugar de destaque na música tradicional do Japão. As suas raízes remontam ao sanxian chinês, um instrumento de três cordas que viajou através das rotas comerciais e culturais, adaptando-se e florescendo no solo japonês. O shamisen mantém essa característica fundamental de possuir três cordas, geralmente feitas de seda ou nylon, que vibram ao serem dedilhadas com um plectro, conhecido como bachi.

A construção do shamisen é notável pela sua caixa de ressonância retangular, coberta em ambos os lados por pele de gato ou de cão, embora materiais sintéticos sejam por vezes utilizados atualmente. Esta pele contribui para o timbre único do instrumento, conferindo-lhe uma ressonância percussiva e um som distinto que se diferencia de outros instrumentos de corda. O braço longo e sem trastes permite uma grande variedade de nuances tonais e glissandos característicos da música japonesa.

Ao longo da sua história no Japão, o shamisen evoluiu e diversificou-se em diferentes estilos e tamanhos, cada um adaptado a géneros musicais específicos. O hosozao (braço fino) é frequentemente utilizado no acompanhamento de peças líricas e no teatro kabuki, enquanto o chuzao (braço médio) encontra o seu lugar na música folclórica e em outros estilos narrativos. O futozao (braço grosso), com a sua sonoridade mais potente e grave, é proeminente no gidayu-bushi, um estilo de canto narrativo associado ao teatro de marionetes bunraku.

A versatilidade do shamisen permitiu-lhe integrar-se em diversas formas de arte performativa japonesa, desde as melodias delicadas das canções folclóricas até a intensidade dramática do teatro. Os seus sons podem evocar uma ampla gama de emoções, desde a melancolia contemplativa até a vivacidade festiva. 

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Shamisen, Japão

Shamisen, Japão

Zerbaghali é um tambor unimembranofone em forma de cálice, ecoa os ritmos ancestrais do Afeganistão. Este instrumento de percussão ressoa com a sua própria identidade sonora, embora partilhe uma linhagem comum com outros tambores em forma de cálice da região, como a darbuka de Marrocos e o dombek do Azerbaijão. Esta semelhança estrutural sugere um intercâmbio cultural e musical ao longo da história destas terras.

A sua forma de cálice, mais larga no topo e estreitando-se para uma base inferior, influencia diretamente a qualidade do seu som. A membrana, geralmente feita de pele de animal esticada sobre a abertura mais larga, é percutida com as mãos e os dedos para produzir uma variedade de tons e ritmos. A ressonância dentro do corpo em forma de cálice amplifica o som, conferindo-lhe projeção e um timbre característico que pode variar de graves profundos a agudos estaladiços, dependendo do ponto de impacto e da técnica do percussionista.

No tecido musical do Afeganistão, o zerbaghali desempenha um papel fundamental, marcando o pulso rítmico de diversas formas musicais. Acompanha canções folclóricas, danças tradicionais e outras celebrações culturais, fornecendo a base rítmica que sustenta a melodia e a expressão artística. A habilidade do tocador de zerbaghali reside na sua capacidade de criar padrões rítmicos complexos e envolventes, utilizando uma variedade de golpes e técnicas manuais.

A presença do zerbaghali na música afegã é um testemunho da rica herança cultural do país. A sua ligação com instrumentos semelhantes em regiões vizinhas sublinha a história de trocas e influências musicais no Médio Oriente e na Ásia Central. Apesar das turbulências históricas, o zerbaghali continua a ser um símbolo da identidade musical afegã, transmitindo a sua voz única através das gerações e enriquecendo o panorama sonoro da região. A sua forma distinta e a sua sonoridade vibrante garantem-lhe um lugar especial no coração da música tradicional do Afeganistão.

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Zerbaghali, Azerbajão

Zerbaghali, Azerbajão

O udukai é um instrumento de percussão originário da Índia, especialmente utilizado em orações e cerimónias religiosas no estado de Tamil Nadu. Ele é considerado um bimembranofone, ou seja, possui duas membranas que são percutidas para produzir som.

O formato do udukai é semelhante a outros tambores em forma de ampulheta, com um corpo alongado e uma cintura mais estreita. Geralmente, é feito com madeira e pele de cabra ou de veado, que são as membranas responsáveis pela ressonância do som.

Para tocar o udukai, uma mão agarra um laço que se encontra ao redor do corpo do instrumento, enquanto a outra mão percuti as membranas com os dedos ou com um objeto como uma baqueta ou palheta. O músico pode produzir diferentes sons e ritmos variando a força e técnica de percussão nas membranas.

O udukai é bastante popular no folclore de Tamil Nadu, sendo utilizado em espetáculos de música tradicional e danças folclóricas. É considerado um instrumento de grande importância cultural e espiritual na região, sendo utilizado principalmente em orações e cerimónias religiosas para acompanhar cantos e recitações sagradas.

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Udukai, Índia

Udukai, Índia

Yatga, também conhecido como yatuga ou yataga, é um cordofone elegante e ancestral pertencente à família das cítaras, profundamente enraizado na tradição musical da Mongólia. Distingue-se pela sua longa caixa de ressonância trapezoidal, sobre a qual se estendem um número variável de cordas, tradicionalmente feitas de seda ou tripa, que são beliscadas com os dedos ou com plectros. A sua sonoridade delicada e lírica evoca as vastas paisagens e a rica história da Mongólia.

Uma característica socialmente significativa do yatga reside na distinção histórica entre o número de cordas dos instrumentos permitidos a diferentes estratos da sociedade. A yatga de 12 cordas era outrora um privilégio exclusivo das cortes reais e dos mosteiros budistas, onde a sua música solene e refinada adornava cerimónias e momentos de contemplação. Esta proibição impedia os pastores, a maioria da população mongol, de tocar este instrumento de maior complexidade.

Em contraste, os pastores tinham acesso à yatga de 10 cordas. Embora mais simples em termos de alcance e possibilidades harmónicas, esta versão do instrumento desempenhava um papel vital na sua vida quotidiana, acompanhando canções folclóricas, narrativas épicas e momentos de lazer nas vastas estepes. Esta diferenciação social através do número de cordas do yatga reflete uma estrutura hierárquica e um controlo cultural sobre a prática musical.

Hoje, estas restrições históricas diminuíram, e ambas as versões do yatga são apreciadas e tocadas por músicos de diversas origens na Mongólia e além-fronteiras. O yatga continua a ser um símbolo da identidade musical mongol, com a sua sonoridade única a evocar a serenidade das estepes e a riqueza da sua herança cultural. Seja nas suas versões de 10 ou 12 cordas, o yatga mantém o seu lugar como um instrumento de beleza e significado na tapeçaria sonora da Mongólia.

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Yatga, Mongólia

Yatga, Mongólia

Alghoza, um instrumento de sopro melódico com raízes profundas no Paquistão, ecoa pelos campos e celebrações com os seus sons distintos. Conhecido por uma variedade de nomes regionais, como jorhi, pawa jorhi, do nali, donal, giraw, satara ou nagoze, o alghoza é singular na sua construção e técnica de execução. Ele consiste fundamentalmente em duas flautas de cana ou madeira, ligadas entre si, que são tocadas simultaneamente pelo mesmo músico.

Uma das flautas do alghoza é dedicada à melodia principal, tecendo os intrincados desenhos sonoros da música tradicional paquistanesa. A outra flauta desempenha o papel de bordão, produzindo uma nota contínua eDrone que serve de base harmónica para a melodia. Esta combinação de melodia e bordão confere ao alghoza uma sonoridade rica e hipnótica, muitas vezes associada a atmosferas pastoris, canções folclóricas e danças vibrantes.

A técnica de tocar o alghoza exige uma habilidade considerável. O músico utiliza uma respiração circular, inalando pelo nariz enquanto exala pela boca, para manter um fluxo de ar contínuo através das duas flautas. Os dedos deslizam pelos orifícios das flautas, controlando as alturas das notas melódicas, enquanto a segunda flauta emite o seu som constante. A destreza do tocador reside na capacidade de coordenar a respiração e os movimentos dos dedos para criar melodias expressivas sobre o fundo do bordão.

O alghoza é um instrumento essencial em muitas tradições musicais do Paquistão, sendo frequentemente ouvido em festivais rurais, casamentos e outras celebrações. A sua sonoridade evoca a paisagem e o espírito do país, ligando as pessoas às suas raízes culturais. Apesar da sua construção relativamente simples, o alghoza é capaz de produzir uma gama surpreendente de emoções, desde a alegria contagiante até à melancolia profunda. A sua presença continua a ser uma parte vibrante e essencial da herança musical do Paquistão.

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Alghoza, Paquistão

Alghoza, Paquistão