Instrumentos musicais do continente asiático

O surbahar é um instrumento de corda dedilhada da família do sitar, sendo considerado um instrumento irmão deste último. Ele é amplamente utilizado na música clássica do Hindustão, que é a forma clássica de música indiana.

O nome “Surbahar” significa “flor da música” e também é conhecido como “baixo sitar”, devido ao seu tamanho maior e ao fato de ter um tom mais grave. O instrumento possui uma caixa de ressonância em forma de pêra, feita de madeira, geralmente de teca ou mogno, além de possuir uma tampa inferior em formato de cúpula.

O surbahar tem um comprimento aproximado de 130 a 140 centímetros e é tocado em uma postura semelhante à do sitar, com o músico sentado no chão com as pernas cruzadas. Possui cerca de 20 trastos, que são afinados de acordo com a raga (escala melódica) específica que está sendo executada.

O instrumento é tocado com um arco ou dedilhado com os dedos. O músico pode utilizar tanto as unhas como a polpa dos dedos para produzir os sons. O surbahar é especialmente conhecido pela sua capacidade de sustentar as notas durante um longo período de tempo, o que adiciona um efeito distintivo à música executada.

Em termos de sonoridade, o Surbahar tem um timbre rico, grave e encorpado, o que o torna adequado para interpretar as melodias e ragas mais profundas e introspectivas da música clássica indiana. Ele é frequentemente usado como um instrumento solista, mas também pode ser acompanhado por outros instrumentos de percussão, como o tabla.

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Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

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Surbahar, Índia

Surbahar, Índia

Angkuoch, também conhecido como kangkuoch, é um pequeno mas fascinante instrumento tradicional do Cambodja, pertencente à família dos lamelofones de boca. Construído em bambu ou metal, partilha as características essenciais do que é conhecido noutras regiões como harpa de boca, berimbau de boca, trompa de boca ou guimbarde. A sua estrutura consiste numa lingueta ou palheta flexível, geralmente feita do mesmo material que a moldura, fixada numa extremidade e livre na outra para vibrar.

A técnica de execução do Angkuoch é peculiar e íntima ao músico. O instrumento é colocado diretamente na boca, utilizando os lábios e os dentes como uma câmara de ressonância que amplifica e molda o som produzido pela vibração da lingueta. A vibração da palheta é iniciada e mantida através de um toque rítmico com um dedo numa extremidade livre da moldura.

Uma característica interessante do Angkuoch, comum a outros instrumentos da sua família, é que cada instrumento individual produz apenas uma nota fundamental. No entanto, a riqueza sonora reside nos harmónicos que podem ser explorados e modificados pelo músico através da alteração da forma e do volume da cavidade bucal, da posição da língua e da respiração. Desta forma, apesar de produzir uma única nota base, o executante habilidoso consegue criar uma variedade surpreendente de timbres e ritmos melódicos subtis.

Existem diversos tamanhos de Angkuoch, o que implica diferentes notas fundamentais. Em algumas tradições musicais do Cambodja, vários músicos podem tocar Angkuochs de diferentes tamanhos em conjunto, criando texturas sonoras complexas e interlaçadas. A sua portabilidade e a sua sonoridade intrigante tornam-no um instrumento popular tanto para entretenimento pessoal quanto em contextos musicais mais amplos. A sua presença na cultura musical cambojana atesta a engenhosidade na criação de música a partir de um instrumento aparentemente simples.

ETIQUETAS

  • Instrumentos musicais do Cambodja
  • Família das harpas de boca
  • Lamelofones dedilhados
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Angkuoch, Cambodja

Angkuoch, Cambodja

Tingsha são um par de pequenos pratos ou crótalos, tradicionalmente usados na prática religiosa budista no Tibete. São feitos de uma liga de metal, frequentemente bronze, e ligados por uma tira de couro ou corda. O seu tamanho compacto torna-os portáteis e fáceis de usar em diversos contextos rituais.

O som característico do Tingsha é produzido ao bater suavemente um prato contra o outro. Este impacto gera um som agudo e cristalino, rico em harmónicos e com uma ressonância longa e vibrante. A qualidade tonal é frequentemente descrita como etérea e penetrante, capaz de captar a atenção e induzir um estado de foco e alerta. A duração prolongada do som permite que as vibrações se dissipem gradualmente, criando uma sensação de calma e tranquilidade.

No contexto da oração budista tibetana, os Tingsha são usados para marcar o início e o fim de períodos de meditação, cânticos ou outros rituais. O seu som distinto serve como um lembrete para centrar a mente e entrar num estado meditativo. Além do seu uso religioso, os Tingsha ganharam popularidade no Ocidente como instrumento para meditação pessoal, terapia sonora e práticas de cura energética.

Acredita-se que as vibrações dos Tingsha possam ajudar a limpar e equilibrar a energia do corpo e do ambiente. O seu som é usado para criar um espaço sagrado, purificar o ar e facilitar o relaxamento profundo. A sua beleza sonora e a sua capacidade de induzir um estado de quietude tornam os Tingsha um instrumento valioso para quem procura incorporar a meditação e a atenção plena na sua vida quotidiana.

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  • Instrumentos musicais do Tibete
  • Idiofones percutidos
  • Idiofones de concussão
  • Família dos crótalos
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Tingsha, China

Tingsha, China

Também conhecido como donbak ou dombak, o tonbak (ou tombak) é um membranofone com origem no Império Persa (antigo Irão), sendo considerado o instrumento de percussão mais importante da música clássica persa.

Este tambor em forma de cálice é normalmente feito de madeira de amoreira, embora também possam ser usados outros tipos de madeira. A pele, tradicionalmente de cordeiro ou cabra, é esticada sobre a abertura mais larga do corpo do tambor. O tonbak é tocado com as mãos, utilizando uma variedade de técnicas de dedilhado para produzir uma rica gama de sons.

O músico de tonbak utiliza os dedos, a palma da mão e diferentes partes da mão para criar uma variedade de timbres e ritmos complexos. Sons graves e ressonantes são produzidos ao bater no centro da pele, enquanto sons mais agudos e estalados são obtidos ao tocar perto da borda.

O tonbak desempenha um papel fundamental na música persa, fornecendo uma base rítmica complexa e expressiva para melodias executadas em instrumentos como o tar, o setar e o kemancheh. A sua versatilidade rítmica e a sua capacidade de produzir uma ampla gama de timbres fazem dele um instrumento essencial tanto em actuações a solo como em conjunto. O tonbak não é apenas um instrumento de percussão, mas também um meio de expressão artística e um símbolo da rica herança musical persa.

Tonbak, Irão

Tonbak, Irão

Tsuri-daiko, também conhecido como gaku-daiku, é um instrumento musical tradicional japonês que consiste em um tambor suspenso por uma moldura. Possui duas membranas, sendo percutido com dois martelos em uma delas. Geralmente, é feito de madeira e as membranas são esticadas com cordas para criar diferentes tonalidades.

O Tsuri-daiko tem uma longa história na música japonesa, especialmente no gagaku, a música da corte imperial. O seu som profundo e ressonante desempenha um papel crucial na criação da atmosfera solene e majestosa característica deste género musical. Para além do gagaku, o Tsuri-daiko também pode ser encontrado em outros contextos musicais tradicionais japoneses, embora com menos frequência.

A forma como o Tsuri-daiko é tocado é visualmente impressionante. O tambor é suspenso, permitindo que o percussionista o rodeie e o percuta de diferentes ângulos. Os movimentos do исполнителя, juntamente com os sons poderosos do tambor, contribuem para uma experiência performática cativante.

Embora não seja tão comum como outros tambores japoneses, como o taiko, o Tsuri-daiko continua a ser um instrumento importante na preservação da música tradicional japonesa. O seu som único e a sua presença imponente garantem que ele continue a ser apreciado e utilizado nas gerações futuras. A sua construção cuidadosa e a sua rica história fazem dele um símbolo da arte e da cultura musical do Japão.

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  • tambores percutidos
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Tsuri-daiko, Japão

Tsuri-daiko, Japão

O urumi, ou urumili, é um instrumento de percussão tradicional da Índia, especificamente do estado de Kerala, no sul do país. É um tambor bimembranofone, o que significa que possui duas peles que ressoam quando percutidas. Tem forma de ampulheta, com corpo longo e estreito no centro e extremidades mais largas. Tradicionalmente, é feito de madeira de jaca, uma árvore nativa do sul da Índia.

O urumi é tocado com as mãos, mas também é possível utilizar baquetas para produzir diferentes tons e ritmos. O músico segura o tambor verticalmente e utiliza as palmas das mãos e os dedos para bater nas peles.

É um instrumento muito versátil e é utilizado em diversos géneros musicais tradicionais do sul da Índia, como o kathakali, uma forma de teatro-dança, e o kerala natanam, dança clássica do estado de Kerala. O som produzido pelo urumi é alto e vibrante, o que o torna um instrumento de destaque nas apresentações.

Tocar o urumi requer habilidade e treinamento adequado devido à complexidade do instrumento. Além disso, o urumi é considerado um instrumento perigoso, pois as peles são tensionadas de forma flexível, o que pode causar ferimentos se forem tocadas incorretamente ou com muita força.

(com IA)

Situa-se no índice 21 no sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais, entre os tambores percutidos, instrumentos cuja membrana é posta em vibração ao ser batida ou percutida.

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  • Instrumentos musicais da Índia
  • tambores percutidos
  • tambores em forma de ampulheta
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Urumi, Índia

Urumi, Índia

Sheng (“mouth organ”, em Inglês, ou “órgão de boca”, em Português) é um aerofone chinês de palheta livre. É um instrumento polifónico de boca que goza de muita popularidade como instrumento solista. É formado por 17 tubos verticais (canas de bambu) e uma câmara de vento (à qual estão ligados tubos) para cujo interior o músico sopra. Remonta provavelmente a 3000 anos a. C.

O Sheng é um instrumento único, tanto na sua aparência quanto no seu som. Os seus tubos verticais, tradicionalmente feitos de bambu, estendem-se para cima a partir de uma câmara de ar, e cada tubo contém uma palheta livre que vibra quando o ar passa por ela. O músico sopra na câmara de ar, e ao fechar os orifícios nos tubos, seleciona quais palhetas irão vibrar, produzindo assim diferentes notas.

Uma das características mais notáveis do Sheng é a sua capacidade de produzir acordes, permitindo que o músico toque melodias e acompanhamentos simultaneamente. Esta qualidade polifónica é uma das razões da sua popularidade como instrumento solista. O Sheng tem um som doce e suave, e a sua versatilidade permite-lhe ser utilizado numa variedade de géneros musicais, desde a música clássica chinesa até ao jazz e à música contemporânea.

Acredita-se que o Sheng tenha uma história longa e rica, remontando a milhares de anos. Ao longo dos séculos, evoluiu e adaptou-se, mas continua a ser um instrumento essencial na música chinesa.

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Sheng

Sheng

Shofar, aerofone ancestral com raízes profundas na antiguidade bíblica, é singular na sua simplicidade e significado. Fabricado a partir do corno de um animal kosher, geralmente um carneiro, o shofar distingue-se pela ausência de mecanismos de alteração de tom, como válvulas ou palhetas. A sua construção envolve o esvaziamento e modelagem do corno, criando um instrumento que depende inteiramente da embocadura e do controlo da respiração do tocador para produzir som.

A palavra hebraica “shofar” traduz-se literalmente para “corno de carneiro”, refletindo o material mais comummente utilizado na sua feitura. No entanto, cornos de outros animais kosher, como antílopes e cabras, também podem ser empregados. O processo de fabrico requer habilidade, envolvendo o aquecimento do corno para o amolecer e moldar, seguido da perfuração de um orifício na ponta para criar a embocadura.

Na tapeçaria da Bíblia, o shofar surge em momentos cruciais. É o som que acompanha o anúncio do sacrifício de Isaac, um teste de fé e obediência. As suas explosões ressoam também na batalha de Jericó, onde, segundo a narrativa bíblica, o toque concertado dos shofares contribuiu para a queda das muralhas da cidade. Estes episódios conferem ao shofar um simbolismo poderoso, associado tanto à intervenção divina quanto à proclamação e ao despertar espiritual.

Hoje, o shofar mantém a sua importância ritual no judaísmo, sendo tocado em serviços religiosos em ocasiões solenes como o Rosh Hashanah e o Yom Kippur. Os seus sons distintos – o tekiah (um toque longo), o shevarim (três toques médios) e o teruah (uma série de toques curtos e rápidos) – carregam significados que evocam temas de arrependimento, lembrança e a soberania de Deus. A simplicidade do shofar, paradoxalmente, amplifica a sua ressonância espiritual e histórica, ligando as gerações presentes ao eco do passado bíblico.

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Shofar, Israel

Shofar, Israel

Saung, a harpa em arco da Birmânia, distingue-se das suas congéneres europeias pela sua elegante caixa de ressonância horizontal, uma característica que lhe confere uma estética única e influencia a sua projeção sonora. Dotado de um número variável de cordas, geralmente entre 13 e 16, o saung produz uma sonoridade delicada e rica, capaz de evocar tanto a melancolia quanto a alegria.

Profundamente enraizado na cultura birmanesa, o saung é reverenciado como o instrumento musical nacional do país. A sua importância transcende o mero entretenimento, sendo um símbolo da identidade cultural e da herança artística da Birmânia. A sua presença acompanha cerimónias importantes, espetáculos teatrais e momentos de celebração, tecendo a banda sonora da vida birmanesa.

A tradição da harpa saung remonta a tempos ancestrais, conferindo-lhe um estatuto especial na história da música asiática. É considerado a única harpa de arco que sobreviveu no continente, testemunhando a resiliência e a singularidade das tradições musicais da Birmânia. Ao longo dos séculos, o saung preservou a sua forma e técnica de execução, transmitindo-se de geração em geração como um tesouro cultural.

A construção do saung envolve a utilização de madeiras nobres e outros materiais naturais, refletindo a ligação intrínseca do instrumento com o ambiente. A sua forma curva e as cordas que se estendem da caixa de ressonância até ao arco criam uma imagem graciosa e evocativa. A técnica de tocar o saung exige destreza e sensibilidade, com o músico a pinçar as cordas com os dedos, produzindo melodias fluidas e harmonias subtis.

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Saung, Myanmar

Saung, Myanmar

Shamisen, instrumento de cordas beliscadas com uma sonoridade inconfundível, ocupa um lugar de destaque na música tradicional do Japão. As suas raízes remontam ao sanxian chinês, um instrumento de três cordas que viajou através das rotas comerciais e culturais, adaptando-se e florescendo no solo japonês. O shamisen mantém essa característica fundamental de possuir três cordas, geralmente feitas de seda ou nylon, que vibram ao serem dedilhadas com um plectro, conhecido como bachi.

A construção do shamisen é notável pela sua caixa de ressonância retangular, coberta em ambos os lados por pele de gato ou de cão, embora materiais sintéticos sejam por vezes utilizados atualmente. Esta pele contribui para o timbre único do instrumento, conferindo-lhe uma ressonância percussiva e um som distinto que se diferencia de outros instrumentos de corda. O braço longo e sem trastes permite uma grande variedade de nuances tonais e glissandos característicos da música japonesa.

Ao longo da sua história no Japão, o shamisen evoluiu e diversificou-se em diferentes estilos e tamanhos, cada um adaptado a géneros musicais específicos. O hosozao (braço fino) é frequentemente utilizado no acompanhamento de peças líricas e no teatro kabuki, enquanto o chuzao (braço médio) encontra o seu lugar na música folclórica e em outros estilos narrativos. O futozao (braço grosso), com a sua sonoridade mais potente e grave, é proeminente no gidayu-bushi, um estilo de canto narrativo associado ao teatro de marionetes bunraku.

A versatilidade do shamisen permitiu-lhe integrar-se em diversas formas de arte performativa japonesa, desde as melodias delicadas das canções folclóricas até a intensidade dramática do teatro. Os seus sons podem evocar uma ampla gama de emoções, desde a melancolia contemplativa até a vivacidade festiva. 

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Shamisen, Japão

Shamisen, Japão