Instrumentos musicais do continente asiático

O sambal é um instrumento musical de percussão membranofone tradicional da Índia Ocidental. Sua característica distintiva reside na sua construção única, consistindo em dois tambores de madeira distintos, fixados juntos de forma a serem tocados simultaneamente por um único músico. Uma das metades do Sambal é sempre maior que a outra, resultando em dois tambores com timbres e alturas de som diferentes, o que enriquece a sua capacidade rítmica.

Os tambores do Sambal são geralmente feitos de madeira escavada ou construídos com aros de madeira cobertos por peles de animal esticadas, como couro de cabra ou boi. O tamanho diferente dos tambores influencia diretamente a frequência do som produzido: o tambor maior emite um som mais grave e profundo, enquanto o menor produz um som mais agudo e cortante. Esta dualidade sonora é fundamental para a expressividade rítmica do instrumento.

O Sambal é tocado utilizando duas baquetas, uma para cada tambor. O músico coordena os movimentos das mãos para criar padrões rítmicos complexos e dinâmicos, explorando a interação entre os sons graves e agudos dos dois tambores. A técnica de execução pode variar significativamente entre as diferentes tradições folclóricas da Índia Ocidental, mas geralmente envolve uma combinação de batidas simples, redobros e acentos rítmicos que acompanham danças, canções e outras formas de expressão cultural.

Este instrumento de percussão desempenha um papel vital em muitas celebrações, festivais e eventos sociais na Índia Ocidental. O seu som vibrante e energético é frequentemente associado a danças folclóricas e procissões, contribuindo para a atmosfera festiva e animada. A presença do Sambal em conjuntos musicais tradicionais da região sublinha a sua importância cultural e a sua capacidade de evocar a identidade rítmica única do folclore da Índia Ocidental. A sua construção singular e a sua sonoridade distinta fazem do Sambal um instrumento percussivo memorável e essencial.

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Sambal, Índia

Sambal, Índia

Ryūteki (龍笛) é um instrumento de sopro de palheta dupla, pertencente à família dos oboés, utilizado na música clássica da corte japonesa, conhecida como gagaku. Tradicionalmente feito de bambu, este instrumento possui sete orifícios para os dedos na frente e dois orifícios para o polegar na parte de trás, permitindo a produção de uma escala diatónica e diversas variações tonais através de técnicas de sopro e digitação específicas.

O Ryūteki possui um corpo cilíndrico relativamente curto e grosso, com uma embocadura que acomoda uma pequena palheta dupla feita de cana. A técnica de sopro exige um controlo preciso da respiração e da embocadura para produzir o som característico do instrumento, que é frequentemente descrito como rico, expressivo e com uma certa doçura melancólica. A sonoridade do Ryūteki é considerada a voz do dragão entre os instrumentos de sopro do gagaku, evocando uma sensação de mistério e profundidade.

No contexto do gagaku, o Ryūteki desempenha um papel melódico central na categoria de música tōgaku, que tem origens chinesas. As melodias executadas no Ryūteki são geralmente sinuosas e ornamentadas, com um ritmo relativamente lento e um fluxo contínuo de som. O instrumento interage com outros instrumentos de sopro, como o hichiriki e o kagurabue, bem como com instrumentos de percussão e de corda, criando uma textura sonora complexa e rica.

Aprender a tocar o Ryūteki requer um treino rigoroso e um profundo entendimento da estética musical do gagaku. A precisão da afinação, o controlo da respiração e a execução das ornamentações melódicas são aspetos cruciais da técnica. Como um dos pilares da música clássica japonesa, o Ryūteki continua a ser ensinado, preservando uma tradição musical milenar e oferecendo uma janela para a sofisticada cultura da corte japonesa.

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Ryuteki, Japão

Ryuteki, Japão

Ravanahatha, também conhecido por ravanastron ou ravana hasta veena, é um instrumento musical de cordas friccionadas com uma rica história e tradição na Índia e no Sri Lanka. Considerado um dos instrumentos de arco mais antigos do mundo, o ravanahatha possui uma construção singular que o distingue de outros instrumentos de corda. O seu corpo é tipicamente feito de uma secção oca de bambu ou de uma cabaça, sobre a qual é esticada uma membrana de pele de animal, funcionando como caixa de ressonância. Um braço de bambu é fixado a este corpo, sustentando uma ou mais cordas principais, tradicionalmente feitas de crina de cavalo ou aço.

A característica mais marcante do ravanahatha é o seu arco, que também é frequentemente feito de bambu e possui cerdas de crina de cavalo. A técnica de execução envolve segurar o instrumento verticalmente ou apoiado no ombro e friccionar as cordas com o arco para produzir som. A altura das notas é alterada pressionando as cordas com os dedos ao longo do braço, que geralmente não possui trastes, permitindo a produção de microtons e glissandos característicos da música indiana.

O ravanahatha tem uma forte ligação com a tradição épica do Ramayana, sendo frequentemente associado ao rei Ravana do Sri Lanka, a quem a lenda atribui a sua invenção. Ao longo dos séculos, o instrumento tem sido utilizado por músicos folclóricos, contadores de histórias e cantores religiosos na Índia e no Sri Lanka. A sua sonoridade, que pode variar de um timbre suave e melancólico a um som mais áspero e intenso, é adequada para a narração de histórias e a expressão de emoções profundas.

Embora a sua popularidade tenha diminuído com o tempo, esforços estão sendo feitos para preservar e revitalizar o ravanahatha, reconhecendo o seu valor histórico e cultural. Músicos e estudiosos estão a redescobrir a sua sonoridade única e a explorar o seu potencial na música contemporânea, garantindo que este antigo instrumento de arco continue a ecoar nas futuras gerações.

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Ravanahatha, Índia

Ravanahatha, Índia

A pipa é um instrumento musical chinês tradicional, com uma história que remonta ao século II d.C. É semelhante a um alaúde, com quatro cordas de seda ou nylon que são dedilhadas. O corpo é feito de madeira em forma de pera, e possui um braço curto trastejado.

Além da China, a pipa também é encontrada em variantes no Vietnme e na Coreia. No Japão, ela foi introduzida no século VIII d.C e recebeu o nome de biwa.

A pipa é um instrumento bastante versátil e pode ser usada tanto em músicas clássicas e tradicionais como em modernas e contemporâneas.

Atualmente, existem diferentes estilos de tocar a pipa, e muitos músicos continuam a explorar as suas possibilidades sonoras. É um instrumento muito popular tanto na China como em outros países asiáticos, sendo amplamente utilizado em concertos, peças de teatro e gravações musicais.

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Pipa, China

Pipa, China

Nohkan (能管) é uma flauta transversa japonesa feita de bambu, com um papel central e distintivo nas trilhas sonoras dos teatros clássicos Noh e Kabuki. Sua construção envolve um tubo de bambu com sete orifícios para os dedos e uma embocadura simples. O interior do tubo é lacado, um processo que contribui para o timbre agudo, penetrante e característico do instrumento, capaz de se destacar mesmo em meio a outros sons da orquestra.

A história do Nohkan está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento do teatro Noh. Foi criado no século XV por Kan’ami e seu filho Zeami, figuras cruciais na transformação das formas teatrais populares de Dengaku e Sarugaku no sofisticado gênero que conhecemos hoje como Noh. O Nohkan tornou-se, assim, um elemento fundamental na expressão musical e dramática do Noh, acompanhando os cantos (utai) e as danças (mai) com melodias complexas e ornamentadas.

A técnica de tocar o Nohkan exige um controle preciso da respiração e da embocadura para produzir a variedade de tons e inflexões necessárias para a música do Noh. O instrumento não possui uma escala diatônica ocidental definida, e os músicos utilizam técnicas de sopro e digitação únicas para criar microtons e glissandos que são essenciais para a expressividade da música Noh. As melodias podem variar de passagens lentas e contemplativas a frases rápidas e intensas, refletindo as emoções e a narrativa da peça teatral.

No teatro Kabuki, que se desenvolveu posteriormente, o Nohkan também é utilizado em algumas peças que incorporam elementos do Noh. Sua sonoridade distinta contribui para a atmosfera dramática e a caracterização dos personagens. A presença constante do Nohkan nos palcos do Noh e, em menor grau, do Kabuki, solidifica seu status como um instrumento musical japonês de grande importância cultural e histórica.

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Nohkan, Japão

Nohkan, Japão

Wa patala é um idiofone de altura definida tradicional da Birmânia (Myanmar), pertencente à família dos xilofones. Sua construção engenhosa envolve a disposição de 24 lâminas de bambu cuidadosamente afinadas sobre uma caixa de ressonância alongada. Estas lâminas são ordenadas cromaticamente, seguindo uma progressão do som mais grave, localizado à esquerda do músico, para o som mais agudo, posicionado à direita. Esta organização linear facilita a execução melódica e harmónica.

As lâminas de bambu são suspensas sobre a caixa de ressonância por pequenos suportes, permitindo que vibrem livremente quando percutidas. A caixa de ressonância, geralmente feita de madeira, amplifica o som produzido pelas lâminas, conferindo-lhe corpo e projeção. O músico utiliza dois martelos ou baquetas para percutir as lâminas, produzindo notas distintas com alturas definidas pela espessura e comprimento de cada lâmina de bambu. A habilidade do executante reside na precisão dos golpes e na capacidade de criar melodias fluidas e ritmos complexos.

O Wa patala é um instrumento musical importante na música tradicional da Birmânia, frequentemente integrado em conjuntos musicais que acompanham danças, cerimónias religiosas e outras formas de entretenimento. Sua sonoridade quente e ressonante do bambu contribui para a riqueza tímbrica da música birmanesa. A disposição cromática das lâminas permite a execução de uma vasta gama de melodias e harmonias, tornando-o um instrumento versátil dentro do seu contexto cultural.

A construção artesanal do Wa patala, utilizando materiais naturais como o bambu e a madeira, reflete a tradição e a habilidade dos artesãos birmaneses. A sua presença contínua na música da Birmânia atesta a sua importância cultural e a beleza da sua sonoridade, mantendo viva uma forma única de expressão musical através de um idiofone de bambu melódico.

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Patala, Myanmar

Patala, Myanmar

O tumbi é um instrumento musical tradicional do Punjab, uma região que abrange partes da Índia e do Paquistão. É um cordofone de braço longo, também conhecido como toombi, tumba ou toomba.

O instrumento consiste em uma corda que é fixada em um pau seco, que por sua vez é inserido em uma cabaça que serve como caixa de ressonância. A corda é afinada de forma que possa ser tocada com os dedos. Geralmente, o tumbi é tocado sozinho ou como acompanhamento de danças e espetáculos de folclore.

O tumbi é especialmente popular na cultura punjab e é considerado um símbolo da música tradicional da região. Ele desempenha um papel importante na música bhangra, um estilo de dança alegre e energético originário do Punjab. Também é usado em outras formas de música punjabi, como o folk e o pop.

A técnica de tocar o tumbi envolve a execução de padrões rítmicos e melódicos rápidos, usando os dedos para pressionar e puxar a corda. Os músicos habilidosos podem produzir uma variedade de sons e efeitos utilizando esse instrumento.

Embora seja um instrumento tradicional, o tumbi também tem sido incorporado em diferentes géneros musicais contemporâneos, tanto na Índia quanto no exterior. 

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Situa-se no índice 32 do sistema Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos. É um cordofone composto, instrumento de corda que tem caixa de ressonância como parte integrante e indispensável.

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Tumbi, Índia

Tumbi, Índia

Xiao (箫) é um aerofone tradicional chinês, caracterizado pela sua forma tubular alongada, geralmente construída em bambu. Este instrumento de sopro longitudinal possui uma rica história, remontando a milhares de anos, e ocupa um lugar de destaque na música clássica e folclórica da China. A sua simplicidade estrutural contrasta com a sua capacidade expressiva e a sua sonoridade melancólica e introspectiva.

Um Xiao típico possui entre cinco e oito orifícios para os dedos na parte frontal e um orifício para o polegar na parte traseira. A embocadura é geralmente um entalhe em forma de “V” na extremidade superior do tubo, onde o músico sopra obliquamente para produzir o som. A técnica de execução exige um controlo preciso da respiração e da embocadura para obter a afinação desejada e as nuances tonais características do Xiao.

A sonoridade do Xiao é suave, aveludada e com um timbre que muitos associam à tranquilidade e à contemplação. A sua capacidade de produzir um som contínuo e legato, com a possibilidade de realizar glissandos e microtons, torna-o um instrumento expressivo para melodias líricas e introspectivas. É frequentemente utilizado em performances a solo, em conjuntos de música de câmara e como acompanhamento para o canto.

Ao longo da sua longa história, o Xiao tem sido associado a diversas tradições musicais e contextos culturais na China. Era um instrumento apreciado por intelectuais e literatos, muitas vezes ligado à meditação e à expressão de sentimentos pessoais. Hoje, continua a ser um instrumento valorizado, tocado tanto por músicos profissionais quanto amadores, e a sua sonoridade única mantém o seu lugar na rica tapeçaria da música chinesa contemporânea e tradicional. A sua construção em bambu, um material natural abundante na China, reforça a sua ligação com a cultura e a paisagem do país.

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Xiao, China

Xiao, China

Taiko, no Japão, é um termo abrangente que designa uma variedade de instrumentos de percussão com corpo em forma de barril, revestidos com peles de animais, geralmente de boi ou cavalo. A diversidade de tamanhos e formas dentro da família Taiko é notável, desde pequenos tambores portáteis até grandes instrumentos com mais de um metro de diâmetro. A fixação das peles ao corpo do tambor também varia, podendo ser pregadas diretamente na madeira ou tensionadas por cordas e aros.

A execução do Taiko pode ser feita diretamente com as mãos, mas é mais comum o uso de baquetas de madeira chamadas bachi. A prática do Taiko exige do músico não apenas um apurado senso rítmico, mas também uma considerável preparação física, dada a energia e a força envolvidas na percussão dos grandes tambores. As performances de Taiko podem ser solitárias, mas são frequentemente realizadas em grupo, com os percussionistas a criarem ritmos complexos e sincronizados que são visualmente e sonoramente impactantes.

A história do Taiko no Japão é longa e multifacetada. Originalmente utilizado para comunicação, sinalização militar e em rituais religiosos, o Taiko evoluiu para uma forma de expressão artística vibrante. Registros históricos antigos mencionam intercâmbios culturais com a Coreia, onde jovens japoneses foram enviados para estudar o kakko, um tambor cilíndrico que também desempenhava um papel importante na música da corte. Essa influência sugere uma possível origem continental para alguns tipos de tambores japoneses.

Hoje, o Taiko é apreciado tanto no Japão quanto internacionalmente, com grupos de wadaiko (a arte do Taiko em conjunto) a cativarem audiências com a sua energia, precisão e a profunda ressonância dos seus tambores. A sua presença em festivais, cerimónias e palcos de todo o mundo demonstra a sua capacidade de transcender fronteiras culturais e de evocar uma poderosa resposta emocional.

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Taiko, Japão

Taiko, Japão

Tabla

A tabla é um instrumento musical de grande importância na música clássica indiana. A sua sonoridade distintiva, com a combinação dos sons agudos da daina e dos graves da bhaya, permite ao percussionista criar uma ampla gama de padrões rítmicos complexos.

A tabla é caracterizada pela sua construção elaborada, com um corpo feito de madeira ou cerâmica, e revestida por peles de couro nas duas extremidades. É tocada com os dedos e mãos, o que exige uma técnica precisa e habilidade do músico.

Além do seu papel como instrumento solo ou de acompanhamento na música indiana, a tabla também tem sido amplamente utilizada em fusões musicais contemporâneas, fundindo diferentes géneros e estilos. A sua popularidade é evidente em todo o mundo, pela sua complexidade na execução e pela sua versatilidade.

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“A tabla como instrumento traz consigo uma tradição milenar que se desenvolve de forma oral ao longo dos séculos. Tratando-se de um instrumento de música Clássica Indiana, a tabla era no início do século XX provavelmente distante ao público Ocidental, visto que os mestres mantinham algum conservadorismo da tradição. O Ustad Alla Rakah1, pai de Zakir Hussain, que foi o acompanhador de longa data de Ravi Shankar, foi um dos mais reconhecidos músicos de música Clássica Indiana e estabelecer essa ponte entre a música Hindustani e a cultura ocidental. Shankar manteve uma constante motivação de levar a belaza da música Clássica Indiana ao resto do mundo e isso manifestou-se através das suas tours e por colaborações com músicos ocidentais materializadas em registos como o álbum “Rich À La Rakha” (Capitol Rccords, 1968) com Buddy Rich. Esta abertura permite uma circulação de músicos, e por consequência a criação de projetos influenciados por este tipo de música. Zakir Hussain é provavelmente o nome mais sonante presente em projetos em que se une a música Indiana a outros tipos de música. A questão da tradição presente neste tipo de música é algo que vem também da componente religiosa a que a mesma se encontra ligada.”

Marco Moura

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Tabla, Índia

Tabla, Índia